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<strong>as</strong>segura: Tito lhes <strong>de</strong>dica carida<strong>de</strong> ar<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong> sorte que consi<strong>de</strong>ra uma consolação a<br />

honestida<strong>de</strong> dos coríntios, e em seu retorno para junto <strong>de</strong> Paulo gloria-se, como se a<br />

virtu<strong>de</strong> fosse propriamente <strong>de</strong>le? E observa com que ardoroso afeto o <strong>de</strong>screve: “O<br />

vosso vivo <strong>de</strong>sejo, a vossa <strong>de</strong>solação e o vosso zelo”. É possível que eles estivessem<br />

pesarosos e <strong>de</strong>solados pela irritação <strong>de</strong> São Paulo, e porque, durante tanto tempo, ficara<br />

ausente. Por isso não disse simplesmente: Lágrim<strong>as</strong>, e sim: “Desolação”; nem: Cupi<strong>de</strong>z,<br />

e sim: “Vivo <strong>de</strong>sejo”; nem: Ira, e sim: “Zelo”, e zelo por Paulo, isto é, contra o<br />

fornicador e os acusadores <strong>de</strong> Paulo. Vós, <strong>as</strong>segura, após receber<strong>de</strong>s minh<strong>as</strong> cart<strong>as</strong>, vos<br />

inflam<strong>as</strong>tes e ir<strong>as</strong>tes. Por isso, transborda <strong>de</strong> alegria, está cheio <strong>de</strong> consolo por tê-los<br />

estimulado. Todavia, parece-me que ess<strong>as</strong> cois<strong>as</strong> foram dit<strong>as</strong> não só para consolo dos<br />

coríntios, m<strong>as</strong> também para exortação dos que corrigiram o erro. Embora alguns, a meu<br />

ver, fossem réus dos anteriores crimes e indignos <strong>de</strong> louvor, não faz distinções, emite<br />

juntamente louvores e repreensões, <strong>de</strong>ixando à consciência dos ouvintes a escolha do que<br />

cabia a cada qual. Assim <strong>as</strong> repreensões não oc<strong>as</strong>ionavam constrangimento e os louvores<br />

excitavam zelo intenso.<br />

Atualmente também a isso <strong>de</strong>vem se sujeitar os culpados, a saber, que chorem, se<br />

lamentem, estimem os mestres, e procurem-nos mais avidamente do que aos próprios<br />

pais. Destes receberam a vida, dos mestres apren<strong>de</strong>ram a maneira <strong>de</strong> vivê-la bem. É<br />

<strong>de</strong>sse modo que é preciso receber <strong>as</strong> repreensões patern<strong>as</strong>, <strong>de</strong>ssa forma, lamentar<br />

juntamente com os antístites aqueles que pecam. Tudo não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> só <strong>de</strong>les, m<strong>as</strong> em<br />

parte <strong>de</strong> nós. Se verificar o pecador que é censurado pelo pai, m<strong>as</strong> lisonjeado pelos<br />

irmãos, torna-se mais negligente. Por isso, ao repreen<strong>de</strong>r o pai, tu também com ele fiques<br />

encolerizado, em parte preocupado com o irmão, em parte indignado em união com o<br />

pai. Todavia, não <strong>de</strong>monstres gran<strong>de</strong> zelo e <strong>de</strong>rrames lágrim<strong>as</strong> porque é exprobrado, m<strong>as</strong><br />

porque pecou. Aliás, se eu construir e tu <strong>de</strong>molires, o que conseguiremos senão nos<br />

consumirmos <strong>de</strong> trabalho? Ou antes, não só te prejudic<strong>as</strong> a ti mesmo, m<strong>as</strong> mereces<br />

c<strong>as</strong>tigo. Pois quem obsta a que um ferimento receba tratamento, merece c<strong>as</strong>tigo não<br />

menor, até mesmo mais grave do que aquele que feriu. Não é a mesma coisa ferir alguém<br />

ou impedir a aplicação <strong>de</strong> um remédio, porque este ato sem dúvida acarreta a morte,<br />

enquanto o crime nem sempre. Estou dizendo isso para que, no c<strong>as</strong>o <strong>de</strong> se irar o antístite<br />

por justa causa, também vós juntamente com ele vos irriteis, <strong>de</strong> sorte que, ao vires<br />

alguém ser admoestado, todos tenham maior aversão do que o próprio mestre. O<br />

<strong>de</strong>linquente vos tema ainda mais do que aos superiores. De fato, se tiver medo somente<br />

do mestre, logo pecará novamente; se, porém, ficar atemorizado diante <strong>de</strong> tantos olhos e<br />

<strong>de</strong> tant<strong>as</strong> boc<strong>as</strong>, haverá <strong>de</strong> se portar com maior cautela. Por isso, se não agirmos <strong>as</strong>sim,<br />

teremos o pior c<strong>as</strong>tigo; e se o fizermos, participaremos em comum do lucro que gera a<br />

correção dos pecadores.<br />

Por conseguinte, <strong>as</strong>sim <strong>de</strong>vemos agir; e se alguém disser que aos cristãos convém ter<br />

sentimentos humanitários para com o irmão, saiba que é humanitário quem se encoleriza,<br />

não quem protege importunamente o pecador, porque o inibe <strong>de</strong> se tornar consciente do<br />

pecado. Qual dos dois, pergunto, tem misericórdia do doente com febre e <strong>de</strong>lírio? Aquele<br />

que o coloca no leito, amarra-o, proíbe alimentos e bebid<strong>as</strong> nocivos ou quem lhe dá<br />

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