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concórdia, porque é preferível a tudo. E se vos agradar, examinemos o problema em si.<br />

Suponhamos mulher e marido, cuja mulher se contém contra a vonta<strong>de</strong> do marido; como<br />

será se ele por isso é induzido à fornicação, ou não comete impureza, m<strong>as</strong> se contrista,<br />

perturba-se, inflama-se, luta e cria inúmeros problem<strong>as</strong> para a mulher. Qual o lucro do<br />

jejum e da continência, quando se lesa a carida<strong>de</strong>? Nenhum. De fato, quantos ultrajes,<br />

quantos problem<strong>as</strong>, quanta luta necessariamente daí provêm!<br />

Quando numa c<strong>as</strong>a marido e mulher discordam, a c<strong>as</strong>a não estará em melhores<br />

condições do que uma nave agitada pela tempesta<strong>de</strong>, enquanto o piloto e o subordinado<br />

junto à proa estão em dissensão. Por isso diz o Apóstolo: “Não vos <strong>de</strong>frau<strong>de</strong>is um ao<br />

outro, a não ser <strong>de</strong> comum acordo”.<br />

e por algum tempo, para que vos entregueis ao jejum e à oração;<br />

Fala da oração mais ardorosa. Se, portanto, o uso do matrimônio impe<strong>de</strong> a oração,<br />

que oportunida<strong>de</strong> haverá para o preceito <strong>de</strong> rezar sem interrupção? É lícito, portanto, ter<br />

relações com a esposa e <strong>de</strong>dicar-se à oração; m<strong>as</strong> pela continência a oração se torna mais<br />

ar<strong>de</strong>nte. Não diz simplesmente: Para orar<strong>de</strong>s, m<strong>as</strong>: “Para que vos entregueis à oração”,<br />

porque não constitui imundície, m<strong>as</strong> oferece lazer.<br />

<strong>de</strong>pois disso, <strong>vol</strong>tai a unir-vos, a fim <strong>de</strong> que Satanás não vos tente.<br />

A fim <strong>de</strong> não parecer um preceito, acrescenta a causa. Qual? “A fim <strong>de</strong> que Satanás<br />

não vos tente.” E a fim <strong>de</strong> que fiques ciente <strong>de</strong> que o diabo não é a única causa do<br />

adultério, adita: mediante a vossa incontinência.<br />

6. Digo isto como concessão, e não como or<strong>de</strong>m.<br />

7. Quisera que todos os homens fossem como sou, na continência. Com frequência age<br />

<strong>as</strong>sim quando persua<strong>de</strong> a se realizarem ações difíceis. Coloca-se em evidência e diz: Se<strong>de</strong><br />

meus imitadores.<br />

m<strong>as</strong> cada um recebe <strong>de</strong> Deus o seu dom particular: um, <strong>de</strong>ste modo; outro, daquele<br />

modo.<br />

Como os acusara intensamente, dizendo: “mediante a vossa incontinência”, <strong>de</strong> novo<br />

os consola, acrescentando: “Cada um recebe <strong>de</strong> Deus o seu dom particular”. Não o<br />

<strong>de</strong>clara por ser <strong>de</strong>snecessária nossa cooperação nessa boa ação, e sim, conforme o<br />

supramencionado, para consolá-los. Pois, se é um dom, e o homem em nada contribui,<br />

por que dizes:<br />

8. Contudo digo às pesso<strong>as</strong> solteir<strong>as</strong> e às viúv<strong>as</strong> que é bom ficarem como eu.<br />

9. M<strong>as</strong>, se não po<strong>de</strong>m guardar a continência, c<strong>as</strong>em-se.<br />

Vês a sabedoria <strong>de</strong> Paulo? Assinala que a continência é melhor m<strong>as</strong> não obriga a<br />

quem não a quer abraçar, receoso <strong>de</strong> que caia num laço?<br />

Melhor é c<strong>as</strong>ar-se do que ar<strong>de</strong>r em concupiscência.<br />

Julgou quão gran<strong>de</strong> é a tirania da concupiscência. Assevera o seguinte: Se pa<strong>de</strong>ces <strong>de</strong><br />

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