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sermão em mostrar que nada <strong>de</strong> estranho estabelece, e que entre os pagãos tod<strong>as</strong> ess<strong>as</strong><br />

novida<strong>de</strong>s eram contra a natureza. Assim também Cristo o comprova: “Tudo aquilo,<br />

portanto, que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles” (Mt 7,12),<br />

<strong>as</strong>sinalando que nada <strong>de</strong> novo introduzia.<br />

16. Se, no entanto, alguém quiser contestar, não temos esse costume nem tampouco <strong>as</strong><br />

Igrej<strong>as</strong> <strong>de</strong> Deus.<br />

É, portanto, disputa e não raciocínio, querer contestar. De resto, fez uma censura<br />

mo<strong>de</strong>rada, para incutir maior pudor, o que torna o discurso mais grave. Todavia, não<br />

temos esse costume <strong>de</strong> disputar, discutir e contradizer. Entretanto, não se <strong>de</strong>tém, m<strong>as</strong><br />

acrescenta: “Nem tampouco <strong>as</strong> Igrej<strong>as</strong> <strong>de</strong> Deus”, indicando que eles se opunham e<br />

resistiam à terra inteira, por não ce<strong>de</strong>r. M<strong>as</strong>, apesar <strong>de</strong> que então os coríntios<br />

disput<strong>as</strong>sem, agora toda a terra aceita e observa essa lei. Tão gran<strong>de</strong> é o po<strong>de</strong>r do<br />

Crucificado.<br />

M<strong>as</strong> receio que, tendo aceitado esse <strong>as</strong>pecto, encontrem-se algum<strong>as</strong> mulheres que<br />

agem com falta <strong>de</strong> modéstia, e apareçam sem véu <strong>de</strong> outro modo. Por isso, Paulo, ao<br />

escrever a Timóteo, não consi<strong>de</strong>rou suficiente ter dito isso, m<strong>as</strong> aditou outr<strong>as</strong><br />

observações: “El<strong>as</strong> se enfeitem com pudor e modéstia; nem tranç<strong>as</strong>, nem objetos <strong>de</strong><br />

ouro” (1Tm 2,9). Efetivamente, visto que não <strong>de</strong>vem ter a cabeça <strong>de</strong>scoberta, m<strong>as</strong> em<br />

toda parte usar o sinal <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência, muito mais por obr<strong>as</strong> haverão <strong>de</strong> mostrá-la. Sem<br />

dúvida, <strong>as</strong> mulheres antig<strong>as</strong> chamavam os próprios maridos com o nome <strong>de</strong> senhor, e<br />

davam-lhes a primazia. M<strong>as</strong> também eles, retruc<strong>as</strong>, amavam su<strong>as</strong> mulheres. Eu o sei,<br />

não o ignoro, m<strong>as</strong> admoestamos acerca do que te convém, e não olhes o que cabe aos<br />

outros. Com efeito, ao exortarmos os meninos e lhes dizermos que obe<strong>de</strong>çam aos pais,<br />

porque está escrito: “Honra a teu pai e a tua mãe” (Ex 20,12), respon<strong>de</strong>m-nos: Profere<br />

ainda <strong>as</strong> palavr<strong>as</strong> seguintes: “E vós, pais, não <strong>de</strong>is a vossos filhos motivo <strong>de</strong> re<strong>vol</strong>ta<br />

contra vós” (Ef 6,4). E ao dizermos aos escravos que <strong>de</strong>vem obe<strong>de</strong>cer a seus senhores, e<br />

não quando vigiados (cf. Cl 3,22), eles ainda reclamam <strong>de</strong> nós <strong>as</strong> palavr<strong>as</strong> subsequentes<br />

que preceituam admoestar aos senhores. Pois a eles também, replicam, Paulo mandou<br />

que <strong>de</strong>sistam <strong>de</strong> ameaç<strong>as</strong>. M<strong>as</strong> não façamos <strong>as</strong>sim, nem procuremos saber o que é<br />

or<strong>de</strong>nado aos outros, quando somos acusados do que nos compete. Se ac<strong>as</strong>o encontr<strong>as</strong><br />

companheiro para os crimes, nem por isso fic<strong>as</strong> livre <strong>de</strong> culpa; consi<strong>de</strong>ra somente o que<br />

te libera dos crimes. De fato, Adão atribuía a culpa à mulher e ela à serpente, m<strong>as</strong> isso<br />

não os liberou. Por conseguinte, não me dig<strong>as</strong> agora isso, m<strong>as</strong> com gratidão esforça-te<br />

por cumprir os <strong>de</strong>veres para com teu marido. De fato, quando falo a teu marido,<br />

exortando a que te ame, e cui<strong>de</strong> <strong>de</strong> ti, não <strong>de</strong>ixo que ele cite a lei imposta à mulher, m<strong>as</strong><br />

exijo o cumprimento da lei escrita para ele. E tu, portanto, procura saber exatamente só o<br />

que te compete, e mostra-te bem comportada para com teu cônjuge. Pois, se obe<strong>de</strong>ceres<br />

ao marido por causa <strong>de</strong> Deus, não me fales do que lhe cabe prestar, m<strong>as</strong> daquilo a que o<br />

legislador te fez sujeita, e procura observá-lo diligentemente. Aí está principalmente o<br />

que é obe<strong>de</strong>cer a Deus e não transgredir a lei, embora sofr<strong>as</strong> contrarieda<strong>de</strong>s. Por isso,<br />

quem ama aquele que o ama, nada <strong>de</strong> grandioso está fazendo; quem, porém, respeita o<br />

que o o<strong>de</strong>ia, este especialmente é coroado. Do mesmo modo consi<strong>de</strong>ra contigo mesma<br />

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