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sempre, se ele não ressuscitou. Se também ele foi <strong>de</strong>tido pela morte, e não dissolveu su<strong>as</strong><br />

dores, como libertou os <strong>de</strong>mais, estando ainda <strong>de</strong>tido? E por isso acrescenta o Apóstolo:<br />

18. Por conseguinte, aqueles que adormeceram em Cristo, estão perdidos.<br />

E por que me refiro a vós, se todos pereceram, os que morreram inteiramente e não<br />

estão mais sujeitos às incertez<strong>as</strong> do futuro? A locução: “Em Cristo” ou é relativa à fé, ou<br />

aos que morreram por causa <strong>de</strong>le, que suportaram muitos perigos, p<strong>as</strong>saram por muit<strong>as</strong><br />

aflições, caminharam pelo caminho estreito. On<strong>de</strong> se encontram agora <strong>as</strong> pervers<strong>as</strong> boc<strong>as</strong><br />

dos maniqueus, que afirmam que o Apóstolo aqui enten<strong>de</strong> por ressurreição a libertação<br />

do pecado? Esses silogismos <strong>de</strong>nsos, contínuos e recíprocos nada indicam do que eles<br />

afirmam, e sim o que dizemos nós. Chama-se, <strong>de</strong> fato, ressurreição o restabelecimento<br />

daquilo que caiu. E por isso ele não repete continuamente apen<strong>as</strong> que ressuscitou, e sim<br />

com o acréscimo: “Dentre os mortos”. E os coríntios certamente não duvidavam da<br />

remissão dos pecados, e sim da ressurreição dos corpos. Que necessida<strong>de</strong> se impõe <strong>de</strong><br />

aceitar que, se os homens não são impecáveis, também Cristo não o é? Pois se não<br />

haveria <strong>de</strong> ressuscitar, seria consequente perguntar: Por que veio, encarnou-se e<br />

ressuscitou? Não por nossa causa. E quer os homens pequem ou não pequem, sempre<br />

Deus permanece impecável, e o que é nosso não segue o que é seu, nem são recíprocos<br />

(como no c<strong>as</strong>o da ressurreição corporal).<br />

19. Se temos esperança em Cristo tão somente para esta vida, somos os mais dignos <strong>de</strong><br />

compaixão <strong>de</strong> todos os<br />

homens.<br />

O que dizes, Paulo? Como esperamos somente para esta vida, se os corpos não<br />

ressurgem, quando a alma subsiste e é imortal? Porque, se a alma subsiste, e se for mil<br />

vezes imortal, como <strong>de</strong> fato é, sem a carne não receberá aqueles bens inefáveis, como<br />

igualmente não será punida. “Porquanto todos nós teremos <strong>de</strong> comparecer<br />

manifestamente perante o tribunal <strong>de</strong> Cristo, a fim <strong>de</strong> que cada um receba a retribuição<br />

do que tiver feito durante a sua vida no corpo, seja para o bem, seja para o mal” (2Cor<br />

5,10). Por isso diz o Apóstolo: “Se temos esperança em Cristo somente para esta vida,<br />

somos os mais dignos <strong>de</strong> compaixão <strong>de</strong> todos os homens”. Se, pois, o corpo não<br />

ressurge, a alma, sem ser coroada, permanece excluída da bem-aventurança celeste. Se<br />

for <strong>as</strong>sim, <strong>de</strong> nada fruiremos; se lá nada gozaremos, <strong>as</strong> retribuições se encontram no<br />

presente. Haverá maior infelicida<strong>de</strong>, portanto, que a nossa? Dizia ess<strong>as</strong> cois<strong>as</strong>,<br />

simultaneamente, confirmando-os na doutrina sobre a ressurreição dos corpos e<br />

convencendo-os acerca da vida imortal, para que não julg<strong>as</strong>sem que nossa vida<br />

totalmente terminava no presente. Mais acima <strong>de</strong> modo a<strong>de</strong>quado confirmava o que<br />

queria dizer: “Pois, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou”,<br />

estamos perdidos, e ainda estamos em nossos pecados. Novamente adiciona essa<br />

observação, sacudindo-lhes a arrogância. Quando é forçoso introduzir alguns<br />

ensinamentos, primeiro quebra o endurecimento <strong>de</strong>les pelo temor. Assim também agiu<br />

aqui, <strong>de</strong> sorte que, havendo mais acima incutido medo e ânsi<strong>as</strong>, porque talvez estivessem<br />

perdidos inteiramente, agora mais uma vez, <strong>de</strong> outra forma, e para que sintam maior<br />

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