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E não emprega est<strong>as</strong> expressões uma vez ou du<strong>as</strong>, m<strong>as</strong> frequentemente; pois dissera<br />

mais acima: “Todavia não usamos esse direito”; e após ainda: “Sem usar dos direitos<br />

que... me confere”, e nesse trecho: “Não me vali <strong>de</strong> nenhum <strong>de</strong>sses direitos”.<br />

“Desses”, <strong>de</strong> quais? Dos exemplos <strong>de</strong> muitos. Quando muitos me ofereciam tal<br />

faculda<strong>de</strong>, o soldado, o agricultor, o p<strong>as</strong>tor, os apóstolos, a lei, nossos atos em vosso<br />

favor, voss<strong>as</strong> ações relativ<strong>as</strong> ao próximo, os sacerdotes, os preceitos <strong>de</strong> Cristo – nada<br />

disso segui, <strong>de</strong> sorte a <strong>de</strong>sistir <strong>de</strong> minha atitu<strong>de</strong> e receber a dádiva. E não me fales do<br />

p<strong>as</strong>sado. Embora possa dizer que anteriormente muito sofri em prol <strong>de</strong>sta causa, no<br />

entanto não me apoio somente nisso, m<strong>as</strong> também <strong>as</strong>seguro a respeito do futuro que<br />

prefiro morrer <strong>de</strong> fome do que ser privado <strong>de</strong>sta coroa. “Antes morrer... Ninguém me<br />

arrebatará esse título <strong>de</strong> glória!” Não afirma: Ninguém me arrebatará minha norma <strong>de</strong><br />

vida, e sim: “Minha glória”. E dá à sua atitu<strong>de</strong>, <strong>de</strong>monstrando imensa alegria e<br />

prontidão, a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> título <strong>de</strong> glória, afim <strong>de</strong> que não se diga que ele na realida<strong>de</strong><br />

o fazia, m<strong>as</strong> não com alegria e sim gemendo e chorando. Estava tão longe <strong>de</strong> l<strong>as</strong>timar<br />

que ainda se gloriava, e preferia morrer a per<strong>de</strong>r esta glória. O que então se realizava eralhe<br />

mais suave do que a própria vida.<br />

Em seguida, em outra p<strong>as</strong>sagem exalta sua atitu<strong>de</strong> e revela que é grandiosa, não por<br />

<strong>de</strong>sejar parecer sublime, pois estava livre <strong>de</strong> tal paixão, m<strong>as</strong> para manifestar que se<br />

alegrava e af<strong>as</strong>tar qualquer suspeita. Por isso, conforme já disse, <strong>de</strong>nomina-o título <strong>de</strong><br />

glória. E o que disse?<br />

16. Anunciar o evangelho não é título <strong>de</strong> glória para mim; é, antes, uma necessida<strong>de</strong><br />

que se me impõe. Ai <strong>de</strong> mim, se eu não anunciar o evangelho!<br />

17. Se eu o fizesse por iniciativa própria, teria direito a um salário; m<strong>as</strong>, já que o<br />

faço por imposição, <strong>de</strong>sempenho um encargo que me foi confiado.<br />

18. Qual é então o meu salário? É que, pregando o evangelho, eu o prego<br />

gratuitamente, sem usar dos direitos que a pregação do evangelho me confere.<br />

O que afirm<strong>as</strong>? – dize-me. Se evangeliz<strong>as</strong>, não é para ti título <strong>de</strong> glória; m<strong>as</strong> se<br />

anunci<strong>as</strong> o evangelho sem salário? Este, portanto, é maior do que aquele? De forma<br />

alguma; m<strong>as</strong> <strong>de</strong> outro modo tem algo a mais, visto que o anúncio, na verda<strong>de</strong>, foi<br />

or<strong>de</strong>nado, e a minha atitu<strong>de</strong>, contudo, foi tomada esplendidamente por meu próprio<br />

arbítrio. Pois, ultrap<strong>as</strong>sar o preceito merece gran<strong>de</strong> recompensa; o que é <strong>de</strong> acordo com<br />

o mandamento, não tanto. Neste sentido e não <strong>de</strong> acordo com a própria natureza,<br />

<strong>as</strong>segura que o primeiro importa mais do que o último. De fato, o que seria igual à<br />

pregação? Por meio <strong>de</strong>la, <strong>de</strong> fato, os apóstolos rivalizam com os anjos. No entanto, uma<br />

vez que uma coisa é preceituada e imposta, e a outra foi <strong>as</strong>sumida <strong>vol</strong>untária e<br />

prontamente, esta faz-se maior. Por conseguinte <strong>de</strong>clara, interpretando <strong>de</strong> igual modo<br />

que eu agora:<br />

“Se eu o fizesse por iniciativa própria, teria direito a um salário; m<strong>as</strong>, já que o<br />

faço por imposição, <strong>de</strong>sempenho um encargo que me foi confiado”. As expressões:<br />

“Por iniciativa própria” e: “Por imposição” exprimem respectivamente: encargo<br />

confiado e não confiado. M<strong>as</strong> a locução: “É, antes, uma necessida<strong>de</strong> que se me impõe”<br />

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