26.03.2018 Views

patrc3adstica-vol-27_2-comentc3a1rio-as-cartas-de-sao-paulo-sao-joao-crisc3b3stomo

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ausente, àqueles que pecaram anteriormente, e a todos os outros: Se <strong>vol</strong>tar, não usarei<br />

<strong>de</strong> mei<strong>as</strong> medid<strong>as</strong>,<br />

Pois, se “toda questão será <strong>de</strong>cidida sobre a palavra <strong>de</strong> du<strong>as</strong> ou três testemunh<strong>as</strong>”,<br />

estive du<strong>as</strong> vezes e disse, e agora ainda o <strong>as</strong>seguro por carta; já é necessário, portanto,<br />

que minh<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong> tenham efeito. Não há motivo <strong>de</strong> julgar<strong>de</strong>s que minh<strong>as</strong> cart<strong>as</strong> têm<br />

menor força do que a presença, pois agora ausente escrevo o que dizia quando estava<br />

presente. Vês a solicitu<strong>de</strong> paterna? Vês o mestre tomar a<strong>de</strong>quad<strong>as</strong> providênci<strong>as</strong>? Não se<br />

cala, nem c<strong>as</strong>tiga, m<strong>as</strong> muit<strong>as</strong> vezes previamente enuncia, permanece firme na<br />

<strong>de</strong>terminação e difere o c<strong>as</strong>tigo. Se continuarem obstinados, por fim ameaça aplicar a<br />

pena. O que predisseste quando presente, e escreves agora estando ausente? “Se <strong>vol</strong>tar,<br />

não usarei <strong>de</strong> mei<strong>as</strong> medid<strong>as</strong>”. Após <strong>de</strong>monstrar mais acima que só obrigado po<strong>de</strong>ria<br />

fazê-lo, <strong>de</strong>nominou pesar e humilhação este feito: “Tenho receio <strong>de</strong> que, quando <strong>vol</strong>tar a<br />

ter convosco, o meu Deus me humilhe em relação a vós e eu tenha <strong>de</strong> prantear a<br />

muitos daqueles que pecaram anteriormente e não se terão convertido”; e<br />

<strong>de</strong>sculpando-se, afirma ter predito uma, du<strong>as</strong>, três vezes que fará o possível e esforçarse-á<br />

por af<strong>as</strong>tar o c<strong>as</strong>tigo e melhorá-los por medo d<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong>; então faz a ameaça grave<br />

e temível: “Se <strong>vol</strong>tar, não usarei <strong>de</strong> mei<strong>as</strong> medid<strong>as</strong>”. Não disse: Punirei e vingar-me-ei,<br />

imporei pen<strong>as</strong>, m<strong>as</strong> ainda com palavr<strong>as</strong> patern<strong>as</strong> menciona o c<strong>as</strong>tigo, manifestando o<br />

coração e o ânimo compa<strong>de</strong>cido, porque por indulgência sempre adia a punição. Após,<br />

contudo, para que não julg<strong>as</strong>sem que só ameaçava em palavr<strong>as</strong> e com <strong>de</strong>long<strong>as</strong>, tendo<br />

dito: “Toda questão será <strong>de</strong>cidida sobre a palavra <strong>de</strong> du<strong>as</strong> ou três testemunh<strong>as</strong>”, e: “Se<br />

<strong>vol</strong>tar, não usarei <strong>de</strong> mei<strong>as</strong> medid<strong>as</strong>”. É o seguinte que ele quer dizer: Já não hesitarei,<br />

se, o que Deus não permita, vos encontrar sem emenda, m<strong>as</strong> sem dúvida infligirei pen<strong>as</strong><br />

e farei o que disse. Logo com gran<strong>de</strong> comoção e indignação ataca-os, porque zombavam<br />

<strong>de</strong> sua pretendida fraqueza e murmuravam a respeito <strong>de</strong> sua presença: “Uma vez<br />

presente, é um homem fraco e a sua linguagem é <strong>de</strong>sprezível” (2Cor 10,10), e contra<br />

eles acentua:<br />

3. pois procurais uma prova <strong>de</strong> que é Cristo que fala em mim?<br />

Com est<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong> simultaneamente os fere e reprime. Tem o seguinte sentido o que<br />

diz: Se quereis experimentar se Cristo habita em mim, exigis prestação <strong>de</strong> cont<strong>as</strong>, e<br />

zombais <strong>de</strong> mim, propagando que sou vil e <strong>de</strong>sprezível, sem vigor, ficai sabendo que <strong>de</strong><br />

forma alguma falharei se me oferecer<strong>de</strong>s oportunida<strong>de</strong>, o que não <strong>de</strong>sejo. O que dizes? –<br />

pergunto. C<strong>as</strong>tig<strong>as</strong> porque procuram prov<strong>as</strong>? Absolutamente, não, respon<strong>de</strong>, pois se <strong>as</strong><br />

procur<strong>as</strong>sem, logo que pec<strong>as</strong>sem, tê-los-ia advertido, sem <strong>de</strong>mora alguma. Indicou<br />

claramente <strong>de</strong>pois que não o queria, nesses termos:<br />

7. Pedimos a Deus, não cometais mal algum. Nosso <strong>de</strong>sejo não é parecer aprovados,<br />

m<strong>as</strong> que pratiqueis o bem, ainda que <strong>de</strong>vamos p<strong>as</strong>sar por não aprovados.<br />

Não coloca <strong>as</strong>sim o problema motivando-o, m<strong>as</strong> antes irritado ataca-os porque eles o<br />

menosprezaram. Com efeito, diz, não quero vos dar tal oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> experimentar; se<br />

vós mesmos apresentar<strong>de</strong>s a causa, e quiser<strong>de</strong>s me irritar, enten<strong>de</strong>reis pelos fatos. E vê<br />

que palavr<strong>as</strong> ex<strong>as</strong>perad<strong>as</strong>! Pois não disse: Pedis comprovação <strong>de</strong> minha parte, e sim:<br />

539

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!