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epreensão, torn<strong>as</strong>se a dissertação menos aceitável. De fato, primeiro inclina-lhes os<br />

ouvidos, abrindo caminho à admoestação. Pretendia falar da esmola e por isso, primeiro<br />

disse: “Regozijo-me por po<strong>de</strong>r contar convosco em tudo”, <strong>de</strong>vido às bo<strong>as</strong> ações já<br />

realizad<strong>as</strong>, e tornando-os propensos a dar. E não disse imediatamente: Dai esmol<strong>as</strong>, m<strong>as</strong><br />

observa sua sagacida<strong>de</strong>, ao retomar o sermão <strong>de</strong> longe e <strong>de</strong> mais alto: “Nós vos damos a<br />

conhecer a graça que Deus conce<strong>de</strong>u às Igrej<strong>as</strong> da Macedônia”. Chama <strong>de</strong> graça para<br />

que não se orgulh<strong>as</strong>sem; e narra os feitos alheios, para estimular-lhes o zelo, por tal<br />

encômio. Aos macedônios tributa dois, ou antes três louvores: que suportam<br />

generosamente <strong>as</strong> tribulações; que tinham compaixão; que, embora sofressem penúria,<br />

eram munificentes, visto que seus bens lhe haviam sido raptados. Dava a enten<strong>de</strong>r tudo<br />

isso na carta que lhes escrevera, nesses termos: “Vós sois imitadores d<strong>as</strong> Igrej<strong>as</strong> <strong>de</strong> Deus<br />

que estão na Ju<strong>de</strong>ia; pois que da parte dos vossos conterrâneos tivestes <strong>de</strong> sofrer o<br />

mesmo que aquel<strong>as</strong> Igrej<strong>as</strong> sofreram da parte dos ju<strong>de</strong>us” (1Ts 2,14). Escuta <strong>as</strong> palavr<strong>as</strong><br />

que utiliza posteriormente ao escrever aos hebreus: “Aceit<strong>as</strong>tes com alegria a espoliação<br />

dos vossos bens” (Hb 10,34). A tal feito dá o nome <strong>de</strong> graça, não apen<strong>as</strong> para contê-los,<br />

m<strong>as</strong> também para estimulá-los, sem emulação. Para tal apõe o nome <strong>de</strong> irmãos, visando<br />

eliminar qualquer inveja, visto que se prepara para louvar em <strong>de</strong>m<strong>as</strong>ia os macedônios.<br />

Escuta o que, <strong>de</strong> fato, afirma acerca <strong>de</strong>les. Pois tendo dito: “Nós vos damos a conhecer<br />

a graça que Deus conce<strong>de</strong>u”, não disse: Que foi dada a esta ou àquela cida<strong>de</strong>; m<strong>as</strong><br />

louva a todo o povo nestes termos: “<strong>as</strong> Igrej<strong>as</strong> da Macedônia”. E logo narra qual foi a<br />

graça.<br />

2. Em meio às múltipl<strong>as</strong> tribulações que <strong>as</strong> puseram à prova, a sua copiosa alegria<br />

Vês a sagacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Paulo? Em primeiro lugar não formulou o que queria, m<strong>as</strong><br />

antepôs outra questão, a fim <strong>de</strong> não parecer agir <strong>de</strong> propósito, e chegou a este ponto por<br />

outra sequência <strong>de</strong> palavr<strong>as</strong>: “Em meio às múltipl<strong>as</strong> tribulações”. Era o que aos<br />

próprios macedônios escrevia: “Vós vos torn<strong>as</strong>tes imitadores do Senhor, acolhendo a<br />

Palavra com a alegria do Espírito Santo, apesar d<strong>as</strong> numeros<strong>as</strong> tribulações” (1Ts 1,6), e<br />

ainda: “Partindo <strong>de</strong> vós, se divulgou a Palavra do Senhor, não apen<strong>as</strong> pela Macedônia e<br />

Acaia, m<strong>as</strong> propagou-se por toda parte a fé que ten<strong>de</strong>s em Deus” (ib. 8). O que<br />

significam est<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong>: “Em meio às múltipl<strong>as</strong> tribulações que <strong>as</strong> puseram à prova, a<br />

sua copiosa alegria”? Amb<strong>as</strong> <strong>as</strong> cois<strong>as</strong> lhes suce<strong>de</strong>ram <strong>de</strong> modo admirável: a tribulação<br />

e a alegria. Daí n<strong>as</strong>ceu o que é incrível: Da aflição se originou tamanho prazer. A<br />

tribulação, apesar <strong>de</strong> ser muito gran<strong>de</strong>, não causara tristeza, m<strong>as</strong> oc<strong>as</strong>ionara imensa<br />

alegria. Certamente usava ess<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong> querendo ungi-los para a luta e transformá-los<br />

em homens generosos e constantes. Não haviam sido levemente afligidos, e sim <strong>de</strong> tal<br />

sorte que pela paciência a virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong>les fora comprovada; ou melhor, não disse: Pela<br />

paciência, m<strong>as</strong> através do que é mais significativo, pela alegria. E não aludiu<br />

simplesmente à alegria, e sim à abundância <strong>de</strong> alegria; pois era imensa e indizível a<br />

alegria que ali germinara.<br />

e a sua pobreza extrema transbordaram em tesouros <strong>de</strong> liberalida<strong>de</strong>.<br />

Amb<strong>as</strong> novamente em alto grau. As múltipl<strong>as</strong><br />

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