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essurreição, muitos se apoiam na posição dos <strong>as</strong>tros em seu n<strong>as</strong>cimento, outros se<br />

aplicam a observações, aos vaticínios, augúrios e símbolos, outros usam amuletos e<br />

feitiços. M<strong>as</strong>, falaremos enfim contra eles, após o discurso contra os gregos; por<br />

enquanto, guardai o que foi dito, entrai comigo na luta, e através <strong>de</strong> vossa vida, atraí-os e<br />

convertei-os. Na verda<strong>de</strong>, como sempre repito, aquele que ensina a sabedoria <strong>de</strong>ve<br />

primeiro transmiti-la pelo exemplo, e torná-la <strong>de</strong>sejável aos ouvintes.<br />

Sejamos, portanto, amáveis, e atraiamos a amiza<strong>de</strong> dos gregos. Assim suce<strong>de</strong>rá se<br />

estivermos prontos não só a fazer o bem, m<strong>as</strong> também a suportar os males. Não vemos<br />

<strong>as</strong> crianç<strong>as</strong> no colo dos pais, como batem do rosto dos que <strong>as</strong> carregam e como <strong>de</strong> bom<br />

grado o pai permite que o filho expanda a raiva, e alegra-se quando o vê sossegado?<br />

Assim também façamos nós, e falemos aos gregos como os pais aos filhos. Todos os<br />

gregos, <strong>de</strong> fato, são crianç<strong>as</strong>; e alguns <strong>de</strong>les afirmaram que eles são sempre crianç<strong>as</strong>, e<br />

não envelhecem. As crianç<strong>as</strong> não se preocupam com o que é sério. Assim também os<br />

gregos sempre querem brincar, e <strong>de</strong>itam-se no chão e o apreciam. As crianç<strong>as</strong>, porém,<br />

quando lhes falamos do necessário, nada percebem, m<strong>as</strong> riem sempre. Igualmente os<br />

gregos, ao falarmos do reino, riem. Como os pequeninos muit<strong>as</strong> vezes babam e sujam a<br />

comida e a bebida, <strong>as</strong>sim <strong>as</strong> palavr<strong>as</strong> que saem da boca dos gregos são vãs e impur<strong>as</strong>; e<br />

se lhes <strong>de</strong>res o alimento necessário, xingam os que lho oferecem e é preciso retirá-lo. As<br />

crianç<strong>as</strong> também, se virem entrar um ladrão, e tirar o que se acha <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> c<strong>as</strong>a, não<br />

somente não o expulsam, m<strong>as</strong> sorriem para o larápio. Se, porém, lhe tir<strong>as</strong> um cestinho ou<br />

os sistros, ou outro brinquedo qualquer, não o toleram, ficam irad<strong>as</strong>, agitam-se<br />

convulsivamente e sapateiam. Assim também os gregos, vendo o diabo que lhes rouba<br />

todos os bens paternos e os que lhes sustentam a vida, riem e acorrem como a um<br />

amigo; se, contudo, alguém lhe tira <strong>as</strong> posses, ou riquez<strong>as</strong> ou algo pueril, lamentam-se,<br />

condoem-se, <strong>de</strong>batem-se. E como <strong>as</strong> crianç<strong>as</strong> antes do uso da razão <strong>de</strong>spem-se, sem<br />

pudor, <strong>as</strong>sim os gregos re<strong>vol</strong>vem-se em luxúria e adultério, contra <strong>as</strong> leis da natureza, e<br />

em uniões ilícit<strong>as</strong>, e não se envergonham. Aplaudistes muito, louv<strong>as</strong>tes; além dos<br />

aplausos, provi<strong>de</strong>nciai para que também <strong>de</strong> vós não se diga isto. Por isso, exorto-vos a<br />

todos: Se<strong>de</strong> homens! Somos crianç<strong>as</strong>? De que modo educar para sermos homens? Como<br />

af<strong>as</strong>tar da insipiência infantil? Sejamos, portanto, homens, para chegarmos à medida da<br />

ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cristo e alcançarmos os bens futuros, pela graça e amor aos homens etc.<br />

QUINTA HOMILIA<br />

26. Ve<strong>de</strong>, pois, quem sois, irmãos, vós que recebestes o chamado <strong>de</strong> Deus; não há entre<br />

vós muitos sábios segundo a carne, nem muitos po<strong>de</strong>rosos, nem muitos nobres.<br />

<strong>27</strong>. M<strong>as</strong> o que é loucura no mundo, Deus o escolheu para confundir os sábios;<br />

Ao afirmar: “o que é loucura <strong>de</strong> Deus é mais sábio do que os homens”, o Apóstolo<br />

mostra que a sabedoria humana é rejeitada pelo testemunho d<strong>as</strong> Escritur<strong>as</strong> e pela<br />

experiência. Pelo testemunho, nesses termos: “Destruirei a sabedoria dos sábios”, e<br />

pela experiência, com a interrogação: “On<strong>de</strong> está o sábio? On<strong>de</strong> está o escriba?” Ainda<br />

<strong>de</strong>monstra não ser um fato novo, m<strong>as</strong> antigo, enquanto já fora prefigurado e predito:<br />

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