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Esta permissão impe<strong>de</strong> mais vigorosamente do que uma proibição. O Apóstolo retirao<br />

da Igreja e o reenvia à sua própria c<strong>as</strong>a. Desta forma com força os atinge e ridiculariza,<br />

enquanto escravos do ventre, que não po<strong>de</strong>m esperar um pouco. Não disse: se alguém<br />

<strong>de</strong>spreza os pobres, m<strong>as</strong>: “Se alguém tem fome”, como se fal<strong>as</strong>se a crianç<strong>as</strong> que não<br />

suportam a fome, como animais que servem o ventre. Pois seria <strong>as</strong>saz ridículo que, por<br />

causa da fome, alguém comesse em c<strong>as</strong>a. M<strong>as</strong> não b<strong>as</strong>tou e acrescentou o que é mais<br />

terrível: A fim <strong>de</strong> não vos reunir<strong>de</strong>s para a vossa con<strong>de</strong>nação.<br />

Que não vos acarrete c<strong>as</strong>tigo, nem suplício, visto que injuriais a Igreja, e causais<br />

vergonha ao irmão. Com efeito, vós vos reunis, diz ele, para vos amar<strong>de</strong>s mutuamente,<br />

ser<strong>de</strong>s auxiliados e ajudar<strong>de</strong>s. Do contrário, melhor seria comer em c<strong>as</strong>a. Assim se<br />

exprimia para atraí-los mais. Por isso, indicou-lhes o dano dali proveniente, e afirmou<br />

não se tratar <strong>de</strong> culpa pequena; além disso, <strong>de</strong> todos os modos os atemorizou, por meio<br />

dos mistérios, dos doentes, dos mortos, e dos outros c<strong>as</strong>os supramencionados. Em<br />

seguida, <strong>de</strong> outra forma ainda os <strong>as</strong>susta, dizendo:<br />

Quanto ao mais, eu o <strong>de</strong>terminarei quando aí chegar.<br />

Ou para outros fins, ou por este mesmo. Como era provável que lhes <strong>de</strong>clar<strong>as</strong>se<br />

outros motivos ainda, e não tinha podido corrigir tudo por meio da carta, disse: Por<br />

enquanto, observai aquilo sobre que adverti. Se tiver<strong>de</strong>s algo mais a dizer, reservai até<br />

minha <strong>vol</strong>ta. Ou fala a respeito disso, conforme mencionei, ou <strong>de</strong> outr<strong>as</strong> questões, menos<br />

urgentes. Assim proce<strong>de</strong> fazendo-os mais diligentes; preocupados com a sua <strong>vol</strong>ta,<br />

haveriam <strong>de</strong> emendar-se dos pecados. Não era sem importância o retorno <strong>de</strong> Paulo;<br />

mostrando-o, dissera: “Julgando que eu não <strong>vol</strong>taria a ter convosco, alguns se<br />

encheram <strong>de</strong> orgulho” (1Cor 4,18); e em outra p<strong>as</strong>sagem, ainda: “Não na minha<br />

presença, m<strong>as</strong> também particularmente agora na minha ausência, operai a vossa salvação<br />

com temor e tremor” (Fl 2,12).<br />

Por conseguinte, não só prometeu ir, para evitar que não acredit<strong>as</strong>sem e se torn<strong>as</strong>sem<br />

mais negligentes, m<strong>as</strong> acrescentou que era necessária sua ida, dizendo: “Quanto ao mais,<br />

eu o <strong>de</strong>terminarei quando aí chegar”. Manifesta que o levaria para lá a correção do<br />

restante, embora não se apress<strong>as</strong>se <strong>de</strong> forma alguma.<br />

Ouvindo-o, tenhamos muito cuidado com os pobres, mantenhamos o controle do<br />

estômago, livremo-nos da embriaguez, esforcemo-nos por participar dignamente dos<br />

mistérios; não nos impacientemos diante dos sofrimentos próprios ou alheios. Por<br />

exemplo, <strong>as</strong> mortes prematur<strong>as</strong> e <strong>as</strong> doenç<strong>as</strong> <strong>de</strong>morad<strong>as</strong>. Servem <strong>de</strong> libertação dos<br />

suplícios, <strong>de</strong> correção, <strong>de</strong> ótima admoestação. Quem o <strong>as</strong>segura? Quem possuía a falar<br />

em si o próprio Cristo. No entanto, mesmo agora, muit<strong>as</strong> mulheres são tão <strong>de</strong>sarrazoad<strong>as</strong><br />

que no luto excessivo superam os próprios infiéis; outr<strong>as</strong> <strong>as</strong>sim agem porque ofuscad<strong>as</strong><br />

pela dor; outr<strong>as</strong>, por ostentação, a fim <strong>de</strong> evitarem censura dos estranhos. Afirmo que<br />

principalmente est<strong>as</strong> não merecem <strong>de</strong>sculpa. Diz-se: A fim <strong>de</strong> que Fulano não censure,<br />

que Deus censure; para que homens mais loucos do que os irracionais não con<strong>de</strong>nem,<br />

são conculcad<strong>as</strong> <strong>as</strong> leis do rei do universo. Tais ações quantos raios merecem? Se<br />

alguém, após o luto, for convidado para um banquete fúnebre, não recusa, porque é<br />

costume; a Deus, porém, que promulga a lei <strong>de</strong> não se l<strong>as</strong>timarem, todos contradizem<br />

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