26.03.2018 Views

patrc3adstica-vol-27_2-comentc3a1rio-as-cartas-de-sao-paulo-sao-joao-crisc3b3stomo

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

surgem frequentes obstruções, e finalmente a lama se propaga até a parte superior. O<br />

mesmo acontece com o ventre <strong>de</strong>les; obstruído na parte inferior, os gazes em gran<strong>de</strong><br />

parte regurgitam. Ora, entre os pobres suce<strong>de</strong> o oposto. Qual fonte <strong>de</strong> água pura, que<br />

irriga jardins e prados, o ventre <strong>de</strong>les acha-se isento <strong>de</strong>sses excrementos. Ao contrário, os<br />

dos ricos, ou antes dos que se entregam às <strong>de</strong>líci<strong>as</strong>, estão repletos <strong>de</strong> humores<br />

prejudiciais, visgo, bílis, sangue corrupto, fluxos putrefatos etc. Em consequência, nem<br />

por breve tempo po<strong>de</strong> continuar incólume o que sempre vive entre <strong>de</strong>líci<strong>as</strong>, m<strong>as</strong> sofre <strong>de</strong><br />

perpétu<strong>as</strong> molésti<strong>as</strong>. Por isso, <strong>de</strong> bom grado pergunto-lhes por que os alimentos nos<br />

foram concedidos? Para nossa perdição ou para sermos alimentados? Para ficarmos<br />

doentes ou sadios? Fracos ou robustos? É claro que nos foram fornecidos os alimentos<br />

para a subsistência, a saú<strong>de</strong> e <strong>as</strong> forç<strong>as</strong>. Por que, então, abusais, em sentido contrário,<br />

por meio <strong>de</strong>les provocando doenç<strong>as</strong> e fraquez<strong>as</strong> corporais? Ao invés, o pobre por meio<br />

<strong>de</strong> alimento frugal, e em pequena quantida<strong>de</strong> adquire saú<strong>de</strong>, firmeza corporal, força. Por<br />

conseguinte, não chores por causa da pobreza, mãe da saú<strong>de</strong>, m<strong>as</strong> antes exulta; e se<br />

ambicion<strong>as</strong> riquez<strong>as</strong>, <strong>de</strong>spreza-<strong>as</strong>. A principal riqueza não consiste em possuí-l<strong>as</strong>, m<strong>as</strong><br />

nem mesmo em se preocupar <strong>de</strong> obtê-l<strong>as</strong>. Se o conseguirmos, teremos aqui na terra mais<br />

riquez<strong>as</strong> do que os ricos todos, e no além obteremos os bens futuros. Possamos alcançálos,<br />

pela graça e amor aos homens <strong>de</strong> nosso Senhor Jesus Cristo, ao qual com o Pai, na<br />

unida<strong>de</strong> do Espírito Santo glória, império, honra, agora e sempre e nos séculos dos<br />

séculos. Amém.<br />

Expansões e advertênci<strong>as</strong><br />

DÉCIMA TERCEIRA HOMILIA<br />

11. A nossa boca se abriu para vós, ó coríntios, o nosso coração se dilatou.<br />

12. Não é estreito o lugar que ocupais em nós, m<strong>as</strong> é em vossos corações que estais na<br />

estreiteza.<br />

Após ter explanado su<strong>as</strong> provações e aflições, nesses termos: “Por gran<strong>de</strong> paciência<br />

n<strong>as</strong> tribulações, n<strong>as</strong> necessida<strong>de</strong>s, n<strong>as</strong> angústi<strong>as</strong>, nos açoites, n<strong>as</strong> prisões, n<strong>as</strong><br />

<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns, n<strong>as</strong> fadig<strong>as</strong>, n<strong>as</strong> vigíli<strong>as</strong>”; e ter <strong>de</strong>clarado que constituem gran<strong>de</strong>s bens,<br />

<strong>as</strong>segura: “Como tristes e, não obstante, sempre alegres; como indigentes e, não<br />

obstante, enriquecendo a muitos; como nada tendo, embora tudo possuamos”; e então<br />

ainda <strong>de</strong>clarou que são arm<strong>as</strong>: “Como punidos e, não obstante, livres da morte”; e,<br />

além disso, <strong>as</strong>sinalou que gran<strong>de</strong> é para conosco a solicitu<strong>de</strong> e o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus: “Para<br />

que esse incomparável po<strong>de</strong>r seja <strong>de</strong> Deus e não <strong>de</strong> nós”; e em consequência enumerou<br />

todos os seus combates: “Incessantemente trazemos em nosso corpo a agonia <strong>de</strong><br />

Jesus”; e enuncia a mais importante prova da ressurreição: “A fim <strong>de</strong> que a vida <strong>de</strong><br />

Jesus seja também manifestada em nosso corpo mortal” e refere <strong>de</strong> que foi partícipe e o<br />

que lhe foi confiado: “Em nome <strong>de</strong> Cristo exercemos a função <strong>de</strong> embaixadores e por<br />

nosso intermédio é Deus mesmo que vos exorta”; e além disso que é ministro “não da<br />

letra, e sim, do Espírito”, e que não é respeitável somente por isso, m<strong>as</strong> também por<br />

causa d<strong>as</strong> provações: pela graça <strong>de</strong> Deus, “que nos carrega sempre em seu triunfo” – e<br />

444

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!