27.05.2016 Views

Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

Pesquisa%20e%20mobilidade%20repositorio

Pesquisa%20e%20mobilidade%20repositorio

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

146<br />

PESQUISA E MOBILIDADE NA CIBERCULTURA<br />

instituídos, os professores exercem a função de ensi<strong>na</strong>r os conhecimentos<br />

estabelecidos a priori como formativos. Diante disso, ficamos a pensar onde<br />

se situam os sujeitos da aprendizagem nesses processos? Como pensar em<br />

práticas formativas se destituímos os sujeitos da sua essência ontogenética,<br />

ou seja, um ser pronto para aprendizagens em um vir a ser infindável em um<br />

processo de relação constante consigo e com os outros.<br />

Vale afirmar, que a formação, enquanto fenômeno-tema, não é propriedade<br />

privada da pedagogia. A vida já tem a sua ‘formatividade’ (HONORÉ,<br />

1992), e em muitos contextos não pertencentes à tradição pedagógica a<br />

formação já se faz um fenômeno prioritário e pensado a partir da especificidade<br />

desses contextos. (MACEDO, 2012, p. 68)<br />

A formação é, por assim dizer, uma experiência aprendente realizada por<br />

sujeitos sociais e culturalmente mediados. Esse raciocínio nos aproxima da<br />

ideia de que currículo e formação são inseparáveis e, por isso mesmo, não<br />

cabe pensarmos em “um currículo”, mas em currículos construídos em “expe<br />

riênciaformação”singularizadas e socialmente referenciadas.<br />

A compreensão de currículo e formação como algo indissociável e inseparável<br />

parece nos trazer algumas compreensões sobre problemas de aprendizagens<br />

relatadas por professores de diferentes níveis de ensino. Geralmente,<br />

realçamos que os alunos não se interessam e não aprendem os conteúdos<br />

previstos no currículo formal das instituições de ensino, mas não refletimos<br />

sobre a relação que estabelecem com os saberes e como deles se apropriam.<br />

Para Charlot (2000), aprender só faz sentido por referência à história do sujeito,<br />

às suas expectativas, referências e experiências, à concepção que tem<br />

da vida, às suas relações com os outros, à imagem que tem de si e à que quer<br />

dar de si aos outros.<br />

Para o momento, inferimos que está <strong>na</strong> base da formação conceitual de<br />

atos de currículo o postulado da criação, no qual o sujeito em ato/criação/<br />

atividade se constitui sujeito implicado da/<strong>na</strong> sua formação, uma experiência<br />

que é ao mesmo tempo singularizada e socialmente referenciada.<br />

A perspectiva advinda dos princípios filosóficos e epistemológicos dos<br />

atos de currículo é, para nós, extremamente instigante, desafiadora, uma vez<br />

que “explode” a lógica cartesia<strong>na</strong> de se pensar o currículo e de concretizá-lo<br />

<strong>na</strong> ação de transmissão dos conteúdos acadêmicos. Os atos de currículo nos<br />

mobilizam para outra lógica, a da vida-formação, ou seja, não se separa a “experiênciaformação”<br />

dos sujeitos aprendentes da/<strong>na</strong>/com a vida, das apren-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!