26.03.2018 Views

patrc3adstica-vol-27_2-comentc3a1rio-as-cartas-de-sao-paulo-sao-joao-crisc3b3stomo

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

clemente, não c<strong>as</strong>tiga os <strong>de</strong>litos. Não tenhamos medo, pois nunca imporá pena acerca <strong>de</strong><br />

coisa alguma, a ninguém. Por essa razão, diz o Apóstolo: “Não vos iludais!”. Constitui<br />

máxima ilusão e falaz, esperar bens e conseguir o contrário, e suspeitar a respeito <strong>de</strong><br />

Deus o que ninguém jamais pensou <strong>de</strong> um homem. Por esse motivo diz o profeta, em<br />

seu nome: “Imagin<strong>as</strong> que eu seja como tu? Eu te acuso e exponho tua iniquida<strong>de</strong> aos<br />

teus olhos” (Sl 49,21), e Paulo nesse lugar: “Não vos iludais! Nem os impudicos (coloca<br />

em primeiro lugar aquele que já fora con<strong>de</strong>nado), nem os adúlteros, nem os efeminados,<br />

nem os beberrões, nem os injuriosos herdarão o reino <strong>de</strong> Deus”.<br />

Muitos censuraram essa p<strong>as</strong>sagem, como muito severa, porque coloca o beberrão e o<br />

injurioso ao lado do adúltero, do efeminado e do sodomita. Ora, se os crimes não são<br />

iguais, sê-lo-ão os c<strong>as</strong>tigos? O que dizer? Certamente a embriaguez não é insignificante,<br />

nem a injúria, visto que Cristo <strong>de</strong>stina à geena quem chama seu irmão <strong>de</strong> louco. Muit<strong>as</strong><br />

vezes a consequência <strong>de</strong>sses pecados era a morte; e o povo ju<strong>de</strong>u cometeu pecados<br />

gravíssimos por causa da embriaguez. A<strong>de</strong>mais, o sermão não trata propriamente do<br />

suplício, m<strong>as</strong> da perda do reino. Igualmente um e outro, portanto, são excluídos do reino;<br />

se, contudo, na geena houver certa diferença, não cabe agora examiná-lo; não é nosso<br />

propósito tratar do <strong>as</strong>sunto.<br />

11. Eis o que vós fostes, ao menos alguns. M<strong>as</strong> vós vos lav<strong>as</strong>tes, m<strong>as</strong> fostes<br />

santificados<br />

Causa-lhes gran<strong>de</strong> opróbrio com o acréscimo: Pon<strong>de</strong>rai <strong>de</strong> quantos males Deus vos<br />

livrou, quanta experiência e <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> seu amor aos homens vos ofereceu; não<br />

esten<strong>de</strong>u a permuta somente até a libertação, m<strong>as</strong> aumentou largamente o benefício,<br />

porque vos tornou puros. Ac<strong>as</strong>o apen<strong>as</strong> isso? De forma alguma, m<strong>as</strong> também santificou;<br />

nem somente <strong>as</strong>sim fez, m<strong>as</strong> também justificou. Ora, só libertar do pecado já constitui<br />

gran<strong>de</strong> dom; agora, no entanto, te encheu <strong>de</strong> inúmeros bens. E isso foi feito.<br />

em nome do Senhor Jesus Cristo,<br />

não neste ou naquele, m<strong>as</strong><br />

no Espírito <strong>de</strong> nosso Deus.<br />

Disso conscientes, caríssimos, e pensando na gran<strong>de</strong>za do dom recebido,<br />

permaneçamos com uma vida temperante, puros <strong>de</strong> tudo o que foi enumerado,<br />

escapemos dos tribunais pagãos, e conservemos a nobreza que Deus nos outorgou.<br />

Pensa, pois, qual a vergonha <strong>de</strong> discutires direitos diante <strong>de</strong> um tribunal pagão.<br />

M<strong>as</strong>, replic<strong>as</strong>, se um tribunal dos nossos julgar iniquamente? Por que razão? –<br />

pergunto. De acordo com quais leis julga o pagão, e conforme quais julga o cristão? Não<br />

é evi<strong>de</strong>nte que o pagão julga segundo <strong>as</strong> leis human<strong>as</strong>, e o cristão <strong>de</strong> acordo com <strong>as</strong> leis<br />

<strong>de</strong> Deus? Neste, por conseguinte, mais se encontra a justiça, porque <strong>as</strong> leis originam-se<br />

do céu. Entre os pagãos, além do supramencionado, há muitos motivos <strong>de</strong> suspeita:<br />

influxo dos oradores, corrupção dos magistrados e muit<strong>as</strong> outr<strong>as</strong> razões que corrompem<br />

a justiça; entre nós, nada disso. E como será, replica-se, se o adversário for po<strong>de</strong>roso?<br />

Por isso mesmo importa sumamente que seja cristão o juiz; diante dos juízes pagãos ele<br />

será muito superior a ti. M<strong>as</strong>, se ele não concorda, <strong>de</strong>spreza o juízo dos fiéis, e arr<strong>as</strong>ta<br />

por força aos <strong>de</strong> fora? É melhor <strong>de</strong> bom grado suportares o que forçosamente sofrerás,<br />

128

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!