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isso alegrar-te, porque os pecados foram cortados e não acrescentou males ulteriores. E,<br />

à medida do possível, socorre-o não com lágrim<strong>as</strong>, m<strong>as</strong> com preces, súplic<strong>as</strong>, esmol<strong>as</strong> e<br />

oblações. Não são pensamentos vãos, nem é inútil lembrarmo-nos nos divinos mistérios<br />

dos <strong>de</strong>funtos; aproximemo-nos em sufrágio <strong>de</strong>les, rogando ao Cor<strong>de</strong>iro ali presente, que<br />

tira o pecado do mundo. Que daí retirem algum alívio. Não é inutilmente que aquele que<br />

está presente junto do altar, ao se realizarem os venerandos mistérios, clama: Por todos<br />

os que adormeceram em Cristo e aqueles que celebram a memória. Se não se fizessem<br />

comemorações <strong>de</strong>les, não seriam proferid<strong>as</strong> tais palavr<strong>as</strong>. Noss<strong>as</strong> celebrações não são<br />

peç<strong>as</strong> teatrais. De forma alguma! Realizam-se segundo a disposição do Espírito Santo.<br />

Socorramo-los e façamos comemoração <strong>de</strong>les. Se no c<strong>as</strong>o <strong>de</strong> Jó, o sacrifício do pai<br />

era expiação pelos filhos, por que duvid<strong>as</strong> que noss<strong>as</strong> oferend<strong>as</strong> por aqueles que<br />

morreram lhes proporcione algum alívio? Deus costuma dar a graça a uns em favor <strong>de</strong><br />

outros. E Paulo o <strong>de</strong>monstrava, dizendo: “Assim a graça que obteremos pela intercessão<br />

<strong>de</strong> muit<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> suscitará a ação <strong>de</strong> graç<strong>as</strong> <strong>de</strong> muitos em nosso favor” (2Cor 1,11).<br />

Não nos envergonhemos <strong>de</strong> auxiliar os <strong>de</strong>funtos e <strong>de</strong> oferecer preces por eles; acha-se<br />

diante <strong>de</strong> nós a comum expiação <strong>de</strong> todo o orbe. Por isso confiadamente rogamos então<br />

por toda a terra e invocamo-los com os mártires, os confessores, os sacerdotes.<br />

Efetivamente somos todos um só corpo, embora existam uns membros mais esplêndidos<br />

que outros; e po<strong>de</strong> acontecer que consigamos indulgência para eles <strong>de</strong> tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> partes,<br />

pel<strong>as</strong> preces, pel<strong>as</strong> oferend<strong>as</strong> em seu favor, por meio daqueles que com eles invocamos.<br />

Por que, então, tens pesar? Por que te lament<strong>as</strong>, quando po<strong>de</strong>s obter tanta indulgência<br />

para o <strong>de</strong>funto? Entretanto, chor<strong>as</strong> porque estás sozinha, e per<strong>de</strong>ste um patrono e<br />

<strong>de</strong>fensor? Nunca <strong>de</strong>veri<strong>as</strong> falar <strong>as</strong>sim, pois a Deus não per<strong>de</strong>ste. Por isso, enquanto o<br />

tiveres, ele será para ti mais que marido, pai, filho e sogro; mesmo quando eles viviam,<br />

era Deus quem fazia tudo. Pensa, portanto, nisto, e repete como Davi: “O Senhor é<br />

minha luz e minha salvação; <strong>de</strong> quem terei medo?” (Sl <strong>27</strong>,1). Dize: Tu és o pai dos<br />

órfãos e juiz d<strong>as</strong> viúv<strong>as</strong>; e atrai o seu auxílio e terás a sua providência especialmente<br />

agora, quando estás reduzida a maior indigência. M<strong>as</strong> per<strong>de</strong>ste um filhinho? Não<br />

per<strong>de</strong>ste, não dig<strong>as</strong> isso. É sono e não morte; é emigração, não perda; é peregrinação do<br />

pior para melhor. Não irrites a Deus, m<strong>as</strong> <strong>de</strong>ves aplacá-lo e torná-lo propício. Pois se o<br />

suportares <strong>de</strong> ânimo forte, retirarás daí para o <strong>de</strong>funto e para ti certo alívio; do contrário,<br />

mais inflam<strong>as</strong> a ira <strong>de</strong> Deus. Pois, se te irritares no c<strong>as</strong>o <strong>de</strong> <strong>as</strong>sistires a um servo<br />

flagelado pelo senhor, mais irritarás o dono contra ti. Não o faç<strong>as</strong>, m<strong>as</strong> dá graç<strong>as</strong>, para<br />

que por esse motivo em ti também se dissipe a nuvem da tristeza. Fala como aquele<br />

santo: “O Senhor o <strong>de</strong>u, o Senhor o tirou”. Pensa quant<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> mais agradáveis a<br />

Deus do que tu não tiveram filhos, nem têm o nome <strong>de</strong> pais. Nem eu, respon<strong>de</strong>s, queria<br />

tê-los; melhor seria não ter tido a experiência do que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> <strong>de</strong>gustar esse prazer,<br />

perdê-lo. Não fales <strong>as</strong>sim, suplico-te, não provoques a ira do Senhor; m<strong>as</strong> dá graç<strong>as</strong> por<br />

aqueles que recebeste. Por aqueles que afinal jamais possuíste, glorifica. Jó não disse:<br />

Seria melhor não ter tido. Tu o dizes com ingratidão. M<strong>as</strong> também por eles dava graç<strong>as</strong>,<br />

dizendo: “O Senhor o <strong>de</strong>u” e por eles bendizia: “O Senhor o tirou: bendito seja o nome<br />

do Senhor pelos séculos”. À mulher também fechava a boca, com just<strong>as</strong> razões, e<br />

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