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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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O professor e a formação para a autoria <strong>na</strong> <strong>cibercultura</strong> 87<br />

dade não menos essencial para o professor. Como afirma Pedro Demo (2008),<br />

se não tivermos um professor que se autoriza, que se expressa livremente e<br />

com altivez, jamais teremos autores, cidadãos que saibam pensar e intervir,<br />

fazer escolhas e tomar decisões. O contexto da <strong>cibercultura</strong> instaura a necessidade<br />

de reflexão e mudança <strong>na</strong> formação do professor-autor, visto que,<br />

para formar alunos-autores, é imprescindível o professor lançar mão de táticas/práticas<br />

para o desenvolvimento da autoria, apropriar-se das tecnologias<br />

com todas as suas potencialidades, incluindo as móveis, já disponíveis e <strong>na</strong>s<br />

mãos de grande parte dos alunos.<br />

A autoria se evidencia nos atos de currículo materializados <strong>na</strong>s práticas<br />

vivenciadas/experienciadas pelos professores e alunos no cotidiano da escola.<br />

Assumimos os atos de currículo a partir da concepção de Roberto Sidnei<br />

Macedo (2008, p. 38), que os considera como “todas as atividades que se organizam<br />

e se envolvem visando uma determi<strong>na</strong>da formação, operacio<strong>na</strong>lizadas<br />

via seleção, organização, formulação, implementação, institucio<strong>na</strong>lização e<br />

avaliação de saberes, atividades, valores, competências”. Tais atividades são<br />

mediadas pelo processo de ensi<strong>na</strong>r e aprender ou para a sua projeção. Para<br />

o referido autor, ato de currículo trata “da ação concreta, ou seja, inserida<br />

no mundo vivido, intencio<strong>na</strong>l, praticado por alguém situado”. (MACEDO,<br />

2013, p. 26) Ainda afirma que esta noção tem como centralidade o caráter<br />

da participação e da responsabilidade, não se resumindo ao ato puro e simples<br />

e nem a ação significa ape<strong>na</strong>s ato/atividade. Nessa direção, diz o autor<br />

que “a experiência no mundo humano é sempre mediada pelo agir situado<br />

e avaliativo do sujeito, ao qual ele confere sentido a partir do mundo como<br />

materialidade concreta”. (MACEDO, 2013, p. 27) Para Inês Oliveira (2002), a<br />

partir das convicções epistemológicas e políticas que embasam as pesquisas<br />

dos cotidianistas, os currículos podem ser percebidos como criação cotidia<strong>na</strong><br />

dos praticantes (CERTEAU, 2009) das escolas.<br />

A noção de praticante exige “compreender prática e teoria como instâncias<br />

complementares e indissociáveis do fazerpensar dos sujeitos das escolas<br />

e que se interpenetram permanentemente, não devendo ser percebidas como<br />

elementos dissociáveis de uma realidade ou reflexão qualquer”. (OLIVEIRA,<br />

2002, p. 7-8) A autora se refere aos praticantes dos cotidianos das escolas<br />

como criadores de currículos. A constatação da referida autora está em consonância<br />

com a ideia aqui defendida de atos de currículos, visto que tais atos<br />

“no seu acontecimento, já convocam a autorização, até porque aqui se fala<br />

menos de uma proposição epistemológica para o currículo, e mais de uma

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