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longamente; e ao falar e comprovar que não é conveniente ter pleitos em juízo, incidindo<br />

no tema da avareza, emitiu a respeito muit<strong>as</strong> dissertações. E é isso que faz ainda agora.<br />

Uma vez que fora preciso rememorar os mistérios, julgou forçoso tratar <strong>de</strong>sse<br />

argumento, pois não é <strong>de</strong> pequena monta. Assim, mais severamente tratou do <strong>as</strong>sunto,<br />

provando ser problema capital ace<strong>de</strong>r a eles com consciência pura. Daí, <strong>de</strong>scontente com<br />

o que dissera, acrescenta: “Cada um examine a si mesmo”, conforme o que diz também<br />

na segunda carta: “Experimentai-vos a vós mesmos... provai-vos” (2Cor 13,5). Não é<br />

como fazemos nós agora, movidos antes pel<strong>as</strong> condições <strong>de</strong> tempo do que animados <strong>de</strong><br />

zelo. Com efeito, não damos atenção a estarmos preparados, purificados dos pecados e<br />

cheios <strong>de</strong> compunção, m<strong>as</strong> comungamos porque é dia <strong>de</strong> festa, e todos o fazem.<br />

Na verda<strong>de</strong>, não foi o que Paulo or<strong>de</strong>nou; ele só conhecia uma condição <strong>de</strong> acesso à<br />

comunhão, a saber, a pureza <strong>de</strong> consciência. Pois, se nunca participamos na mesa<br />

material febris ou cheios <strong>de</strong> maus humores para não perecermos, muito menos nos é<br />

lícito tocar nesta com maus <strong>de</strong>sejos, muito mais graves do que a febre. Ao me referir a<br />

maus <strong>de</strong>sejos, quero dizer, cupi<strong>de</strong>z corporal, cobiça <strong>de</strong> riquez<strong>as</strong>, ira e recordação d<strong>as</strong><br />

injúri<strong>as</strong> e, em resumo, todos os sentimentos perversos e absurdos. Importa, portanto,<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> expulsarmos todos eles, tocar naquele sacrifício puro; e não indolentes e<br />

miseráveis nos aproximarmos, por se tratar <strong>de</strong> uma festa. Nem, ao contrário,<br />

arrependidos e preparados, sermos impedidos por não ser dia festivo. Efetivamente, a<br />

manifesta abundância <strong>de</strong> bo<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>, a pieda<strong>de</strong> da alma, o apurado estilo <strong>de</strong> vida é que<br />

constituem a festa. Com tais atributos, po<strong>de</strong>rás celebrar contínua festa e sempre ace<strong>de</strong>r.<br />

Por isso, disse o Apóstolo: “Cada um examine a si mesmo”, e então aproxime-se. Não<br />

manda que se examine o próximo, m<strong>as</strong> cada qual a si mesmo, estabelecendo um tribunal<br />

que não é público, um julgamento sem testemunh<strong>as</strong>.<br />

29. pois aquele que come e bebe indignamente, come e bebe a con<strong>de</strong>nação do Senhor.<br />

O que dizes, por favor? A causa <strong>de</strong> tantos bens, a mesa que propaga a vida torna-se<br />

tribunal <strong>de</strong> julgamento? Não por sua própria natureza, diz ele, m<strong>as</strong> pela vonta<strong>de</strong> daquele<br />

que se aproxima. Ora, como a presença do doador <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s e inefáveis bens acarreta<br />

maior con<strong>de</strong>nação para aqueles que não o acolhem, <strong>as</strong>sim também os mistérios<br />

fomentam maior suplício para os participantes indignos. Por que come a própria<br />

con<strong>de</strong>nação?<br />

sem discernir o Corpo do Senhor,<br />

Isto é, não examinam, não pensam, conforme <strong>de</strong>viam, a gran<strong>de</strong>za d<strong>as</strong> oferend<strong>as</strong> e a<br />

excelência do dom. Pois, se indagares com diligência quem ali está, quem é ele, a quem<br />

se dá, não necessit<strong>as</strong> <strong>de</strong> outra explicação, m<strong>as</strong> b<strong>as</strong>ta para seres vigilante, a não ser que<br />

tenh<strong>as</strong> caído gravemente.<br />

30. Eis por que há entre vós tantos débeis e enfermos e muitos morreram.<br />

Aqui já não aduz exemplos <strong>de</strong> outros, conforme fez a respeito d<strong>as</strong> carnes imolad<strong>as</strong><br />

aos ídolos, narrando históri<strong>as</strong> antig<strong>as</strong>, e <strong>as</strong> prag<strong>as</strong> infligid<strong>as</strong> no <strong>de</strong>serto, e sim eventos dos<br />

próprios coríntios, o que conferia ao sermão mais força. Tendo dito: “Come a própria<br />

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