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tais preceitos e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> entregar aquela Ceia, nada acrescentou. Em seguida, narra o<br />

que então se realizou: “Tomou o pão e, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> dar graç<strong>as</strong>, partiu-o e disse: ‘Tomai,<br />

comei. Isto é o meu corpo, que é dado por vós’”. Se, portanto, tu te aproxim<strong>as</strong> da<br />

Eucaristia, nada pratiques <strong>de</strong> indigno <strong>de</strong>sta Ceia, não envergonhes o irmão, não<br />

<strong>de</strong>sprezes o faminto, não te embriagues, nem injuries a Igreja. Aproxima-te dando graç<strong>as</strong><br />

pelo dom que recebeste; por conseguinte, retribui por tua vez, e do teu próximo não te<br />

apartes. Efetivamente, Cristo a <strong>de</strong>u igualmente a todos, dizendo: “Tomai, comei”. Ele<br />

<strong>de</strong>u igualmente seu corpo; tu, porém, não dás igualmente nem o pão comum? Pois por<br />

todos foi <strong>de</strong> modo semelhante partido, e <strong>de</strong>u em geral o corpo por todos.<br />

25. Do mesmo modo, após a Ceia, também tomou o cálice, dizendo: “Este cálice é a<br />

nova Aliança no meu sangue; tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> vezes que <strong>de</strong>le beber<strong>de</strong>s, fazei-o em memória <strong>de</strong><br />

mim.”<br />

O que dizes? Tu o celebr<strong>as</strong> em memória <strong>de</strong> Cristo, e <strong>de</strong>sprez<strong>as</strong> os pobres, sem<br />

estremecer? Se o fizesses em memória <strong>de</strong> um filho ou <strong>de</strong> um irmão falecido, tua<br />

consciência te acusaria se não seguisses o costume e não convid<strong>as</strong>ses os pobres; ao<br />

fazeres, contudo, a memória do teu Senhor, não queres ao menos dar participação na<br />

mesa? O que significa: “Este cálice é a nova Aliança”? Cálices no Antigo Testamento<br />

eram <strong>as</strong> libações e o sangue <strong>de</strong> animais; <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sacrificarem, recolhiam o sangue em<br />

cálices e fr<strong>as</strong>cos, e <strong>as</strong>sim faziam <strong>as</strong> libações. Uma vez que trocou o sangue dos animais<br />

pelo seu próprio, a fim <strong>de</strong> que ninguém se perturb<strong>as</strong>se ao ouvir isso, rememorou aquele<br />

antigo sacrifício. Em seguida, referindo-se àquela Ceia, o Apóstolo uniu a presente àquela<br />

que então se realizou <strong>de</strong> sorte que eles se sentissem, <strong>de</strong> certo modo, reclinados no<br />

mesmo estrado, e recebendo do próprio Cristo esta vítima; e disse:<br />

26. Pois tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> vezes que comeis <strong>de</strong>sse pão e bebeis <strong>de</strong>sse cálice, anunciais a morte<br />

do Senhor até que ele venha. Assim como Cristo disse sobre o pão e o cálice: “Fazei-o<br />

em memória <strong>de</strong> mim”, revelando-nos o motivo da instituição do mistério, e <strong>de</strong>clarou<br />

que, com os outros, também este é suficiente fundamento para a pieda<strong>de</strong> – ao meditares<br />

o que o Senhor sofreu por tua causa, terás maior amor à sabedoria – também Paulo<br />

afirmou aqui: “Tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> vezes que comeis... anunciais a sua morte”. É disto que consta<br />

aquela Ceia. Além disso, tendo manifestado que ela permanece até a consumação, disse:<br />

“Até que ele venha”.<br />

<strong>27</strong>. Eis por que todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor<br />

indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor.<br />

Por quê? Porque o <strong>de</strong>rramou, e com isso apresentou uma imolação, e não mais um<br />

sacrifício. Como outrora os que o tr<strong>as</strong>p<strong>as</strong>saram, não o tr<strong>as</strong>p<strong>as</strong>saram para bebê-lo, m<strong>as</strong><br />

para <strong>de</strong>rramá-lo, <strong>as</strong>sim age também quem participa indignamente, e daí não retira fruto<br />

algum. Viste que palavra terrível pronunciou, e como os atacou com força, mostrando<br />

que, se bebessem, <strong>de</strong>ste modo seriam indignos partícipes d<strong>as</strong> oferend<strong>as</strong>? Então não o faz<br />

indignamente quem <strong>de</strong>spreza o faminto? Quem o enche <strong>de</strong> confusão por seu <strong>de</strong>sprezo?<br />

De fato, se não <strong>de</strong>r aos pobres, lança fora do reino dos céus, mesmo se for uma virgem;<br />

ou antes, se não <strong>de</strong>r largamente, pois aquel<strong>as</strong> virgens tinham óleo, m<strong>as</strong> não fartamente,<br />

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