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pon<strong>de</strong>ra o gran<strong>de</strong> mal que consiste em ter praticado tant<strong>as</strong> cois<strong>as</strong> absurd<strong>as</strong>.<br />

Que cois<strong>as</strong> absurd<strong>as</strong>? – diz-se. Por que dizes: Quais absurdos? Foste participante <strong>de</strong><br />

tal mesa e quando <strong>de</strong>vi<strong>as</strong> ser o mais manso <strong>de</strong> todos e semelhante aos anjos, tu te fizeste<br />

o mais cruel <strong>de</strong> todos. Prov<strong>as</strong>te do sangue do Senhor, e não reconheces o irmão; que<br />

perdão mereces? Embora antes ignor<strong>as</strong>ses, <strong>de</strong>vi<strong>as</strong> reconhecê-lo por causa <strong>de</strong>ssa mesa;<br />

agora, porém, ultraj<strong>as</strong> a própria mesa, enquanto aquele que mereceu ser <strong>de</strong>la<br />

participante, julg<strong>as</strong> indigno <strong>de</strong> teus alimentos. Não ouviste quanto sofreu aquele que<br />

exigia cem <strong>de</strong>nários? De que modo per<strong>de</strong>u o dom que recebera? Não pens<strong>as</strong> no que er<strong>as</strong><br />

e no que te torn<strong>as</strong>te? Não record<strong>as</strong> que foste mais pobre em bo<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> do que um pobre<br />

relativamente às riquez<strong>as</strong>, porque onerado <strong>de</strong> mil pecados? Todavia, Deus te livrou <strong>de</strong><br />

todos eles, tu te torn<strong>as</strong>te digno <strong>de</strong> tal mesa; tu, contudo, nem <strong>as</strong>sim te fizeste mais<br />

benigno. Por conseguinte, nada mais resta senão seres entregue aos carr<strong>as</strong>cos.<br />

Escutemos também est<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong> todos nós quantos juntamente com os pobres nos<br />

aproximamos <strong>de</strong>ssa sagrada mesa. No entanto, saindo daqui, parecemos nem vê-los, m<strong>as</strong><br />

ébrios p<strong>as</strong>samos ao lado dos carentes. Disto eram acusados os coríntios. E, pergunt<strong>as</strong>,<br />

quando isso acontece? Sempre, principalmente nos di<strong>as</strong> <strong>de</strong> festa, quando <strong>de</strong> modo<br />

especial não <strong>de</strong>via acontecer. Então, logo após a comunhão, vos entregais à embriaguez e<br />

ao <strong>de</strong>sprezo dos pobres; e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> teres recebido o sangue, tempo <strong>de</strong> jejum e <strong>de</strong><br />

sobrieda<strong>de</strong>, vós vos embriagais e saturais. Ao encontrares uma ótima refeição, tom<strong>as</strong> a<br />

precaução <strong>de</strong> que outro alimento ruim não estrague o primeiro, m<strong>as</strong> após te alimentares<br />

espiritualmente, consomes iguari<strong>as</strong> satânic<strong>as</strong>. Pensa no que fizeram os apóstolos,<br />

partícipes daquel<strong>as</strong> sagrad<strong>as</strong> Cei<strong>as</strong>. Não retornavam à oração e à celebração dos hinos?<br />

Às sagrad<strong>as</strong> vigíli<strong>as</strong>? Às long<strong>as</strong> instruções, transbordantes <strong>de</strong> sabedoria? O Senhor lhes<br />

narrava e or<strong>de</strong>nava cois<strong>as</strong> gran<strong>de</strong>s e admiráveis, <strong>de</strong>pois que Jud<strong>as</strong> saiu para chamar os<br />

que o haveriam <strong>de</strong> crucificar. Não ouvistes como aqueles três mil homens que<br />

participavam da comunhão, sempre perseveravam na oração e na doutrina, não em<br />

embriaguez, nem em sacieda<strong>de</strong>? Tu, contudo, antes <strong>de</strong> a receberes, jeju<strong>as</strong>, a fim <strong>de</strong><br />

pareceres <strong>de</strong> certo modo digno da comunhão; <strong>de</strong>pois da recepção, contudo, quando<br />

<strong>de</strong>veri<strong>as</strong> aumentar a temperança, arruín<strong>as</strong> tudo. Ora, não é o mesmo jejuar antes ou<br />

<strong>de</strong>pois; em ambos os tempos, <strong>de</strong>ves ser temperante, principalmente <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> receberes<br />

o esposo: antes, na verda<strong>de</strong>, para seres digno <strong>de</strong> receber; <strong>de</strong>pois, para não pareceres<br />

indigno do que recebeste. Como? Devo jejuar <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> receber? Não o digo; não te<br />

obrigo. Seria ótimo. Não obrigo, m<strong>as</strong> exorto a não te entregares às <strong>de</strong>líci<strong>as</strong> além da<br />

medida. Paulo também <strong>de</strong>clarou que jamais convém entregar-se às <strong>de</strong>líci<strong>as</strong>: “M<strong>as</strong> a que<br />

só busca prazer, mesmo se vive, já está morta” (1Tm 5,6); muito mais então tu<br />

morrerás. Se os prazeres são morte para a mulher, mais ainda para o homem; e se em<br />

outr<strong>as</strong> oc<strong>as</strong>iões <strong>as</strong> <strong>de</strong>líci<strong>as</strong> arruínam, muito mais <strong>de</strong>pois da comunhão dos mistérios. Tu,<br />

porém, ao receberes o pão da vida, pratic<strong>as</strong> ação digna <strong>de</strong> morte, e não sentes horror?<br />

Não sabes quantos males <strong>as</strong> <strong>de</strong>líci<strong>as</strong> acarretam? O riso imo<strong>de</strong>rado, <strong>as</strong> palavr<strong>as</strong><br />

<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nad<strong>as</strong>, <strong>as</strong> expressões pernicios<strong>as</strong>, <strong>as</strong> futilida<strong>de</strong>s inúteis e <strong>de</strong>mais cois<strong>as</strong> que nem é<br />

lícito dizer. E isso fazes <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> teres usufruído da mesa <strong>de</strong> Cristo, no mesmo dia em<br />

que foste digno <strong>de</strong> tocar com a língua o seu corpo. Qualquer um que sej<strong>as</strong>, para tal não<br />

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