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podridão, não hesita em manchar primeiro <strong>as</strong> mãos. Qual é, portanto, a coisa mais<br />

ridícula? Parece não ser coisa alguma (e por isso gemo); na realida<strong>de</strong> é o princípio da<br />

loucura e extrema <strong>de</strong>mência. As am<strong>as</strong> e <strong>as</strong> escrav<strong>as</strong> retiram lodo do balneário e com a<br />

ponta do <strong>de</strong>do marcam a fronte da criança. E se alguém perguntar: O que significa o<br />

lodo, a lama? Af<strong>as</strong>ta o mau olhado, respon<strong>de</strong>m, o ciúme e a inveja. Ah! Como é gran<strong>de</strong><br />

o po<strong>de</strong>r, a força do lodo, da lama! Tão gran<strong>de</strong> que afugenta o exército diabólico inteiro.<br />

Não corais <strong>de</strong> vergonha? Dizei-me. Não percebeis enfim <strong>as</strong> cilad<strong>as</strong> diabólic<strong>as</strong>, como<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a mais tenra ida<strong>de</strong> o diabo aos poucos insinua seus malefícios? Se, pois, o lodo<br />

possui tal po<strong>de</strong>r, por que tu, homem adulto, não o esfreg<strong>as</strong> no rosto, se mais invejosos<br />

tens que o menino? Por que não unges todo o corpo com lama? De fato, se na fronte<br />

tem tanto po<strong>de</strong>r, por que não te unges <strong>de</strong> alto a baixo com o lodo? São escárnio e<br />

comédia satânica, que precipitam os que foram seduzidos não somente no ridículo, m<strong>as</strong><br />

na geena. Certamente, não é <strong>de</strong> espantar que entre os pagãos se empreguem tais prátic<strong>as</strong>,<br />

m<strong>as</strong> que entre os adoradores da cruz e participantes dos mistérios arcanos e que possuem<br />

tão elevada sabedoria haja tão vergonhoso uso, é sem dúvida <strong>de</strong> se chorar com copios<strong>as</strong><br />

lágrim<strong>as</strong>. Deus te honrou com o unguento espiritual e tu <strong>de</strong>svirtu<strong>as</strong> teu filho com lama?<br />

Deus te honrou e tu mesmo te <strong>de</strong>sonr<strong>as</strong>? E quando importava inscrever na fronte o sinal<br />

da cruz, que oferece insuperável tutela, tu abandon<strong>as</strong> estes meios e <strong>de</strong>cais em satânica<br />

<strong>de</strong>mência? Se a alguns est<strong>as</strong> cois<strong>as</strong> parecem insignificantes, saibam que são causa <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s males, e Paulo não negligencia o que é pequeno. O que aparenta ser mais<br />

insignificante, pergunto, do que o homem cobrir a cabeça? M<strong>as</strong> vê quanto cuidado o<br />

Apóstolo emprega acerca do <strong>as</strong>sunto, e com quanta veemência o proíbe, e entre muitos<br />

outros argumentos, afirma que “<strong>de</strong>sonra a sua cabeça”.<br />

(cf. 1Cor 11,4). Se <strong>de</strong>sonra a cabeça, quem a cobre, como não será abominável ungir<br />

com lodo o menino? Como, pergunto, levá-lo-às às mãos do sacerdote? Como pedirás<br />

que o presbítero faça com a mão o sinal da cruz na fronte que cobristes <strong>de</strong> lama? Não,<br />

irmãos, não <strong>de</strong>veis agir <strong>de</strong>sta maneira; m<strong>as</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a infância haveis <strong>de</strong> munir <strong>de</strong> arm<strong>as</strong><br />

espirituais os meninos, e ensinar-lhes a marcar a fronte com o sinal da cruz; até antes que<br />

possam fazê-lo com a própria mão, vós mesmos <strong>as</strong>sinalai-os com a cruz.<br />

O que dizes <strong>de</strong> outr<strong>as</strong> superstições satânic<strong>as</strong>, empregad<strong>as</strong> n<strong>as</strong> dores da gestação e no<br />

parto, com <strong>as</strong> quais <strong>as</strong> parteir<strong>as</strong> atraem a ruína sobre a própria cabeça? As que se<br />

utilizam por oc<strong>as</strong>ião <strong>de</strong> morte e enterro, a saber, lamentações, pranto estulto, cuidados<br />

loucos junto dos sepulcros, perto dos monumentos, a importuna e ridícula multidão <strong>de</strong><br />

carpi<strong>de</strong>ir<strong>as</strong>, <strong>as</strong> superstições sobre os di<strong>as</strong>, <strong>as</strong> entrad<strong>as</strong> e saíd<strong>as</strong>? A este povo queres<br />

agradar? E como não seria extrema loucura captar bene<strong>vol</strong>ência da parte <strong>de</strong> homens <strong>de</strong><br />

mente corrupta e que agem em tudo <strong>de</strong> maneira inconsi<strong>de</strong>rada, quando se faz mister<br />

sempre refugiar-se junto daquele que possui olhos vigilantes, e tudo fazer e dizer tendo<br />

em consi<strong>de</strong>ração a sentença que daria? Certamente eles, embora louvem, em nada vos<br />

po<strong>de</strong>m ajudar; quanto ao Senhor, se nossos atos lhe foram agradáveis, torná-los-á<br />

esplêndidos e no dia que há <strong>de</strong> vir dar-nos-á aqueles bens escondidos, que possamos<br />

todos nós alcançar, pela graça e amor aos homens <strong>de</strong> nosso Senhor Jesus Cristo, com o<br />

qual ao Pai, na unida<strong>de</strong> do Santo Espírito, glória, po<strong>de</strong>r, honra, agora e sempre, e pelos<br />

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