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qual com o Pai, na unida<strong>de</strong> do Espírito Santo glória, império, honra, agora e sempre e<br />

nos séculos dos séculos. Amém.<br />

DÉCIMA SEGUNDA HOMILIA<br />

6. Nisso tudo, irmãos, eu me tomei como exemplo juntamente com Apolo por causa <strong>de</strong><br />

vós, a fim <strong>de</strong> que aprendais por meio <strong>de</strong> nós a máxima: “Não ir além do que está<br />

escrito”.<br />

Enquanto foram necessári<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong> ásper<strong>as</strong>, o Apóstolo não abriu a cortina do<br />

cenário; exprimia-se como se fosse um dos ouvintes, <strong>de</strong> sorte que a dignida<strong>de</strong> dos<br />

acusados não tivesse oc<strong>as</strong>ião <strong>de</strong> resistir com ira aos acusadores. Como, porém, forçoso<br />

era em seguida suavizar um pouco, então tira a máscara, mostra os que estavam ocultos<br />

sob a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> Paulo e <strong>de</strong> Apolo. Por isso, dizia: “Nisso tudo, irmãos, eu me<br />

tomei como exemplo juntamente com Apolo”. No c<strong>as</strong>o <strong>de</strong> crianç<strong>as</strong> doentes, quando a<br />

criancinha recalcitra diante dos alimentos que os médicos oferecem, os <strong>as</strong>sistentes<br />

chamam o pai ou o pedagogo, or<strong>de</strong>na-lhe tirar os alimentos d<strong>as</strong> mãos do médico e trazêlos,<br />

e ela por medo os recebe e fica quieta; <strong>as</strong>sim também Paulo, querendo censurá-los a<br />

respeito <strong>de</strong> outros (d<strong>as</strong> quais, na verda<strong>de</strong>, uns sofreram injúri<strong>as</strong>, e outros foram honrados<br />

<strong>de</strong> modo excessivo), não os apresenta nominalmente, m<strong>as</strong> emprega seu nome e o <strong>de</strong><br />

Apolo, a fim <strong>de</strong> que, por respeito, o remédio fosse recebido; <strong>de</strong>pois, contudo, que foi<br />

tomado, <strong>de</strong>clara finalmente <strong>de</strong> quem falara. Não era simulação, m<strong>as</strong> con<strong>de</strong>scendência e<br />

bom planejamento. Pois, se dissesse: Julgais a homens santos e admiráveis, certamente<br />

receberiam mal e retrucariam. Agora, porém, tendo dito: “Quanto a mim, pouco me<br />

importa ser julgado por vós”: e ainda: “Quem é, portanto, Paulo? Quem é Apolo?”,<br />

torna aceitável a palavra. Por isso, diz: “Nisso tudo eu me tomei como exemplo<br />

juntamente com Apolo por causa <strong>de</strong> vós, a fim <strong>de</strong> que aprendais por meio <strong>de</strong> nós a<br />

máxima: ‘Não ir além do que está escrito’”, mostrando que, se fal<strong>as</strong>se sobre eles, não<br />

apren<strong>de</strong>riam o que convinha apren<strong>de</strong>r, nem aceitariam a correção, suportando mal <strong>as</strong><br />

palavr<strong>as</strong>. Agora, porém, respeitando Paulo e o companheiro, facilmente admitiram a<br />

repreensão. O que significa a locução: “Não ir além do que está escrito”? Está escrito:<br />

“Por que repar<strong>as</strong> no cisco que está no olho do teu irmão, quando não percebes a trave<br />

que está no teu?”; e: “Não julgueis para não ser<strong>de</strong>s julgados” (Mt 7,3.1). Pois se somos<br />

um só e coligados na unida<strong>de</strong>, não <strong>de</strong>vemos nos insurgir uns contra os outros. “Aquele<br />

que se humilhar será exaltado” (Mt 23,12); e: “Aquele que <strong>de</strong>ntre vós quiser ser gran<strong>de</strong>,<br />

seja o vosso servidor” (Mc 10,43). É isso o que significa: e ninguém se ensoberbeça,<br />

tomando o partido <strong>de</strong> um contra o outro.<br />

Novamente, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> lado os mestres, repreen<strong>de</strong> os discípulos; eram eles que<br />

exaltavam os primeiros. Aliás, os chefes não aceitariam facilmente tais palavr<strong>as</strong>, porque<br />

ambicionavam a glória exterior e na verda<strong>de</strong> estavam obcecados por esta doença; os<br />

discípulos, que não alcançavam a glória, m<strong>as</strong> a ofereciam aos mestres, mais facilmente<br />

suportariam a admoestação, e eram mais capazes <strong>de</strong> se curarem da doença do que os<br />

chefes. Entretanto, também constitui orgulho vangloriar-se em lugar <strong>de</strong> um outro, mesmo<br />

que não se orgulhe relativamente ao que lhe é próprio. Da mesma forma exaltar-se por<br />

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