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modo algum <strong>de</strong>ixava seu habitual modo <strong>de</strong> agir, m<strong>as</strong> enumera-se a si mesmo entre os que<br />

lhe eram bem inferiores e precisavam <strong>de</strong> muita disciplina e correção. Aliás, se aos<br />

homens vulgares uma ou du<strong>as</strong> provações b<strong>as</strong>tam para se emendarem, Paulo, que mais<br />

que todos se exercitara na humilda<strong>de</strong> durante toda a vida, sofrera como ninguém e por<br />

tantos anos cultivara uma sabedoria digna dos céus, precisaria <strong>de</strong> tal advertência? Daí ser<br />

evi<strong>de</strong>nte que nesta p<strong>as</strong>sagem em parte por modéstia, em parte para reprimir os que<br />

orgulhosamente pensavam acerca <strong>de</strong> si mesmos e se vangloriavam, empregara <strong>as</strong><br />

palavr<strong>as</strong>: “Para que a nossa confiança já não se pu<strong>de</strong>sse fundar em nós mesmos, m<strong>as</strong><br />

em Deus”. Vê. Isso os acalma. A tal ponto, <strong>as</strong>segura ele, Deus vos valoriza que, em<br />

vosso favor, foram permitid<strong>as</strong> <strong>as</strong> noss<strong>as</strong> provações. “Se somos atribulados, é para a<br />

vossa consolação e salvação.” Fomos em extremo acabrunhados a fim <strong>de</strong> não nos<br />

orgulharmos: “Acabrunhou-nos ao extremo, além d<strong>as</strong> noss<strong>as</strong> forç<strong>as</strong>... para que a nossa<br />

confiança já não se pu<strong>de</strong>sse fundar em nós mesmos, m<strong>as</strong> em Deus, que ressuscita os<br />

mortos”. Novamente relembra-lhes a doutrina sobre a ressurreição, da qual tanto falara<br />

no primeira carta, e corrobora-os, b<strong>as</strong>eado nos acontecimentos presentes. Por isso<br />

também acrescenta:<br />

10. Foi ele que nos libertou <strong>de</strong> tant<strong>as</strong> espécies <strong>de</strong> morte<br />

Não disse: <strong>de</strong> tantos perigos, mostrando simultanea​mente serem intoleráveis <strong>as</strong><br />

provações e confirmando a doutrina supramencionada. Apesar <strong>de</strong> ser a ressurreição um<br />

evento futuro, mostra que ela suce<strong>de</strong> diariamente. De fato, quando Deus retira d<strong>as</strong> port<strong>as</strong><br />

da morte um homem já sem esperanç<strong>as</strong>, nada mais faz do que oferecer um exemplo <strong>de</strong><br />

ressurreição, arrancando d<strong>as</strong> fauces da morte quem nel<strong>as</strong> caíra. Acerca <strong>de</strong> muitos em<br />

estado <strong>de</strong>sesperador, e que em seguida escaparam <strong>de</strong> doença mortal ou <strong>de</strong> provações<br />

intoleráveis, costumamos empregar a expressão: Acabamos <strong>de</strong> ver uma ressurreição<br />

<strong>de</strong>ntre os mortos.<br />

Nele colocamos a esperança <strong>de</strong> que ainda nos libertará da morte.<br />

11. Vós colaborareis para tanto mediante a vossa prece; <strong>as</strong>sim a graça que obteremos<br />

pela intercessão <strong>de</strong> muit<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> suscitará a ação <strong>de</strong> graç<strong>as</strong> em nosso favor.<br />

Visto que a expressão: “Para que a nossa confiança já não se pu<strong>de</strong>sse fundar em nós<br />

mesmos” parecia uma acusação e con<strong>de</strong>nação geral, que entretanto aludia mais a alguns<br />

<strong>de</strong>les, suaviza novamente <strong>as</strong> expressões, suplicando-lhes <strong>as</strong> preces, qual imenso auxílio, e<br />

ao mesmo tempo indicando que a vida <strong>de</strong>corre em meio a contínuos cuidados. Ao dizer:<br />

“Nele colocamos a esperança <strong>de</strong> que ainda nos libertará” prenuncia luta entre muit<strong>as</strong><br />

tentações, não contudo abandono e sim auxílio e colaboração. Em seguida, para não<br />

consterná-los por ouvirem dizer que hão <strong>de</strong> viver em contínuos perigos, <strong>de</strong>monstra a<br />

utilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong>stes, isto é, Deus nos manter em contínua humilda<strong>de</strong>: “Para que a<br />

nossa confiança já não se pu<strong>de</strong>sse fundar em nós mesmos”. Realiza a salvação e ainda<br />

confere os seguintes benefícios: a comunhão com Cristo: “Os sofrimentos <strong>de</strong> Cristo são<br />

copiosos em nós”; e o sofrimento em favor dos fiéis: “Se somos atribulados, é para a<br />

vossa consolação e salvação que o somos”; e também maior brilho, pois <strong>de</strong>clara: “Que<br />

vos faz suportar os mesmos sofrimentos que também nós pa<strong>de</strong>cemos”; e também<br />

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