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mais negligentes. Ou não é o c<strong>as</strong>o, porque nem <strong>de</strong> todos se dizia uma coisa ou outra,<br />

m<strong>as</strong> uma era referente aos culpados, outra aos que mereciam elogios. Quanto ao fato <strong>de</strong><br />

que ainda tinham os carism<strong>as</strong>, <strong>de</strong>clara: “Cada um <strong>de</strong> vós po<strong>de</strong> cantar um cântico, proferir<br />

uma revelação, falar em língu<strong>as</strong> ou interpretá-l<strong>as</strong>; m<strong>as</strong> que tudo se faça para a<br />

edificação!” (1Cor 14,26). E: “Quanto aos profet<strong>as</strong>, dois ou três tomem a palavra” (1Cor<br />

14,29). É possível dizer coisa diversa. Segundo o nosso costume <strong>de</strong> que fale acerca <strong>de</strong><br />

tudo quem é superior, <strong>as</strong>sim também ele dispõe nesta p<strong>as</strong>sagem. Neste ponto julgo que<br />

insinua o que lhe é peculiar, conforme <strong>de</strong>clara na Segunda Carta aos mesmos: “Os sinais<br />

que distinguem o apóstolo realizaram-se entre vós: paciência a toda a prova”; e ainda:<br />

“Que tivestes a menos do que <strong>as</strong> outr<strong>as</strong> Igrej<strong>as</strong>” (2Cor 12,13)? Ou, conforme mencionei<br />

acima, lembra-lhes os seus próprios atos, ou também o afirma acerca daqueles que ainda<br />

eram comprovados. Havia, <strong>de</strong> fato, ali muitos santos, que se tinham <strong>de</strong>dicado ao serviço<br />

dos santos, e tornaram-se <strong>as</strong> primíci<strong>as</strong> da Acaia, segundo o que <strong>de</strong>clara no final. De outra<br />

forma, embora os louvores não fossem inteiramente <strong>de</strong> acordo com a verda<strong>de</strong>, no<br />

entanto são empregados com prudência a fim <strong>de</strong> preparar o caminho para o que há <strong>de</strong><br />

dizer. Pois quem logo no começo proferir cois<strong>as</strong> importun<strong>as</strong>, fecha os ouvidos dos mais<br />

fracos às restantes palavr<strong>as</strong>. Se, portanto, os ouvintes forem <strong>de</strong> igual posição, irritam-se;<br />

se totalmente inferiores, sentem pesar. No intuito <strong>de</strong> que tal não suceda, ele inicia com<br />

palavr<strong>as</strong> que parecem elogios. Com efeito, não era louvor dirigido a eles e sim à graça <strong>de</strong><br />

Deus. Efetivamente, provinha <strong>de</strong> um dom do alto terem sido perdoados os seus pecados,<br />

e eles serem justificados. Por isso <strong>de</strong>tém-se em citar prov<strong>as</strong> da benignida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, a<br />

fim <strong>de</strong> curar-lhes mais facilmente a moléstia.<br />

a vós que esperais a revelação <strong>de</strong> nosso Senhor Jesus Cristo.<br />

Por que vos agitais, diz ele, porque vos perturbais? Cristo não está presente? Está<br />

presente, realmente, e o dia já está às port<strong>as</strong>. E consi<strong>de</strong>ra a sabedoria <strong>de</strong> Paulo, que faz<br />

com que abandonem <strong>as</strong> caus<strong>as</strong> human<strong>as</strong>, atemoriza ao mencionar o tremendo tribunal, e<br />

manifesta que se requer o início, e igualmente o fim. De posse <strong>de</strong>stes carism<strong>as</strong> e <strong>de</strong><br />

outr<strong>as</strong> virtu<strong>de</strong>s, importa rememorar aquele dia. Muito labor é necessário para se alcançar<br />

o fim.<br />

Refere-se a uma revelação e manifesta que ela, apesar <strong>de</strong> invisível, existe, agora está<br />

presente, e então haverá <strong>de</strong> aparecer. Por conseguinte, é necessário ter paciência;<br />

aconteceram milagres a fim <strong>de</strong> permanecer<strong>de</strong>s firmes.<br />

8. É ele também que vos fortalecerá até o fim, para que sejais irrepreensíveis.<br />

Aqui parece acariciá-los; <strong>as</strong> <strong>de</strong>clarações, contudo, são isent<strong>as</strong> <strong>de</strong> qualquer adulação.<br />

Sabe igualmente atacá-los, quando diz: “Julgando que eu não <strong>vol</strong>taria a ter convosco,<br />

alguns se encheram <strong>de</strong> orgulho”, e ainda: “Que preferis? Que eu os visite com vara ou<br />

com amor e em espírito <strong>de</strong> mansidão?” (1Cor 4,18.21) e: “Procurais uma prova <strong>de</strong> que é<br />

Cristo que fala em mim” (2Cor 13,3)? Acusa-os implicitamente, ao dizer: “Fortalecerá”<br />

e: “Irrepreensíveis”, comprovando serem eles ainda vacilantes e culpados. Verifica que<br />

ele sempre apõe o nome <strong>de</strong> Cristo, e não <strong>de</strong> um homem, nem <strong>de</strong> apóstolo, nem <strong>de</strong><br />

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