26.03.2018 Views

patrc3adstica-vol-27_2-comentc3a1rio-as-cartas-de-sao-paulo-sao-joao-crisc3b3stomo

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

disposições, e conseguiremos mais esplêndid<strong>as</strong> coro<strong>as</strong>. Possamos obtê-l<strong>as</strong> todos nós, pela<br />

graça e amor aos homens <strong>de</strong> nosso Senhor Jesus Cristo, ao qual com o Pai, na unida<strong>de</strong><br />

do Espírito Santo glória, império, honra, agora e sempre e pelos séculos dos séculos.<br />

Amém.<br />

O exemplo <strong>de</strong> Paulo<br />

VIGÉSIMA PRIMEIRA HOMILIA<br />

9,1. Não sou um apóstolo? Não sou livre? Não vi a Jesus, nosso Senhor? Não sois<br />

minha obra no Senhor?<br />

Tendo Paulo afirmado: “Se um alimento é oc<strong>as</strong>ião <strong>de</strong> queda para meu irmão, para<br />

sempre <strong>de</strong>ixarei <strong>de</strong> comer carne” (o que, <strong>de</strong> fato, não fizera, m<strong>as</strong> prometera fazer, se<br />

necessário), a fim <strong>de</strong> que ninguém retruc<strong>as</strong>se: Em vão te glori<strong>as</strong>, pens<strong>as</strong> com sabedoria e<br />

prometes com palavr<strong>as</strong> o que facilmente posso também eu e um outro qualquer. Se fal<strong>as</strong><br />

sinceramente, mostra realmente por obr<strong>as</strong> o que <strong>de</strong>sprez<strong>as</strong> para não seres oc<strong>as</strong>ião <strong>de</strong><br />

queda para teu irmão. Então, é obrigado enfim a <strong>de</strong>scer a tal <strong>de</strong>monstração, manifestar<br />

como se absteve <strong>de</strong> cois<strong>as</strong> permitid<strong>as</strong>, sem coação <strong>de</strong> lei alguma. E isso não é espantoso,<br />

apesar <strong>de</strong> ser admirável a abstenção <strong>de</strong> cois<strong>as</strong> lícit<strong>as</strong>, não só a fim <strong>de</strong> evitar escândalo,<br />

m<strong>as</strong> ainda com imenso labor e gran<strong>de</strong> perigo. O que se <strong>de</strong>ve dizer, <strong>de</strong>clara, d<strong>as</strong> carnes<br />

imolad<strong>as</strong> aos ídolos? Pois como Cristo estabeleceu que os pregadores do evangelho<br />

vivam do ministério do ensino, eu não o fiz; m<strong>as</strong> <strong>de</strong>cidi, se fosse preciso, morrer <strong>de</strong> fome<br />

e sofrer morte cru<strong>de</strong>líssima para não aceitar coisa alguma dos que eram catequizados.<br />

Não que recusar fosse oc<strong>as</strong>ião <strong>de</strong> escândalo, m<strong>as</strong> porque <strong>de</strong>via edificá-los, o que<br />

significava muito mais. E aduz por testemunh<strong>as</strong> do fato aqueles entre os quais viveu<br />

trabalhando e p<strong>as</strong>sando fome, sustentado por outros, angustiado, para não dar oc<strong>as</strong>ião <strong>de</strong><br />

queda, embora fosse escândalo <strong>de</strong>sarrazoado, porque ele cumpria a lei; todavia poupavaos<br />

excessivamente. Se o que fazia era acima da lei, a fim <strong>de</strong> não ser oc<strong>as</strong>ião <strong>de</strong> queda e<br />

absteve-se mesmo do que lhe era lícito no intuito <strong>de</strong> edificar, o que merecem os que não<br />

se abstêm da carne sacrificada aos ídolos? E isso quando muitos perecem, e certamente é<br />

possível sem escândalo evitar comer, pelo fato <strong>de</strong> ser a mesa dos <strong>de</strong>mônios. É <strong>de</strong>sse<br />

<strong>as</strong>sunto que trata todo o capítulo em muitos versículos. Importa, contudo, retomar a<br />

questão proposta mais acima. Conforme já mencionei, não a expôs claramente; nem<br />

imediatamente entrou na questão, m<strong>as</strong> começa por outro ponto, nesses termos: “Não sou<br />

apóstolo”? De fato, nest<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong> <strong>de</strong>vem ser feit<strong>as</strong> muit<strong>as</strong> distinções, e é Paulo quem<br />

<strong>as</strong> realiza. A fim <strong>de</strong> não se dizer: É permitido fazer o sinal da cruz e provar, no momento<br />

não insiste nisto, m<strong>as</strong> <strong>de</strong>clara: Mesmo que fosse lícito, não <strong>de</strong>ve ser feito por prejudicar<br />

os irmãos, e enfim mostra que não é lícito. Agora, porém, primeiro o comprova pelo que<br />

respeita a ele próprio; e querendo dizer que nada recebeu <strong>de</strong>les, não o enuncia<br />

imediatamente, m<strong>as</strong> primeiro <strong>de</strong>clara sua dignida<strong>de</strong>: “Não sou apóstolo?” “Não sou,<br />

porventura, livre?” Visando evitar a réplica: Se não recebeste, não aceit<strong>as</strong>te o que não te<br />

era permitido receber, em primeiro lugar ele enumera os motivos porque teria recebido <strong>de</strong><br />

direito, se o quisesse receber.<br />

Em seguida, para não parecer que incriminava a Pedro e aos seus, exprimindo-se<br />

162

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!