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12. Pecando <strong>as</strong>sim contra vossos irmãos e ferindo a sua consciência, que é fraca, é<br />

contra Cristo que pecais.<br />

Vês que ele insensivelmente e aos poucos coloca aquele pecado no cume da<br />

iniquida<strong>de</strong>? Mais uma vez rememora a fraqueza <strong>de</strong>les. Pois o que eles consi<strong>de</strong>ravam <strong>de</strong><br />

seu próprio interesse, sempre ele faz reverter sobre a cabeça <strong>de</strong>les. Não disse:<br />

escandalizando, m<strong>as</strong>: “Ferindo”, para mostrar com a ênf<strong>as</strong>e a cruelda<strong>de</strong> do fato. O que<br />

mais cruel que um homem a ferir um doente? De fato, escandalizar é mais grave do que<br />

qualquer ferimento; muit<strong>as</strong> vezes provoca a morte. E como pecam contra Cristo?<br />

Primeiro, na verda<strong>de</strong>, porque ele atribui a si mesmo os ataques a seus próprios servos;<br />

em segundo lugar, porque os que batem pertencem a seu corpo e a seus membros; em<br />

terceiro lugar, porque somos obra sua; eles <strong>de</strong>stroem por ambição o que ele construiu<br />

através <strong>de</strong> sua imolação.<br />

13. Eis porque, se um alimento é oc<strong>as</strong>ião <strong>de</strong> queda para meu irmão, para sempre<br />

<strong>de</strong>ixarei <strong>de</strong> comer carne,<br />

Pratica o que faz um ótimo mestre o qual ensina pelo exemplo o que diz. E não disse:<br />

quer seja justa ou injustamente, m<strong>as</strong> <strong>de</strong> qualquer modo. Nem me refiro, afirma ele, à<br />

carne imolada aos ídolos, proibida por outros motivos, m<strong>as</strong> se um alimento permitido e<br />

lícito escandaliza, também disso me absterei, não somente um ou outro dia, m<strong>as</strong> por toda<br />

a vida: “Para sempre <strong>de</strong>ixarei <strong>de</strong> comer carne”. Nem disse: para não induzir meu irmão<br />

a se per<strong>de</strong>r, m<strong>as</strong> simplesmente: a fim <strong>de</strong> não causar a queda <strong>de</strong> meu irmão.<br />

Efetivamente, seria extrema loucura menosprezarmos aquilo em que Cristo punha o<br />

maior empenho e tanto que por isso escolhera a morte, <strong>de</strong> sorte que nem ao menos nos<br />

abstenhamos daqueles alimentos. Est<strong>as</strong> cois<strong>as</strong>, <strong>de</strong> fato, não são dit<strong>as</strong> somente a eles, m<strong>as</strong><br />

igualmente <strong>de</strong> maneira oportuna a nós, que <strong>de</strong>sprezamos a salvação do próximo, e<br />

proferimos aquel<strong>as</strong> satânic<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong>. Pois dizer: O que me importa se um se<br />

escandaliza e outro se per<strong>de</strong>? Seria cruel e <strong>de</strong>sumano. Ora, então eles se escandalizavam<br />

por fraqueza; para nós não acontece o mesmo. Pecamos também quando<br />

escandalizamos os fortes. Pois, quando espancamos, roubamos, somos avarentos,<br />

tratamos como escravos a homens livres, quem não se escandalizaria? Por conseguinte,<br />

não dig<strong>as</strong>: Este é sapateiro, aquele é tintureiro, o outro é ferreiro, m<strong>as</strong> pon<strong>de</strong>ra que é um<br />

fiel, um irmão. Pois somos discípulos daqueles pescadores, publicanos, fabricantes <strong>de</strong><br />

tend<strong>as</strong>, discípulos daquele que foi nutrido na c<strong>as</strong>a <strong>de</strong> um operário, julgado digno <strong>de</strong> ter<br />

por esposa sua mãe, que foi <strong>de</strong>itado num presépio en<strong>vol</strong>vido em faix<strong>as</strong>, que não tinha<br />

on<strong>de</strong> reclinar a cabeça, que fez tant<strong>as</strong> viagens a ponto <strong>de</strong> se cansar da caminhada, e era<br />

sustentado por outros.<br />

Medita tudo isso e reputa por nada o orgulho humano; e consi<strong>de</strong>ra o fabricante <strong>de</strong><br />

tend<strong>as</strong> um irmão <strong>de</strong> igual modo que aquele que tem um carro, e inúmeros escravos, que<br />

abre p<strong>as</strong>sagem na praça entre os transeuntes; e aquele mais do que este. De fato,<br />

propriamente é tanto mais irmão quanto mais semelhante. Quem, portanto, mais se<br />

<strong>as</strong>semelha aos pescadores? Quem se sustenta com o labor cotidiano, não tem servo, nem<br />

domicílio, m<strong>as</strong> acha-se <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> tudo ou aquele que se cerca <strong>de</strong> tanto luxo, e age<br />

em oposição às leis divin<strong>as</strong>? Não <strong>de</strong>sprezes, portanto, aquele que é mais teu irmão, mais<br />

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