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não têm. Permita Deus que ninguém então se ache <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> consolo, m<strong>as</strong> todos<br />

<strong>de</strong>monstrem gran<strong>de</strong> amor ao próximo e com lâmpad<strong>as</strong> luzentes entrem em companhia do<br />

esposo. Certamente, nada <strong>de</strong> mais terrível, nada <strong>de</strong> mais doloroso do que a palavra então<br />

dirigida aos que partirem da terra sem terem dado muit<strong>as</strong> esmol<strong>as</strong>. Dirá o esposo: “Não<br />

vos conheço!” (Mt 25,12). Não aconteça que ouçamos essa palavra, m<strong>as</strong> aquela<br />

suavíssima e sumamente <strong>de</strong>sejável: “Vin<strong>de</strong>, benditos <strong>de</strong> meu Pai, recebei por herança o<br />

reino preparado para vós <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fundação do mundo” (ib. 34). Assim teremos uma vida<br />

feliz e gozaremos <strong>de</strong> todos os bens que superam todo entendimento humano. Possamos<br />

todos nós consegui-lo, pela graça e amor aos homens etc.<br />

TRIGÉSIMA PRIMEIRA HOMILIA<br />

21. Não po<strong>de</strong> o olho dizer à mão: “Não preciso <strong>de</strong> ti”; nem tampouco po<strong>de</strong> a cabeça<br />

dizer aos pés: “Não preciso <strong>de</strong> vós”.<br />

Após haver reprimido a inveja dos menores, e dissipado a tristeza que provavelmente<br />

haviam eles concebido porque os outros foram mais dotados, humilha o orgulho dos que<br />

haviam recebido dons maiores. Isso conseguira ao dissertar-lhes (pois afirmar que se<br />

tratava <strong>de</strong> dom, e não <strong>de</strong> uma boa obra era fazê-lo abertamente). Agora, porém, repete-o<br />

com energia, conservando idêntica imagem. Tomando como ponto <strong>de</strong> partida o corpo e a<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste, proce<strong>de</strong> à comparação com os membros. Era o que eles mais <strong>de</strong>sejavam<br />

saber. Porque não era tão apto a consolá-los afirmar que todos formavam um só corpo,<br />

quanto saber que os dons que possuíam não eram <strong>de</strong> forma alguma inferiores. E <strong>de</strong>clara:<br />

“Não po<strong>de</strong> o olho dizer à mão: ‘Não preciso <strong>de</strong> ti’; nem tampouco po<strong>de</strong> a cabeça dizer<br />

aos pés: ‘Não preciso <strong>de</strong> vós’”. Efetivamente, apesar <strong>de</strong> dom menor, no entanto, é<br />

necessário; e como sem aquele são muitos os impedimentos, <strong>as</strong>sim também sem este<br />

claudica a plenitu<strong>de</strong> da Igreja. E não <strong>as</strong>severou: Não dirá, e sim: “Não po<strong>de</strong> dizer”, <strong>de</strong><br />

sorte que, mesmo que quisesse, mesmo que dissesse, não po<strong>de</strong>ria, nem seria natural. Por<br />

isso, <strong>as</strong>sumindo os dois extremos, exerce neles a palavra: primeiro, <strong>de</strong> fato, a respeito da<br />

mão e do olho, e em segundo lugar, amplia o exemplo, tratando a respeito da cabeça e<br />

dos pés.<br />

O que é inferior aos pés? Ou o que é mais importante e necessário do que a cabeça?<br />

É o que principalmente constitui o homem, a saber, a cabeça. No entanto, não é<br />

autossuficiente, nem po<strong>de</strong> realizar tudo até o fim. Pois se <strong>as</strong>sim fosse, seriam supérfluos<br />

os pés. Entretanto não se <strong>de</strong>tém aí, m<strong>as</strong> procura outra hipérbole, conforme faz sempre,<br />

não ten<strong>de</strong>ndo até a igualda<strong>de</strong>, m<strong>as</strong> indo além. Por isso acrescenta:<br />

22. Pelo contrário, os membros do corpo que parecem mais fracos, são os mais<br />

necessários,<br />

23. e aqueles que julgamos menos dignos <strong>de</strong> honra, são os que cercamos <strong>de</strong> maior<br />

honra, e nossos membros que são menos <strong>de</strong>centes, nós os tratamos com mais <strong>de</strong>cência;<br />

Sempre ace<strong>de</strong> ao corpo, e <strong>de</strong>sta forma consola a um e reprime a outro. Não o digo,<br />

afirma ele, porque os maiores precisam dos menores, m<strong>as</strong> também porque têm gran<strong>de</strong><br />

necessida<strong>de</strong>. Se algo em nós é fraco, algo menos <strong>de</strong>cente, é necessário e o cercamos <strong>de</strong><br />

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