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alguma, a não ser do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus. Primeiramente, a novida<strong>de</strong> dos feitos instigava a<br />

animosida<strong>de</strong>. Quando alguém inova em cois<strong>as</strong> tais, o problema se torna mais grave,<br />

porque infringe os fundamentos dos antigos costumes e arranca <strong>as</strong> leis radicalmente.<br />

Acrescente-se que os arautos não pareciam fi<strong>de</strong>dignos. Com efeito, pertenciam à nação<br />

odiosa a todos, e eram tímidos e indoutos. Como, então, submeteram o orbe? De on<strong>de</strong><br />

vem que juntamente com vossos <strong>de</strong>uses expulsaram a vós e a vossos maiores, que se<br />

julgavam filósofos? Não é evi<strong>de</strong>nte que tinham Deus consigo? Tão preclaros feitos não<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do po<strong>de</strong>r humano, m<strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado e inefável po<strong>de</strong>r divino.<br />

Absolutamente não, replicam eles, m<strong>as</strong> usaram <strong>de</strong> magia. Então, <strong>de</strong>veriam aumentar o<br />

império dos <strong>de</strong>mônios, e ampliar o culto dos ídolos. Como este foi abolido e extinto,<br />

enquanto ao nosso suce<strong>de</strong> o oposto? Daí se evi<strong>de</strong>ncia que aconteceu segundo o plano <strong>de</strong><br />

Deus, e não somente pela pregação, m<strong>as</strong> pelo próprio modo <strong>de</strong> viver <strong>de</strong>les. Quando, <strong>de</strong><br />

fato, a virginda<strong>de</strong> germinou tanto por toda parte da terra? Quando houve tal <strong>de</strong>sprezo d<strong>as</strong><br />

riquez<strong>as</strong>, da vida e dos <strong>de</strong>mais bens? Com efeito, os perversos e os sedutores nada disso<br />

fizeram, m<strong>as</strong> exatamente o contrário. Ora, eles não só nos ensinaram, m<strong>as</strong> também<br />

praticaram um estilo <strong>de</strong> vida angélico, em nossa região, na dos bárbaros e até os confins<br />

da terra. Don<strong>de</strong> se vê que foi a força <strong>de</strong> Cristo que operou sempre, brilhando em todos<br />

os lugares e iluminando <strong>as</strong> mentes dos homens mais rapidamente do que um raio.<br />

Consi<strong>de</strong>rando tudo isso, e percebendo naquilo que já se realizou a prova evi<strong>de</strong>nte da<br />

verda<strong>de</strong> da promessa dos bens futuros, adorai conosco a invicta força do crucificado,<br />

para escapar<strong>de</strong>s dos tormentos intoleráveis e conseguir<strong>de</strong>s o reino eterno. Que o<br />

alcancemos todos nós, pela graça e amor aos homens etc.<br />

NONA HOMILIA<br />

8. Somos atribulados em tudo, m<strong>as</strong> não esmagados; postos em extrema dificulda<strong>de</strong>,<br />

m<strong>as</strong> não <strong>de</strong>sorientados;<br />

9. perseguidos, m<strong>as</strong> não abandonados;<br />

Continua o Apóstolo ainda a <strong>de</strong>monstrar que se trata em tudo <strong>de</strong> obra <strong>de</strong> Deus,<br />

reprimindo o orgulho dos que se gloriavam em si mesmos. Não é admirável apen<strong>as</strong> que<br />

guar<strong>de</strong>mos este tesouro em v<strong>as</strong>os <strong>de</strong> argila, m<strong>as</strong> que, sofrendo mil tribulações, e<br />

atingidos <strong>de</strong> todos os lados, o conservemos e não o percamos.<br />

Até mesmo se o v<strong>as</strong>o fosse <strong>de</strong> aço, não seria possível carregar tal tesouro, nem<br />

suportar tant<strong>as</strong> insídi<strong>as</strong>; no entanto nós o levamos e pela graça <strong>de</strong> Deus nada <strong>de</strong> grave<br />

pa<strong>de</strong>cemos. “Somos atribulados em tudo, m<strong>as</strong> não esmagados”. O que significa: “Em<br />

tudo”? Relativamente aos inimigos, aos amigos, às necessida<strong>de</strong>s, a outr<strong>as</strong> carênci<strong>as</strong>, aos<br />

nossos e aos inimigos. “M<strong>as</strong> não esmagados.” Vê que <strong>de</strong>clara ser tal a adversida<strong>de</strong> que<br />

se manifesta a força <strong>de</strong> Deus. “Somos atribulados em tudo, m<strong>as</strong> não esmagados; postos<br />

em extrema dificulda<strong>de</strong>, m<strong>as</strong> não <strong>de</strong>sorientados.” Isto é, não caímos num extremo. Em<br />

muit<strong>as</strong> oc<strong>as</strong>iões ficamos pesarosos e não conseguimos o que queremos, m<strong>as</strong> não a ponto<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sistirmos <strong>de</strong> nossos propósitos. Deus não permite tais dificulda<strong>de</strong>s para sermos<br />

vencidos, e sim para nos exercitarmos. “Perseguidos, m<strong>as</strong> não abandonados.”<br />

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