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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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“A integração está <strong>na</strong> vida” 301<br />

mentação escolar já não atende à complexidade que permeia os modos de<br />

aprender dos jovens <strong>na</strong> contemporaneidade. Como exemplifica Gallo (2000,<br />

p. 25), o ensino fragmentado em discipli<strong>na</strong>s “não fala da vida, que é multiplicidade<br />

articulada, mas de um cenário irreal, onde cada saber tem o seu lugar<br />

e não se comunica com os demais.”<br />

Demonstrando preocupação em acompanhar essas transformações, os<br />

projetos integrados da escola pesquisada buscaram uma sensibilização em<br />

relação à complexidade do conhecimento e seu caráter em rede <strong>na</strong> tentativa<br />

de subverter a estrutura curricular fragmentada em discipli<strong>na</strong>s estanques.<br />

Como afirma o estudante Ricardo, “a integração está <strong>na</strong> vida” e, por<br />

isso mesmo, a escola, que faz parte da vida, precisa acompanhar as mudanças<br />

contemporâneas, seguindo a orientação bakhtinia<strong>na</strong> (2003) de dar unidade à<br />

ciência, vida e arte enquanto compromisso alteritário de se estar no mundo.<br />

Nas propostas de projetos integrados, os professores envolvidos buscaram<br />

estabelecer relações entre os diferentes conteúdos e criaram situações<br />

<strong>na</strong>s quais os alunos precisavam articular os conhecimentos construídos em<br />

cada área de conhecimento. Segundo uma jovem entrevistada, dentre as<br />

muitas contribuições dos projetos integrados, a prática otimiza o tempo e<br />

facilita o trabalho escolar:<br />

A gente tem mais tempo pra fazer o trabalho, já que junta duas matérias ou<br />

mais, então a gente tem mais tempo pra fazer aquilo, você pode fazer <strong>na</strong>s duas<br />

aulas, ao invés de fazer só em uma. [...] E não tem só uma coisa, é uma que se<br />

encaixa <strong>na</strong> outra. (Tatia<strong>na</strong>)<br />

Essa proposta da escola acompanha a necessidade contemporânea de se<br />

relacio<strong>na</strong>r com o conhecimento de uma maneira multidirecio<strong>na</strong>l e complexa,<br />

pois é dessa forma, “uma encaixada <strong>na</strong> outra”, que as informações se<br />

colocam <strong>na</strong> vida e também é assim que os jovens têm demonstrado produzir<br />

conhecimentos em suas práticas culturais cotidia<strong>na</strong>s, seja lendo um livro,<br />

seja <strong>na</strong>vegando <strong>na</strong> internet, seja jogando um game. Nessas práticas, muitas<br />

vezes mediadas pelas tecnologias, os conhecimentos não estão divididos em<br />

discipli<strong>na</strong>s, mas se relacio<strong>na</strong>m de forma viva e significativa, tor<strong>na</strong>ndo-se desinteressantes<br />

quando são separados por discipli<strong>na</strong>s desconectadas dentro<br />

da escola. Como afirma Lévy (1999) em seus estudos sobre <strong>cibercultura</strong>, “o<br />

uso crescente das tecnologias digitais e das redes de comunicação interativa<br />

acompanha e amplifica uma profunda mutação <strong>na</strong> relação com o saber.”<br />

(LÉVY, 1999, p. 172)

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