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palavr<strong>as</strong>: “Em Éfeso... se abriu uma porta larga, cheia <strong>de</strong> perspectiv<strong>as</strong> para mim, e os<br />

adversários são numerosos” (1Cor 16,9). Relembrando-lhes isso e expondo o que<br />

sofrera, disse: Não quero que ignoreis a tribulação que pa<strong>de</strong>cemos na Ásia. Declaravao<br />

também ao escrever aos efésios. Pois, enviando-lhes Tíquico, menciona que essa foi a<br />

causa <strong>de</strong> sua viagem, e por isso dizia: “Para saber<strong>de</strong>s o que se p<strong>as</strong>sa comigo e o que eu<br />

estou fazendo, envio-vos Tíquico, irmão amado e fiel ministro no Senhor. Ele vos dirá<br />

tudo o que se p<strong>as</strong>sa entre nós e consolará os vossos corações” (Ef 6,21-22). N<strong>as</strong> outr<strong>as</strong><br />

cart<strong>as</strong> também o faz. E não é inútil, m<strong>as</strong> sumamente necessário, em parte pela intensa<br />

carida<strong>de</strong> que tinha para com os discípulos, e em parte pel<strong>as</strong> <strong>as</strong>sídu<strong>as</strong> provações, n<strong>as</strong><br />

quais constituía imensa consolação ter certeza do estado d<strong>as</strong> cois<strong>as</strong> em amb<strong>as</strong> <strong>as</strong> partes.<br />

De fato, se fossem tristes os acontecimentos, que se prepar<strong>as</strong>sem para suportá-los e<br />

fossem mais precavidos e solícitos; do contrário, se fossem alegres e agradáveis,<br />

conjuntamente se alegr<strong>as</strong>sem. Finalmente, nessa p<strong>as</strong>sagem explana ao mesmo tempo o<br />

ataque d<strong>as</strong> provações e <strong>de</strong> que modo <strong>de</strong>l<strong>as</strong> se libertara.<br />

Acabrunhou-nos ao extremo, como um navio que vai afundando pelo excessivo peso.<br />

Ora, parece que tratam da mesma provação <strong>as</strong> du<strong>as</strong> locuções: “Ao extremo” e “além<br />

d<strong>as</strong> noss<strong>as</strong> forç<strong>as</strong>”, m<strong>as</strong> não é uma só, são du<strong>as</strong>. Pois, se alguém disser: Por que, se<br />

apesar <strong>de</strong> ser extremo o perigo, para vós não era gran<strong>de</strong>? Por isso acrescentou: Era<br />

gran<strong>de</strong> e superava noss<strong>as</strong> forç<strong>as</strong>, e ultrap<strong>as</strong>sava a ponto <strong>de</strong> per<strong>de</strong>rmos a esperança <strong>de</strong><br />

sobreviver.<br />

Isto é, não esperávamos mais viver. Davi chama <strong>de</strong> port<strong>as</strong> da morte, dores <strong>de</strong> parto,<br />

sombra da morte o que Paulo aqui enuncia: P<strong>as</strong>samos por tal perigo que perdêramos a<br />

esperança <strong>de</strong> sobreviver.<br />

9. Sim; recebêramos em nós mesmos a nossa sentença <strong>de</strong> morte, para que a nossa<br />

confiança já não se pu<strong>de</strong>sse fundar em nós mesmos, m<strong>as</strong> em Deus, que ressuscita os<br />

mortos.<br />

O que significa: “A nossa sentença <strong>de</strong> morte”? Sentença, juízo, expectativa. A<br />

realida<strong>de</strong> emitia ess<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong>, os acontecimentos davam-lhe resposta tal, isto é, que<br />

havia <strong>de</strong> morrer com toda certeza. De fato, os acontecimentos não chegaram a esse<br />

ponto, m<strong>as</strong> subsistiam em su<strong>as</strong> suspeit<strong>as</strong>. Embora segundo a natureza o pronunciara, no<br />

entanto o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus não permitiu que a sentença se realiz<strong>as</strong>se, m<strong>as</strong> somente suce<strong>de</strong>u<br />

em seu pensamento e em sua expectativa. Por isso diz: “Recebêramos em nós mesmos a<br />

nossa sentença <strong>de</strong> morte”, não na realida<strong>de</strong>. Por que ele permitiu que imaginássemos<br />

tamanho perigo, <strong>de</strong> forma que até perdêramos a esperança <strong>de</strong> viver? “Para que a nossa<br />

confiança já não se pu<strong>de</strong>sse fundar em nós mesmos, m<strong>as</strong> em Deus”.<br />

Paulo o dizia, não porque <strong>as</strong>sim pens<strong>as</strong>se, <strong>de</strong> forma alguma, m<strong>as</strong> enquanto instruía os<br />

outros por meio do que dizia <strong>de</strong> si, simultaneamente também zelosamente se mo<strong>de</strong>r<strong>as</strong>se.<br />

Na verda<strong>de</strong>, mais adiante afirma: “Foi-me dado um aguilhão na carne” (2Cor 12,7),<br />

isto é, tentações, para não me orgulhar.<br />

Ora, Deus não o permitiu por causa <strong>de</strong>le, m<strong>as</strong> por outro motivo. Qual? A fim <strong>de</strong> que<br />

brilh<strong>as</strong>se mais o seu po<strong>de</strong>r: “B<strong>as</strong>ta-te a minha graça, pois é na fraqueza que a força<br />

manifesta todo o seu po<strong>de</strong>r” (2Cor 12,9). Entretanto, segundo afirmei, o Apóstolo <strong>de</strong><br />

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