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sensatos, é por causa <strong>de</strong> vós.<br />

Se proferimos algo <strong>de</strong> exaltante (que <strong>de</strong>clara ser “fora do bom senso”, e em outra<br />

p<strong>as</strong>sagem: insipiência), “é por causa <strong>de</strong> Deus”, a fim <strong>de</strong> não possuir<strong>de</strong>s opinião<br />

mesquinha sobre nós e nos <strong>de</strong>sprezar<strong>de</strong>s para vossa perdição. Se por vós fizermos algo<br />

<strong>de</strong> forma comedida e humil<strong>de</strong>, apren<strong>de</strong>i a julgar-vos mo<strong>de</strong>stamente. Ou ainda diz o<br />

seguinte: Se alguém pensa que estamos loucos, esperamos recompensa <strong>de</strong> Deus, por cuja<br />

causa sofremos tal suspeita; se, ao invés, consi<strong>de</strong>ra-nos <strong>de</strong> mente sã, aproveite-lhe nossa<br />

sobrieda<strong>de</strong>. E ainda, <strong>de</strong> outra forma: Alguém afirma que estamos loucos? Sofremos <strong>de</strong><br />

tal loucura por causa <strong>de</strong> Deus. Por isso também acrescenta:<br />

14. Pois a carida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cristo nos compele, quando consi<strong>de</strong>ramos<br />

Não apen<strong>as</strong> o medo do futuro, diz ele, m<strong>as</strong> também os acontecimentos p<strong>as</strong>sados não<br />

nos <strong>de</strong>ixam espreguiçar, nem cair em torpor; <strong>de</strong> fato, nos impelem e suscitam a<br />

empreen<strong>de</strong>r trabalhos por vós. O que já aconteceu?<br />

Que um só morreu por todos e que, por conseguinte, todos morreram.<br />

Paulo se exprime como se todos tivessem perecido. Com efeito, Cristo não aceitaria a<br />

morte por todos, se nem todos morressem. Est<strong>as</strong> <strong>as</strong> oc<strong>as</strong>iões <strong>de</strong> salvação aqui na terra;<br />

não lá. Por isso: “A carida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cristo nos compele” e não nos permite repouso. Seria<br />

extrema miséria, e pior que a própria geena ter ele praticado tão gran<strong>de</strong>s feitos e alguns<br />

não colhessem fruto <strong>de</strong> tamanha previdência. Sinal <strong>de</strong> excessiva carida<strong>de</strong> é sofrer a<br />

morte por um mundo tão gran<strong>de</strong> e tão maldisposto.<br />

15. a fim <strong>de</strong> que aqueles que vivem não vivam mais para si, m<strong>as</strong> para aquele que<br />

morreu e ressuscitou por eles.<br />

Se, portanto, não <strong>de</strong>vemos viver para nós mesmos, exorta ele, não vos perturbeis,<br />

nem vos agiteis, pela iminência dos perigos e da morte. E emite um raciocínio<br />

indiscutível para indicar que <strong>de</strong>vemos proce<strong>de</strong>r <strong>de</strong>ssa forma. Com efeito, se vivemos<br />

porque ele morreu por nós, compete-nos viver para aquele por cujo intermédio<br />

recebemos a vida. De fato, parece ter proferido uma só <strong>as</strong>serção, m<strong>as</strong> se alguém<br />

apuradamente examinar a questão são du<strong>as</strong>: uma <strong>de</strong>l<strong>as</strong> é que lhe <strong>de</strong>vemos a vida, a<br />

outra, que ele morreu por nossa causa. Amb<strong>as</strong> <strong>as</strong> enunciações, mesmo isoladamente, são<br />

suficientes para transformar-nos em <strong>de</strong>vedores <strong>de</strong>le. Visto que amb<strong>as</strong> confluem para um<br />

ponto, reflete sobre quanto lhe <strong>de</strong>ves. Ou melhor, são três afirmações. De fato, suscitou<br />

primíci<strong>as</strong> por tua causa e levou-<strong>as</strong> para o céu; por isso também o Apóstolo acrescentou:<br />

“Aquele que morreu e ressuscitou por nós”.<br />

16. Por isso, doravante a ninguém conhecemos segundo a carne.<br />

Efetivamente, se todos morreram e ressuscitaram, e morreram conforme eram<br />

con<strong>de</strong>nados pela tirania do pecado, m<strong>as</strong> ressuscitaram pela regeneração do batismo, e a<br />

renovação do Espírito Santo, afirma com razão: “A ninguém conhecemos segundo a<br />

carne” <strong>de</strong>ntre os fiéis. Como enten<strong>de</strong>r isso se eles ainda viviam na carne? M<strong>as</strong>, a vida<br />

carnal pereceu; além disso n<strong>as</strong>cemos do alto, no Espírito, e conhecemos outro estilo <strong>de</strong><br />

vida, outro estado, a saber, o celeste. E ainda mostra que Cristo é o autor <strong>de</strong>sse benefício<br />

e, por isso, complementa: mesmo se conhecemos a Cristo segundo a carne, agora já não<br />

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