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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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PESQUISA E MOBILIDADE NA CIBERCULTURA<br />

com apropriação desses ambientes virtuais no seu fazer pedagógico, os usos<br />

começam a se fazer presente para um grande número de turmas.<br />

Percebemos que as reflexões a respeito das práticas de pesquisa tradicio<strong>na</strong>is<br />

estavam começando a ser abaladas e ressignificadas. Alguns professores<br />

passaram a se preocupar com o que iriam fazer após a pesquisa. Tal constatação<br />

pode ser evidenciada <strong>na</strong> voz da professora Inês.<br />

Eu lembro de uma coisa que ela fala sempre, que é a questão da pesquisa. E sempre<br />

pergunta: E depois faz o que com essa pesquisa? Fica lá no caderno? Sim! Até<br />

então era isso. Mas quando você tem alguém para dar uma sugestão aqui, outra<br />

sugestão ali, você consegue ver as coisas acontecendo para além da pesquisa<br />

registrada no caderno, não é?<br />

Em relação aos trabalhos com o material pesquisado <strong>na</strong> internet, observamos<br />

algumas propostas novas. Algumas dinâmicas de sínteses, a partir do<br />

material coletado, como a criação de vídeos, áudios, textos etc., estavam começando<br />

a ser criadas. Alguns alunos com dificuldade de expressão passaram<br />

a produzir textos utilizando o computador. A professora Gardênia relatou<br />

que nunca havia conseguido ler nenhum texto de alguns de seus alunos.<br />

A partir dessas novas proposições, eles começaram a participar mais da aula.<br />

Os alunos sentiam mais facilidade e desejo de se expressar através do digital.<br />

Alunos considerados “menos inteligentes” e que “não querem <strong>na</strong>da”, <strong>na</strong> medida<br />

em que foi dada a abertura para eles, passaram a mostrar o que sabiam,<br />

o que surpreendeu a professora.<br />

Observou-se que os alunos puderam assumir o papel de protagonistas<br />

neste novo cenário e buscar alter<strong>na</strong>tivas e meios que promovessem descobertas<br />

e inovações no cotidiano escolar. Mais do que ampliar as atividades<br />

tradicio<strong>na</strong>is, os professores perceberam que a escola podia se apropriar dos<br />

artefatos culturais desse tempo, das linguagens que circulam nesses novos<br />

espaços, assim como se aproximar das características, do perfil do sujeito<br />

cultural da sociedade contemporânea.<br />

A relação professor-aluno foi sendo ampliada, reforçando os vínculos<br />

que já existiam presencialmente e constituindo novos. Temos clareza que<br />

não foi ape<strong>na</strong>s a inserção das tecnologias <strong>na</strong>s práticas pedagógicas, mas a<br />

forma como elas estavam sendo inseridas, assim como a nova postura das<br />

professoras que potencializaram essa relação. Os saberes dos alunos passaram<br />

a ser reconhecidos pela maioria dos professores, que agora compreendem<br />

que não são a única fonte do saber.

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