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sois <strong>de</strong> Cristo, e Cristo é <strong>de</strong> Deus.” Somos <strong>de</strong> Cristo <strong>de</strong> um modo e Cristo é <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong><br />

outro, e <strong>de</strong> outra forma o mundo é nosso. Nós somos <strong>de</strong> Cristo enquanto sua obra,<br />

Cristo é <strong>de</strong> Deus enquanto Filho genuíno, não feito; o mundo também não é nosso, nesse<br />

sentido. Por conseguinte, apesar <strong>de</strong> ser uma só a fórmula, o significado é diverso. Pois o<br />

mundo é nosso, enquanto feito por nossa causa; Cristo, porém, é <strong>de</strong> Deus, porque é do<br />

Pai, seu princípio; nós, contudo, somos <strong>de</strong> Cristo, porque por ele fomos criados. Se eles<br />

(os mestres) são vossos, por que fazeis o contrário, adotando o cognome <strong>de</strong>les, e não o<br />

<strong>de</strong> Cristo ou <strong>de</strong> Deus?<br />

4,1. Portanto, consi<strong>de</strong>rem-nos os homens como servidores <strong>de</strong> Cristo e administradores<br />

dos mistérios <strong>de</strong> Deus.<br />

Depois <strong>de</strong> rebaixar-lhes a arrogância, vê como já os reanima, dizendo: “Como<br />

servidores <strong>de</strong> Cristo”. Por isso, não <strong>de</strong>ixes <strong>de</strong> lado o Senhor, e não tomes o nome dos<br />

ministros e servidores. Chama-os, porém, <strong>de</strong> “administradores”, revelando que não a<br />

todos hão <strong>de</strong> ser dados os bens, m<strong>as</strong> àqueles a quem <strong>de</strong>vem ser dados e por quem<br />

<strong>de</strong>vem ser ministrados.<br />

2. Ora, o que se requer dos administradores é que seja fiel cada qual.<br />

Isto é, não usurpe o que pertence ao Senhor, nem o reivindique para si como se fosse<br />

o dono, m<strong>as</strong> trate os bens qual verda<strong>de</strong>iro administrador. É <strong>de</strong>ver do administrador<br />

administrar honestamente o que lhe for confiado, e não <strong>de</strong>clarar seu o que é do senhor;<br />

m<strong>as</strong>, ao contrário, <strong>de</strong>clarar ser do senhor o que lhe é peculiar. Cada um pensando nisto,<br />

quer tenha o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> falar, ou <strong>de</strong> usar dos bens (porque na verda<strong>de</strong>, os bens do senhor<br />

lhe foram confiados e não são seus), não retenha em seu po<strong>de</strong>r nem atribua a si os<br />

haveres <strong>de</strong> seu senhor, m<strong>as</strong> refira-os a Deus, doador <strong>de</strong> todos eles. Queres ver<br />

administradores fiéis? Escuta o que diz Pedro: “Ou por que não tirais os olhos <strong>de</strong> nós,<br />

como se fosse por nosso próprio po<strong>de</strong>r ou por nossa pieda<strong>de</strong> que fizemos este homem<br />

andar?” (At 3,12). E a Cornélio dizia: “Eu também sou apen<strong>as</strong> um homem” (At 10,26); e<br />

a Cristo: “Eis que nós <strong>de</strong>ixamos tudo e te seguimos” (Mt 19,<strong>27</strong>). E Paulo, tendo dito:<br />

“Trabalhei mais do que todos eles”, acrescentou: “Não eu, m<strong>as</strong> a graça <strong>de</strong> Deus que está<br />

comigo” (1Cor 15,10). E em outra p<strong>as</strong>sagem, dirigindo-se aos mesmos, dizia: “Que é que<br />

possuis que não tenh<strong>as</strong> recebido?” (1Cor 4,7). Nada tens <strong>de</strong> teu, nem dinheiro, nem<br />

palavra, nem a própria alma, pois também ela é do Senhor.<br />

Por conseguinte, quando necessário, também a esta hás <strong>de</strong> entregar. Se am<strong>as</strong> a vida e,<br />

se recebendo a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> entregá-la, contradizes, já não és fiel administrador. E como é<br />

possível resistir a Deus que chama? Eu também o afirmo, e por isso mesmo admiro mais<br />

a benignida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus. Aquilo que ele po<strong>de</strong> tomar, até contra tua vonta<strong>de</strong>, não quer<br />

fazê-lo sem teu bel-prazer, a fim <strong>de</strong> teres recompensa. Por exemplo, po<strong>de</strong> tomar tua<br />

alma contra tua vonta<strong>de</strong>, m<strong>as</strong> quer que aceites <strong>vol</strong>untariamente, <strong>de</strong> sorte a dizeres com<br />

Paulo: “Diariamente estou exposto à morte” (1Cor 15,31). Po<strong>de</strong> tomar-te a glória, contra<br />

teu arbítrio, e fazer-te humil<strong>de</strong>, m<strong>as</strong> quer que seja <strong>de</strong> bom grado, <strong>de</strong> sorte a receberes<br />

remuneração. Po<strong>de</strong> sem teu consentimento fazer-te pobre, m<strong>as</strong> quer que <strong>vol</strong>untariamente<br />

te faç<strong>as</strong> tal, para tecer-te coro<strong>as</strong>. Viste a benignida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus? Viste a nossa preguiça?<br />

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