26.03.2018 Views

patrc3adstica-vol-27_2-comentc3a1rio-as-cartas-de-sao-paulo-sao-joao-crisc3b3stomo

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

levantarei”? Evi<strong>de</strong>ncia-se que foi <strong>de</strong>struído aquele mesmo que foi levantado. Por que<br />

acrescentou o evangelista: “Ele, porém, falava do templo do seu corpo” (Jo 2,19.21). Por<br />

que, então, <strong>de</strong>clara o Apóstolo: “E o que semei<strong>as</strong> não é o corpo da futura planta”?<br />

Quer dizer: não é uma espiga. É e não é a mesma. A mesma, na verda<strong>de</strong>, porque<br />

idêntica a essência; não é a mesma, porque esta é melhor, enquanto permanece a mesma<br />

essência, m<strong>as</strong> <strong>de</strong> beleza maior, pois ressurge renovada. Do contrário, não seria<br />

ressurreição se não ressuscit<strong>as</strong>se melhor. Por que Cristo <strong>de</strong>struiria o templo, se não fosse<br />

edificar um mais esplêndido? Disse isso aos que pensavam estar <strong>as</strong>segurando que o<br />

mesmo haveria <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>struído. Em seguida, para que não se pens<strong>as</strong>se que seria outro<br />

corpo, facilita o enigma e interpreta a palavra, não permitindo que o ouvinte enten<strong>de</strong>sse<br />

<strong>de</strong> modo diferente. Para que necessitamos falar? Escuta o que diz, como o interpreta.<br />

“E o que semei<strong>as</strong> não é o corpo da futura planta.” E logo acrescenta: “m<strong>as</strong> um<br />

simples grão, <strong>de</strong> trigo ou <strong>de</strong> qualquer outra espécie”.<br />

Isto é, não é a futura planta, a saber, não é <strong>as</strong>sim revestido, nem tem h<strong>as</strong>te e espig<strong>as</strong>,<br />

“m<strong>as</strong> um simples grão, <strong>de</strong> trigo ou <strong>de</strong> qualquer outra espécie”.<br />

38. Em seguida, Deus lhe dá corpo como quer;<br />

Certamente, replic<strong>as</strong>; m<strong>as</strong> isso é obra da natureza. De que natureza? Dize-me, por<br />

favor. Pois, também aqui, Deus faz tudo, não a natureza, nem a terra, nem a chuva. Por<br />

isso, <strong>as</strong>sinalando o fato, omite a terra, a chuva, o ar, o sol, <strong>as</strong> mãos do agricultor, e<br />

acrescenta: “Deus lhe dá corpo como quer”. Não perguntes, portanto, e indagues<br />

curiosamente como e por que razão, quando ouves referência ao po<strong>de</strong>r e à vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Deus.<br />

A cada uma d<strong>as</strong> sementes ele dá o corpo que lhe é próprio.<br />

On<strong>de</strong>, portanto, está o corpo estranho? Pois ele dá o que é próprio. Por isso quando<br />

diz: “E o que semei<strong>as</strong> não é o corpo da futura planta”, não quer dizer que ressurge uma<br />

essência por outra, m<strong>as</strong> que é melhor e mais esplêndida. “A cada uma d<strong>as</strong> sementes ele<br />

dá o corpo que lhe é próprio”. Daí já introduzir a diferença da ressurreição futura. Pelo<br />

fato <strong>de</strong> que o trigo é semeado e sobem tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> espig<strong>as</strong>, não julgues que <strong>as</strong> honr<strong>as</strong> são<br />

iguais na ressurreição. Ora, nem <strong>as</strong> sementes são <strong>de</strong> uma só espécie, porque um<strong>as</strong> são<br />

melhores, outr<strong>as</strong> piores. Por isso, ele acrescenta: “A cada uma d<strong>as</strong> sementes ele dá o<br />

corpo que lhe é próprio”. Enfim, não se contenta com isso, m<strong>as</strong> procura outra<br />

diferença, maior e mais manifesta. Na verda<strong>de</strong>, conforme disse, para que não penses, ao<br />

ouvir dizer que todos ressurgem, que usufruem <strong>de</strong> idênticos bens, lança previamente <strong>as</strong><br />

sementes <strong>de</strong>sta opinião, dizendo: cada um na própria or<strong>de</strong>m.<br />

Torna-o mais claro, dizendo:<br />

39. Nenhuma carne é igual às outr<strong>as</strong>,<br />

Por que me refiro às sementes? Tratemos disso também relativamente aos corpos,<br />

dos quais agora nos ocupamos. Por isso, adita: “m<strong>as</strong> uma é a carne dos homens, outra a<br />

carne dos quadrúpe<strong>de</strong>s, outra a dos pássaros, outra a dos peixes”.<br />

335

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!