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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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PESQUISA E MOBILIDADE NA CIBERCULTURA<br />

Nesse sentido, em meio ao estágio atual da <strong>cibercultura</strong>, época de comunicação<br />

dos objetos, de relação, cada vez mais intrínseca entre humanos e<br />

TIC, é preciso revelar as associações em uma mesma simetria. “Essa simetria<br />

não é ética (coisas valem o mesmo que humanos), mas a<strong>na</strong>líticas (coisas nos<br />

fazem fazer coisas e têm implicações importantes)”. (LEMOS, 2013b, p. 6)<br />

O importante não é entender quem são, mas o que fazem, tanto humanos<br />

quanto não humanos, <strong>na</strong> articulação da educação, já que a educação se<br />

dá por meio de associações híbridas. Assim, para recuperar certo senso de<br />

ordem, a melhor solução é rastrear conexões entre as próprias controvérsias<br />

e não tentar decidir como resolvê-las. (LATOUR, 2012)<br />

O desafio centra-se <strong>na</strong> concepção de que <strong>na</strong> relação dos objetos técnicos,<br />

como agentes de mediação pedagógica, é necessário levar em consideração<br />

alguns aspectos. Dentre eles, as relações estabelecidas entre os envolvidos, o<br />

meio, os modos de negociação entre agentes humanos e não humanos, as condições<br />

espaço-temporais, a infraestrutura e as características dos artefatos.<br />

Deste modo, a educação/ensino refletida <strong>na</strong> técnica deve operar uma verdadeira<br />

reforma da cultura ao mostrar, por um ato de inteligência, que não<br />

há oposição entre os objetos técnicos e o homem. Eles próprios não são em<br />

si, pois ambos resultam de um processo de mediação, do qual a unidade está<br />

ausente desde o princípio.<br />

Discutimos aqui a escola e o processo de ensino-aprendizagem da educação<br />

formal como híbridos, posto que fica evidente, a partir da associação<br />

entre humanos e não humanos que, cada vez mais, se intensifica. O objeto<br />

técnico é aquilo que não é anterior a seu devir, mas presente a cada etapa<br />

desse devir. (SIMONDON, 2007) Logo, a relação entre escola e objetos técnicos<br />

é algo intrínseco que não pode ser compreendida distintamente.<br />

Para Akrich, Callon e Latour (2006), o objeto técnico é a forma consolidada<br />

do conjunto de relações entre actantes diversos, humanos ou não que<br />

participam da sua composição. O foco é justamente descrever o papel deste<br />

objeto no interior da sua rede. Para a compreensão da educação como rede<br />

sociotécnica, formada pela associação entre humanos e não humanos, nos<br />

apropriamos da Teoria Ator-Rede (TAR). Pois, assim como Latour (2012),<br />

acreditamos que o social é o que emerge das associações e com a escola e com<br />

a educação não é diferente, já que tudo são associações.

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