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corpo”, o comungante difere daquilo que comunga; ele eliminou também esta diferença,<br />

aparentemente pequena. Pois, tendo dito: “Comunhão com o corpo”, procurou ainda<br />

proferir algo mais exato; por isso acrescentou:<br />

17. Uma vez que há um só pão, nós, embora muitos, somos um só corpo,<br />

Por que falo <strong>de</strong> comunhão? Somos este próprio corpo. O que é o pão? O corpo <strong>de</strong><br />

Cristo. E o que se tornam os comungantes? O corpo <strong>de</strong> Cristo; não diversos corpos, m<strong>as</strong><br />

um só corpo. Com efeito, o pão feito <strong>de</strong> numerosos grãos é <strong>de</strong> tal forma unificado que os<br />

grãos não aparecem mais, pois, apesar <strong>de</strong> permanecerem na verda<strong>de</strong> os mesmos, a união<br />

impe<strong>de</strong> que se distingam uns dos outros; <strong>as</strong>sim também nós nos unimos mutuamente e<br />

com Cristo. Um não se nutre <strong>de</strong> um corpo, e outro <strong>de</strong> um diverso, m<strong>as</strong> todos do mesmo;<br />

por isso adiciona: visto que todos participamos <strong>de</strong>sse único pão.<br />

Se, portanto, todos participamos <strong>de</strong> um único pão, e todos nos tornamos um só<br />

corpo, por que não <strong>de</strong>monstramos a mesma carida<strong>de</strong>, e por idêntica razão nos tornamos<br />

um só? Pois outrora, no tempo <strong>de</strong> nossos maiores, <strong>as</strong>sim era: “A multidão dos fiéis era<br />

um só coração e uma só alma” (At 4,32). M<strong>as</strong> agora, porém, não é <strong>as</strong>sim <strong>de</strong> modo<br />

algum, ou antes, é inteiramente o contrário: muit<strong>as</strong> e variad<strong>as</strong> são <strong>as</strong> guerr<strong>as</strong> entre todos,<br />

e os membros, uns para com os outros, têm sentimentos mais cruéis do que <strong>as</strong> fer<strong>as</strong>. E<br />

Cristo a si te uniu, apesar <strong>de</strong> estares tão separado <strong>de</strong>le; tu, porém, não te dign<strong>as</strong> estar<br />

unido ao irmão com o <strong>de</strong>vido zelo, m<strong>as</strong> te separ<strong>as</strong>, apesar <strong>de</strong> teres conseguido tamanha<br />

carida<strong>de</strong> e vida da parte do Senhor. E não apen<strong>as</strong> <strong>de</strong>u seu corpo; m<strong>as</strong> visto que a<br />

primeira carne naturalmente formada da terra, <strong>de</strong>vido ao pecado foi atingida pela morte e<br />

per<strong>de</strong>u a vida, ele introduziu uma outra, por <strong>as</strong>sim dizer, qual fermento e m<strong>as</strong>sa, a sua<br />

própria carne, que era <strong>de</strong> idêntica natureza, m<strong>as</strong> liberta do pecado e cheia <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong>u-a<br />

em participação a todos nós, <strong>de</strong> sorte que, nutridos por ela e tendo renunciado à<br />

primeira, que estava morta, nos adaptássemos à vida imortal através <strong>de</strong>sta mesa.<br />

18. Consi<strong>de</strong>rai o Israel segundo a carne. Aqueles que comem <strong>as</strong> vítim<strong>as</strong> sacrificad<strong>as</strong><br />

não estão em comunhão com o altar?<br />

Mais uma vez através da Antiga Lei induz ao mesmo. Visto que eles eram fracos<br />

<strong>de</strong>mais para apreen<strong>de</strong>rem a gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong>, persua<strong>de</strong>-os através d<strong>as</strong> primeir<strong>as</strong><br />

e habituais. E diz com justeza: “Segundo a carne”, porque eles <strong>de</strong>viam ser segundo o<br />

Espírito. É o que procura dar a enten<strong>de</strong>r: apren<strong>de</strong>i junto dos mais ru<strong>de</strong>s que os que<br />

comem <strong>as</strong> vítim<strong>as</strong> sacrificad<strong>as</strong> participam do altar. Vês como manifesta que não<br />

possuíam conhecimento perfeito aqueles que pareciam perfeitos, uma vez que nem<br />

mesmo sabiam que frequentemente a comunhão <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> vítim<strong>as</strong> constituía amiza<strong>de</strong> com<br />

os <strong>de</strong>mônios, induzindo aos poucos a certo hábito? Se entre os homens a participação do<br />

sal e da mesa é oportunida<strong>de</strong> e símbolo <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong>, o mesmo po<strong>de</strong> acontecer<br />

relativamente aos <strong>de</strong>mônios. Consi<strong>de</strong>ra que não disse a respeito dos ju<strong>de</strong>us que tinham<br />

comunhão com Deus, m<strong>as</strong>: “Estão em comunhão com o altar”. Ardia o que era<br />

colocado sobre o altar. Não acontece o mesmo com o corpo <strong>de</strong> Deus. E então? “É<br />

comunhão com o corpo <strong>de</strong> Cristo.” Não nos tornamos participantes do altar, m<strong>as</strong> do<br />

próprio Cristo. Tendo proferido: “Estão em comunhão com o altar”, e receando logo<br />

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