26.03.2018 Views

patrc3adstica-vol-27_2-comentc3a1rio-as-cartas-de-sao-paulo-sao-joao-crisc3b3stomo

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

inseparável do homem e o homem da mulher, diante do Senhor”.<br />

Não leves em consi<strong>de</strong>ração, portanto, primeiro a mulher, nem a sua criação. Pois, se<br />

perscrutares o que aconteceu <strong>de</strong>pois, um é autor da outra; ou melhor, não um da outra,<br />

m<strong>as</strong> Deus é o criador <strong>de</strong> tudo; por isso diz: “Por conseguinte, a mulher é inseparável do<br />

homem e o homem da mulher, diante do Senhor”.<br />

12. Pois, se a mulher foi tirada do homem, o homem n<strong>as</strong>ce pela mulher.<br />

Não disse: “Da mulher”, m<strong>as</strong> em contraposição: “Do homem”. É exato relativamente<br />

ao homem. Todavia, não foi certamente obra do homem, m<strong>as</strong> <strong>de</strong> Deus. Por isso<br />

acrescenta: “e tudo vem <strong>de</strong> Deus”.<br />

Se, portanto, tudo vem <strong>de</strong> Deus, e ele or<strong>de</strong>na tais cois<strong>as</strong>, obe<strong>de</strong>ça e não te oponh<strong>as</strong>.<br />

13. Julgai por vós mesmos: Será conveniente que uma mulher ore a Deus sem estar<br />

coberta <strong>de</strong> véu?<br />

Novamente estabelece-os juízes <strong>de</strong> su<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong>, conforme fez na questão d<strong>as</strong> carnes<br />

imolad<strong>as</strong> aos ídolos, porque, na verda<strong>de</strong>, ali <strong>de</strong>clara: “Julgai vós mesmos o que digo”<br />

(1Cor 10,15), e aqui: “Julgai por vós mesmos”. E sugere algo <strong>de</strong> terrível: Afirma que a<br />

injúria é feita a Deus. Na verda<strong>de</strong>, não <strong>as</strong>severa nesses termos, m<strong>as</strong> um pouco mais<br />

suavemente e <strong>de</strong> forma mais enigmática: Será conveniente que uma mulher ore a Deus<br />

sem estar coberta <strong>de</strong> véu?<br />

14. A natureza mesma não vos ensina que é <strong>de</strong>sonroso para o homem trazer os cabelos<br />

compridos,<br />

15. ao p<strong>as</strong>so que, para a mulher, é glória ter longa cabeleira porque a cabeleira lhe foi<br />

dada como véu?<br />

Neste trecho faz conforme está habituado a fazer, raciocina e refugia-se em usos<br />

comuns, e envergonha b<strong>as</strong>tante os que <strong>de</strong>sejam ter <strong>de</strong>le informações que po<strong>de</strong>m<br />

apreen<strong>de</strong>r do que é habitual; com efeito, ess<strong>as</strong> e outr<strong>as</strong> cois<strong>as</strong> semelhantes nem aos<br />

bárbaros são <strong>de</strong>sconhecid<strong>as</strong>. E vê que sempre emprega palavr<strong>as</strong> ásper<strong>as</strong>: “Todo homem<br />

que ore ou profetize com a cabeça <strong>de</strong>scoberta, <strong>de</strong>sonra sua cabeça”, e ainda: “M<strong>as</strong> se é<br />

vergonhoso para uma mulher ter os cabelos cortados ou r<strong>as</strong>pados, cubra a cabeça!<br />

Também: “É <strong>de</strong>sonroso para o homem trazer os cabelos compridos, ao p<strong>as</strong>so que, para<br />

a mulher, é glória ter longa cabeleira porque a cabeleira lhe foi dada como véu”.<br />

E se a cabeleira foi-lhe dada como véu, por que ainda acrescentar outro véu? A fim<br />

<strong>de</strong> confessar <strong>de</strong>pendência não apen<strong>as</strong> por natureza, m<strong>as</strong> também por própria vonta<strong>de</strong>. A<br />

própria natureza estabeleceu primeiro que <strong>de</strong>ves te cobrir com um véu. Adiciona,<br />

portanto, tua obra, a fim <strong>de</strong> não pareceres subverter <strong>as</strong> leis da natureza, porque seria<br />

gran<strong>de</strong> falta <strong>de</strong> pudor, não somente lutar conosco, m<strong>as</strong> com a natureza. Por essa razão<br />

Deus acusava os ju<strong>de</strong>us da seguinte forma: “Mat<strong>as</strong>te os teus filhos e <strong>as</strong> tu<strong>as</strong> filh<strong>as</strong>” (Ez<br />

16,21), o que constitui o cúmulo <strong>de</strong> tu<strong>as</strong> abominações. E Paulo, repreen<strong>de</strong>ndo os<br />

impudicos <strong>de</strong>ntre os romanos, acentua a incriminação, ao <strong>as</strong>segurar que procediam não<br />

somente contra a lei <strong>de</strong> Deus, m<strong>as</strong> contra a lei natural: “Mudaram <strong>as</strong> relações naturais<br />

por relações contra a natureza” (Rm 1,26). Além disso, nessa p<strong>as</strong>sagem empenha-se o<br />

210

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!