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aduzir a terra e o mar e a própria natureza humana. M<strong>as</strong> quero que pon<strong>de</strong>res, antes da<br />

constituição <strong>de</strong>ste tribunal, qual o estado d<strong>as</strong> cois<strong>as</strong> human<strong>as</strong>, quando nem o nome se<br />

ouvia d<strong>as</strong> bo<strong>as</strong> ações atuais. Pois quem foi intrépido diante da morte? Quem <strong>de</strong>sprezava<br />

<strong>as</strong> riquez<strong>as</strong>? Quem tinha a glória por nada? Quem, fugindo dos tumultos do mundo,<br />

transportava-se para os montes e a solidão, mãe da sabedoria? On<strong>de</strong> se achava outrora o<br />

nome <strong>de</strong> virginda<strong>de</strong>? Tudo isso e muito mais foi realizado por causa <strong>de</strong>ste tribunal, foi<br />

obra <strong>de</strong>ste governo. Com tais consi<strong>de</strong>rações, e enten<strong>de</strong>ndo <strong>as</strong> vantagens <strong>de</strong>sta vida,<br />

don<strong>de</strong> flui a retidão no orbe inteiro, frequentemente entregai-vos à audição d<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong><br />

divin<strong>as</strong> e <strong>vol</strong>tai a noss<strong>as</strong> reuniões e orações. Pois se <strong>as</strong>sim vos comportar<strong>de</strong>s, mostrareis<br />

uma vida digna dos céus e po<strong>de</strong>reis conseguir os bens prometidos, pela graça e amor aos<br />

homens etc.<br />

DÉCIMA SEXTA HOMILIA<br />

13. Nós nos sentimos consolados <strong>de</strong>vido a vossa consolação. M<strong>as</strong> a esta consolação<br />

pessoal sobreveio uma alegria maior ainda: a <strong>de</strong> vermos a alegria <strong>de</strong> Tito, cujo<br />

coração foi tranquilizado por todos vós.<br />

Eis que ainda uma vez os enaltece, e aponta para a carida<strong>de</strong> <strong>de</strong>les. Após ter afirmado<br />

que teve gran<strong>de</strong> prazer porque sua carta fora tão valorizada e eles haviam lucrado tanto,<br />

dizendo: “Alegro-me agora, não por vos haver contristado, m<strong>as</strong> porque a vossa tristeza<br />

vos levou ao arrependimento”, após ter <strong>de</strong>clarado sua carida<strong>de</strong> nesses termos: “Se vos<br />

escrevi, não foi por causa daquele que injuriou, nem por causa daquele que sofreu a<br />

injúria, m<strong>as</strong> para que se manifest<strong>as</strong>se entre vós a solicitu<strong>de</strong> que tenho para convosco”,<br />

ainda menciona outra prova da bene<strong>vol</strong>ência <strong>de</strong>les, que lhes obtém gran<strong>de</strong> elogio, e<br />

mostra a carida<strong>de</strong> sincera <strong>de</strong> que estão dotados: “Nós nos sentimos consolados <strong>de</strong>vido a<br />

vossa consolação. Sobreveio uma alegria maior ainda: a <strong>de</strong> vermos a alegria <strong>de</strong> Tito”.<br />

Todavia não é peculiar a quem intensamente ama alegrar-se mais por causa <strong>de</strong> um<br />

terceiro. Sim, diz Paulo, imenso amor, pois não me alegrei tanto por ele quanto por vossa<br />

causa e, por conseguinte, aditou o motivo: “Cujo coração foi tranquilizado por todos<br />

vós”. Não disse: Ele, e sim: “Cujo coração”, isto é, a carida<strong>de</strong> que vos <strong>de</strong>dica. De que<br />

modo foi tranquilizado? “Por todos vós”. É também gran<strong>de</strong> elogio.<br />

14. Se diante <strong>de</strong>le eu me gloriei um pouco <strong>de</strong> vós,<br />

Gran<strong>de</strong> louvor, o mestre se gloria, pois afirma: não tive <strong>de</strong> me envergonhar.<br />

Alegrei-me porque vos mostr<strong>as</strong>tes melhores ainda, e com os fatos comprov<strong>as</strong>tes<br />

minh<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong>. Daí me veio duplo <strong>de</strong>coro, seja por ser vossa virtu<strong>de</strong> mais elevada, seja<br />

por se ter evi<strong>de</strong>nciado que eu não errara.<br />

Assim como sempre vos temos dito a verda<strong>de</strong>, do mesmo modo ficou comprovado<br />

como verídico o elogio que <strong>de</strong> vós fizemos a Tito.<br />

Nesse trecho ainda insinua outra coisa. Diante <strong>de</strong> vós, <strong>de</strong>clara, tudo o que falamos<br />

acerca <strong>de</strong> Tito mostrou-se verídico (é provável que o tenha elogiado <strong>as</strong>saz);<br />

reciprocamente o que Tito me contou é sem dúvida verda<strong>de</strong>iro.<br />

15. Ele sente por vós ainda maior afeição,<br />

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