26.03.2018 Views

patrc3adstica-vol-27_2-comentc3a1rio-as-cartas-de-sao-paulo-sao-joao-crisc3b3stomo

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Deus? Uma vez que sempre exorta a obe<strong>de</strong>cer aos chefes, não rebaixa muito os mestres.<br />

“Vós sois a seara <strong>de</strong> Deus”. Após ter dito: “Eu plantei”, persiste na metáfora. Se,<br />

contudo, sois a seara <strong>de</strong> Deus, não é justo teres o nome dos que vos cultivam, e sim <strong>de</strong><br />

Deus. Não se diz que o campo é do agricultor, m<strong>as</strong> do pai <strong>de</strong> família. “Vós sois a seara<br />

<strong>de</strong> Deus.” E ainda, o edifício não é proprieda<strong>de</strong> do artífice, m<strong>as</strong> <strong>de</strong> seu dono. Se sois um<br />

edifício, importa não estar<strong>de</strong>s divididos; <strong>de</strong> outra forma, não existiria um edifício. Se sois<br />

uma seara, importa não estar<strong>de</strong>s separados uns dos outros, m<strong>as</strong> estar<strong>de</strong>s munidos da<br />

sebe da concórdia.<br />

10. Segundo a graça que Deus me <strong>de</strong>u, como bom arquiteto, lancei o fundamento;<br />

Nesse trecho, dá a si mesmo o nome <strong>de</strong> sábio, não para se exaltar, m<strong>as</strong> apresentandose<br />

como mo<strong>de</strong>lo, e mostrando que é próprio do sábio lançar um só fundamento. Observa<br />

sua mo<strong>de</strong>ração!<br />

Tendo se chamado <strong>de</strong> sábio, não <strong>as</strong>segura que isto <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> si, m<strong>as</strong> havendo a si<br />

próprio atribuído a Deus, adota esta <strong>de</strong>nominação: “Segundo a graça que Deus me<br />

<strong>de</strong>u”. Simultaneamente <strong>de</strong>clara que tudo vem <strong>de</strong> Deus e que a maior graça consiste em<br />

não estar dividido, m<strong>as</strong> apoiar-se em um só fundamento. Outro constrói por cima. M<strong>as</strong><br />

cada um veja como constrói.<br />

Nesta p<strong>as</strong>sagem parece-me induzi-los a uma disputa a respeito do estilo <strong>de</strong> vida,<br />

porque os congregou uma vez e <strong>de</strong>les fez um só corpo.<br />

11. Quanto ao fundamento, ninguém po<strong>de</strong> colocar outro diverso do que foi posto: Jesus<br />

Cristo.<br />

Não é possível enquanto houver arquiteto; se, porém, tiver sido lançado, já não há<br />

arquiteto.<br />

Vê <strong>de</strong> que maneira, por meio <strong>de</strong> noções comuns comprova todo o plano. É o seguinte<br />

o que ele <strong>de</strong>clara: Anunciei o Cristo, entreguei-vos o fundamento; ve<strong>de</strong> <strong>de</strong> que modo<br />

construís por cima, se por vanglória ou para arr<strong>as</strong>tar discípulos a a<strong>de</strong>rirem diante dos<br />

homens. Por conseguinte, não <strong>de</strong>vemos a<strong>de</strong>rir às heresi<strong>as</strong>, porque “ninguém po<strong>de</strong><br />

lançar fundamento diverso do que foi posto”. Edifiquemos, portanto, sobre ele,<br />

tenhamo-lo por fundamento, sejamos ramos da vi<strong>de</strong>ira e nada se interponha entre nós e<br />

Cristo, porque, se houver algo no meio, imediatamente perecemos. Os ramos, <strong>de</strong> fato,<br />

quando a<strong>de</strong>rem, haurem a seiva; e o edifício que é compacto fica firme; se ele se<br />

<strong>de</strong>sconjuntar, arruina-se, não tendo on<strong>de</strong> se apoiar. Por conseguinte, não apen<strong>as</strong><br />

adiramos a Cristo, m<strong>as</strong> também nos conglutinemos, porque se nos separarmos,<br />

perecemos. “Sim, os que se af<strong>as</strong>tam <strong>de</strong> ti se per<strong>de</strong>m” (Sl 73,<strong>27</strong>). Unamo-nos, portanto, a<br />

ele, e unamo-nos através d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>: “Quem observa os meus mandamentos” permanece<br />

em mim (cf. Jo 14,21). São muitos os exemplos <strong>de</strong> sua união a nós. Observa, portanto:<br />

Ele é a cabeça e nós somos o corpo. Po<strong>de</strong> haver um espaço vazio entre a cabeça e o<br />

corpo? Ele é o fundamento e nós, o edifício; ele a vi<strong>de</strong>ira e nós, os ramos; ele o esposo,<br />

e nós a esposa; ele o p<strong>as</strong>tor, e nós <strong>as</strong> ovelh<strong>as</strong>; ele o caminho e nós os transeuntes; nós<br />

ainda o templo e ele o habitante; ele o unigênito, nós os irmãos; ele o her<strong>de</strong>iro, nós os coher<strong>de</strong>iros;<br />

ele a vida e nós, os viventes; ele a ressurreição, e nós os ressuscitados; ele a<br />

69

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!