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Vai proferir algo <strong>de</strong> venerando e secreto, que nem todos conhecem. Também<br />

<strong>de</strong>monstra prestar-lhes gran<strong>de</strong> honra, a saber, contar-lhes um segredo. Qual?<br />

Nem todos morreremos, m<strong>as</strong> todos seremos transformados.<br />

Isto é, nem todos nós morreremos, m<strong>as</strong> todos seremos transformados, mesmo os que<br />

não tiverem morrido, porque eles também são mortais. Por conseguinte, pelo fato <strong>de</strong><br />

morreres, não tenh<strong>as</strong> medo <strong>de</strong> não ressuscitar. Existem alguns, existem, que escaparão da<br />

morte, no entanto não lhes b<strong>as</strong>ta isso para aquela ressurreição, m<strong>as</strong> importa que<br />

igualmente os corpos que não tiverem morrido mu<strong>de</strong>m e p<strong>as</strong>sem para a incorrupção.<br />

52. Num instante, num abrir e fechar <strong>de</strong> olhos, ao som da trombeta final,<br />

Uma vez que disputou muito acerca da ressurreição, oportunamente agora mostra o<br />

que é inteiramente imprevisto. Pois não é só admirável o fato <strong>de</strong> primeiro se<br />

<strong>de</strong>comporem os corpos e só após ressurgirem, diz ele, nem que os corpos dos<br />

ressuscitados após a corrupção serão melhores do que os que agora existem, nem que<br />

vão p<strong>as</strong>sar a uma condição muito melhor, nem que cada um receba o que lhe é próprio e<br />

nenhum o <strong>de</strong> um outro, e sim que num instante se realizem tantos, tão gran<strong>de</strong>s e tais<br />

acontecimentos que superam todo raciocínio e entendimento. E explicando-o melhor diz:<br />

“Num instante, num abrir e fechar <strong>de</strong> olhos”, quer dizer, o tempo <strong>de</strong> se fechar os olhos.<br />

Em seguida, uma vez que afirmou uma coisa gran<strong>de</strong> e espantosa, que, <strong>de</strong> fato, tant<strong>as</strong><br />

cois<strong>as</strong> e tão gran<strong>de</strong>s se realizam <strong>de</strong> repente, acrescentou para <strong>de</strong>monstrar ser crível o que<br />

afirma: pois “a trombeta tocará, e os mortos ressurgirão incorruptíveis, e nós seremos<br />

transformados”.<br />

Aquele “nós” ele não o refere a si mesmo, m<strong>as</strong> aos que então se encontrarem vivos.<br />

53. Com efeito, é necessário que este ser corruptível revista a incorruptibilida<strong>de</strong><br />

Visando a que, ao ouvires que a carne e o sangue não herdarão o reino <strong>de</strong> Deus, não<br />

julgues que os corpos não ressurgirão, após dizer: “é necessário que este ser corruptível<br />

revista a incorruptibilida<strong>de</strong>” acrescentou: e que este ser mortal revista a imortalida<strong>de</strong>.<br />

Corruptível é o corpo e mortal é o corpo. Por conseguinte, o corpo permanece, pois<br />

ele é revestido. A mortalida<strong>de</strong> e a corrupção, porém, <strong>de</strong>svanecem, e têm acesso à<br />

imortalida<strong>de</strong> e à incorrupção. Não duvi<strong>de</strong>s, portanto, que haverá uma vida ilimitada, ao<br />

ouvires que se tornará incorruptível.<br />

Hino triunfal<br />

54. Quando, pois, este ser corruptível tiver revestido a incorruptibilida<strong>de</strong> e este ser<br />

mortal tiver revestido a imortalida<strong>de</strong>, então cumprir-se-á a palavra da Escritura: A<br />

morte foi absorvida na vitória.<br />

Tendo <strong>as</strong>segurado feitos gran<strong>de</strong>s e arcanos, novamente torna a palavra fi<strong>de</strong>digna<br />

<strong>de</strong>vido à profecia: “A morte foi absorvida na vitória”, isto é, no fim nada <strong>de</strong>la restará,<br />

nem há esperança <strong>de</strong> retorno quando a incorrupção consumir a corrupção.<br />

55. Morte, on<strong>de</strong> está a tua vitória? Inferno, on<strong>de</strong> está o teu aguilhão?<br />

Viste a alma forte? De certo modo imola uma vítima pelo prêmio da vitória,<br />

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