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gran<strong>de</strong> pesar. Os lutadores, tanto os que ferem quanto os que são feridos, rangem os<br />

<strong>de</strong>ntes; e <strong>as</strong> parturientes, chei<strong>as</strong> <strong>de</strong> dores, fazem o mesmo. Por conseguinte, isto não é<br />

prazer, m<strong>as</strong> antes excesso da mente, tumulto e perturbação. Ou o momento após? Não o<br />

diri<strong>as</strong>. Nem diremos que a parturiente tem prazer, m<strong>as</strong> é liberada da dor. Não é<br />

propriamente prazer, m<strong>as</strong> antes fraqueza e dissolução; é gran<strong>de</strong> a diferença entre ambos.<br />

Qual é, portanto, o momento do prazer? Dize-me, por favor. Nenhum. E se existe é tão<br />

breve, que não se vê. Embora mil vezes lutarmos para o apreen<strong>de</strong>rmos e retermos, não o<br />

conseguiremos. O tempo do continente não é tal, porém; é espaçoso e evi<strong>de</strong>nte a todos;<br />

ou antes, toda a sua vida <strong>de</strong>corre no prazer, porque é coroado pela consciência,<br />

acalmados os turbilhões, e em parte alguma surge tumulto. Visto que este vive, portanto,<br />

no prazer, enquanto o libertino vive na tristeza e nos tumultos, fujamos da incontinência,<br />

abracemos a c<strong>as</strong>tida<strong>de</strong>, para conseguirmos os bens futuros, pela graça e amor aos<br />

homens etc.<br />

O fato da ressurreição<br />

III. A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS<br />

TRIGÉSIMA OITAVA HOMILIA<br />

15,1. Lembro-vos, irmãos, o evangelho que vos anunciei, que recebestes, no qual<br />

permaneceis firmes,<br />

2. e pelo qual sois salvos, se o guardais como vo-lo<br />

anunciei.<br />

Tendo terminado o discurso sobre os dons espirituais, o Apóstolo vai ao mais<br />

necessário, a saber, o problema da ressurreição. Neste ponto eles estavam gravemente<br />

falhos. E como relativamente ao corpo, quando a febre atinge <strong>as</strong> partes firmes, isto é, os<br />

nervos, <strong>as</strong> vei<strong>as</strong> e <strong>as</strong> partes vitais, o mal é irremediável, a não ser que o doente receba<br />

muito tratamento, havia perigo <strong>de</strong> acontecer o mesmo no presente c<strong>as</strong>o. O mal atacava<br />

<strong>as</strong> partes elementares da pieda<strong>de</strong>. Por isso Paulo emprega o maior zelo. Não era mais<br />

questão do comportamento, nem <strong>de</strong> que um fornicava, outro praticava a avareza, um<br />

outro velava a cabeça, m<strong>as</strong> o sermão versava sobre os bens principais, porque eles<br />

disputavam entre si a respeito da própria ressurreição. Visto que aí está toda a nossa<br />

esperança, contra ela o diabo insistia vigorosamente; por vezes a negava inteiramente,<br />

outr<strong>as</strong> vezes dizia que já acontecera. Por esse motivo, Paulo, ao escrever a Timóteo,<br />

chamou essa opinião <strong>de</strong> gangrena e aponta os que a introduziam, dizendo: “Entre os<br />

quais se acham Himeneu e Fileto. Eles se <strong>de</strong>sviaram da verda<strong>de</strong>, dizendo que a<br />

ressurreição já se realizou; estão pervertendo a fé <strong>de</strong> vários” (1Tm 2,17). Ora, algum<strong>as</strong><br />

vezes diziam isso, outr<strong>as</strong> vezes afirmavam que o corpo não ressurge, e a ressurreição<br />

consta apen<strong>as</strong> da purificação da alma. O <strong>de</strong>mônio maligno persuadia-os a <strong>as</strong>severarem<br />

ess<strong>as</strong> cois<strong>as</strong>, não só querendo perverter a fé na ressurreição, m<strong>as</strong> também mostrar que<br />

eram mitos os eventos que se <strong>de</strong>ram em nosso favor. Se fic<strong>as</strong>sem persuadidos <strong>de</strong> que<br />

não há ressurreição dos corpos, aos poucos ele os convenceria <strong>de</strong> que nem Cristo<br />

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