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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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Imagens voláteis e Digital Storytelling 221<br />

à tradição oral, essa memória dos ancestrais e à história dos indivíduos que<br />

desempenharam papéis simbólicos fundamentais em suas comunidades.<br />

(COGO, 2012, p. 104)<br />

A experiência que passa de pessoa a pessoa é a fonte a que recorreram<br />

todos os <strong>na</strong>rradores. E, entre as <strong>na</strong>rrativas escritas, as melhores são as que<br />

menos se distinguem das histórias orais contadas pelos inúmeros <strong>na</strong>rradores<br />

anônimos. (BENJAMIN, 1994, p. 198)<br />

Para Benjamin, a importância central de <strong>na</strong>rrar uma história reside <strong>na</strong><br />

capacidade de trocar experiências. Para o autor, a “<strong>na</strong>tureza da verdadeira<br />

<strong>na</strong>rrativa” é aquela que nos marca, que nos deixa um conselho, um ensi<strong>na</strong>mento.<br />

Ele distingue dois tipos de <strong>na</strong>rradores: o camponês sedentário, que<br />

tem a experiência do contato com a terra junto à tradição dos antepassados<br />

e que compartilha seu conhecimento mediante historias para seu aprendiz;<br />

e o marinheiro comerciante, que viaja longe e de cada lugar leva novos aprendizados,<br />

volta para sua casa cheio de histórias para contar. Nesses <strong>na</strong>rradores<br />

está a essência de toda <strong>na</strong>rrativa, que é a partilha de experiências de vida.<br />

Contar histórias <strong>na</strong> <strong>cibercultura</strong><br />

A utilização do termo “Digital Storytelling”, <strong>na</strong>rração digital de histórias,<br />

teve seu início <strong>na</strong> década dos 1990, nos EUA. Joe Lambert foi o primeiro<br />

a usar o termo, suas experiências de pesquisa com a contagem de histórias<br />

e trajetórias pessoais ao longo de muitos anos fizeram desenvolver a metodologia<br />

do Digital Storytelling. Em 1994, Joe Lambert, Ni<strong>na</strong> Mullen e Da<strong>na</strong><br />

Atchley fundaram o Center for Digital Storytelling5, em Berkeley, Califórnia.<br />

O centro funcio<strong>na</strong> até a hoje sem fins lucrativos, proporcio<strong>na</strong>ndo cursos<br />

de formação contínua para pessoas e organizações que queiram compartilhar<br />

suas histórias e iniciar-se <strong>na</strong>s práticas de criação de histórias digitais,<br />

promovendo mudanças individuais e coletivas.<br />

Ao longo da literatura, a <strong>na</strong>rração de histórias utilizando a tecnologia<br />

digital tem sido definida como a prática de combi<strong>na</strong>r a antiga arte de contar<br />

histórias com uma grande variedade de elementos digitais, sempre falando<br />

com um olhar pessoal, reconstituindo vivências e com reflexões profundas<br />

sobre a temática escolhida. (LAMBERT, 2002; ROBIN, 2012) Segundo Lambert<br />

(2002), são sete os elementos que devem sustentar toda <strong>na</strong>rração digital:<br />

5 Center of Digital Storytelling: . Acesso em: 7 fev. 2015.

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