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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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PESQUISA E MOBILIDADE NA CIBERCULTURA<br />

dores Sem-Teto (MTST). Podemos ainda voltar mais no tempo e pensar <strong>na</strong>s<br />

práticas nômades, ciga<strong>na</strong>s e hippies como essa antiga tática de resistência<br />

que consiste <strong>na</strong> fluidez de viver em <strong>mobilidade</strong>, estabelecendo estruturas<br />

temporárias num espaço, e constituindo ali um território outro durante o<br />

tempo que for preciso.<br />

No momento em que escrevo este texto – setembro de 2013 –, acontecem<br />

algumas ocupações <strong>na</strong> cidade do Rio de Janeiro, que se encontra em ple<strong>na</strong><br />

disputa de sentidos, poderes e direitos. Há mais de dois meses, manifestantes<br />

de diversas origens ocupam as escadarias da Câmara dos Vereadores, depois<br />

de terem ocupado por algumas sema<strong>na</strong>s o interior desta casa, enquanto<br />

professores e demais profissio<strong>na</strong>is da educação estadual e municipal que se<br />

encontram atualmente em greve estão acampados em frente à Assembleia<br />

Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e também <strong>na</strong> Câmara. Indíge<strong>na</strong>s<br />

voltaram a ocupar o antigo Museu do Índio, no bairro do Maracanã,<br />

e buscam torná-lo uma Universidade Indíge<strong>na</strong>, já em atividade durante a<br />

ocupação do espaço. Até poucos dias, um grupo ocupava a esqui<strong>na</strong> da casa<br />

do gover<strong>na</strong>dor Sérgio Cabral, no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro, desde<br />

as manifestações de junho de 2013 no país, permanecendo lá por mais de<br />

dois meses e eventualmente ainda voltando para ações pontuais. Na cidade<br />

vizinha, Niterói, a rua do prefeito Rodrigo Neves também foi ocupada,<br />

logo após terem ocupado a Câmara dos Vereadores de Niterói por um mês.<br />

Todas essas ocupações, pela sua proximidade geográfica, acabam se antropofagizando<br />

em muitos aspectos, com integrantes que transitam entre uma<br />

e outra e com mensagens de apoio mútuo em cartazes, posts e cartas. Essas<br />

influências e trocas acontecem também entre as cente<strong>na</strong>s de ocupações pelo<br />

mundo, que por meio da conexão em rede compartilham seus saberes e experiências<br />

locais, que acabam servindo de referência para os diversos movimentos<br />

globais.<br />

O fato é que a palavra “ocupa” como tática de resistência nunca foi tão<br />

utilizada como neste período que estou localizando entre 2011 e 2013, em<br />

inúmeros protestos de diferentes categorias e movimentos sociais. Em 2012,<br />

por exemplo, durante a greve dos professores de universidades, que durou de<br />

maio a setembro desse ano, proliferaram movimentos de “ocupação” dentro<br />

e fora de todas as universidades do Brasil. Na Universidade Federal Fluminense,<br />

um grupo acampou no campus Gragoatá; <strong>na</strong> Universidade Federal do<br />

Rio de Janeiro, ocuparam a casa de shows Canecão; <strong>na</strong> Universidade Federal<br />

Rural do Rio de Janeiro, ocuparam a reitoria; secundaristas ocuparam

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