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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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PESQUISA E MOBILIDADE NA CIBERCULTURA<br />

mos a existência de uma sociedade se não fosse pela formação indispensável<br />

da heterogeneidade das redes, que agem, participam e moldam o social.<br />

Latour (2012) explica que o elemento fundamental é a subsistência das<br />

coisas e não a substância. Ele sustenta uma visão ontológica que considera<br />

os seres como plurais, como trajetórias, se realizando enquanto movimentos<br />

de alteração em busca de sua manutenção.<br />

Nesse cenário, a TAR vem para reagregar o social, para fazer refletir sobre<br />

uma nova forma de ver a relação entre humanos e não humanos, já que<br />

desde o surgimento do homem os não humanos tem mediado sua existência.<br />

Assim, não há como negar a influência dos objetos em nossas vidas, já que só<br />

há proliferação de híbridos, como afirma Latour. (1994)<br />

Law (1999, p. 68) argumenta que a realidade nessa perspectiva em rede:<br />

não se explica ape<strong>na</strong>s por meio de uma combi<strong>na</strong>ção de elementos vindos<br />

da esfera subjetiva e da esfera objetiva. Os elementos que produzem a realidade<br />

trazem consigo ambas as esferas de modo inseparável. Qualquer<br />

ator-rede não poderia ser compreendido se tão somente fosse possível dissociar<br />

dele o subjetivo ou o objetivo.<br />

A TAR traz a possibilidade de entender a coautoria de humanos e não<br />

humanos <strong>na</strong>s ações se, configurando como uma rede que só acontece porque<br />

envolve as características da rede, resultando no não esquecimento tanto de<br />

um como de outro. Nem sujeito transformado em objeto, nem objeto em humano,<br />

mas <strong>na</strong> proliferação do híbrido, só possível nessa rede de articulações.<br />

(FERREIRA, 2014)<br />

O objetivo da TAR é pensar a <strong>mobilidade</strong> das associações. A melhor forma<br />

de apontar a circulação é pela valorização dos actantes por intermédio<br />

dos seus rastros <strong>na</strong> rede. A TAR não é uma teoria pronta e, como afirma<br />

Latour (2000), a ciência está em ação. Podemos então dizer que a TAR caracteriza-se<br />

como uma ontologia, por preocupar-se efetivamente com os modos<br />

existência dos agentes.<br />

Assim, nos concentramos, <strong>na</strong>turalmente, <strong>na</strong>s análises com a TAR <strong>na</strong>s articulações<br />

de actantes. Pois, segundo Lemos (2013a, p. 62), “o movimento é<br />

o que importa, o evento, a mediação, a tradução, ou mesmo a ‘translação’ (o<br />

que gira e faz girar em torno de algo, a controvérsia)”. Quando há estabilizações,<br />

formam-se as caixas-pretas até que novas controvérsias surjam e<br />

formem-se, assim, novas associações.

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