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Visto que eles hesitavam, recorre aos tempos p<strong>as</strong>sados, e <strong>de</strong> resto presta testemunho a<br />

respeito <strong>de</strong>les.<br />

12. Ora, se é anunciado que Cristo ressuscitou dos mortos, como po<strong>de</strong>m alguns <strong>de</strong>ntre<br />

vós dizer que não há ressurreição dos mortos?<br />

Viste como raciocina otimamente e <strong>de</strong>monstra que há ressurreição porque Cristo<br />

ressurgiu, tendo primeiro confirmado o fato <strong>de</strong> muitos modos? E também, afirma, os<br />

profet<strong>as</strong> o disseram, ele o mostra pel<strong>as</strong> aparições, nós o pregamos e vós acredit<strong>as</strong>tes. Ele<br />

une o quádruplo testemunho: o prestado pelos profet<strong>as</strong>, pelos acontecimentos, pelos<br />

apóstolos, pelos discípulos. Ou melhor, é quíntuplo. Pois a própria causa manifesta a<br />

ressurreição, isto é, que morreu pelos pecados alheios. Se, portanto, isso foi<br />

<strong>de</strong>monstrado, é evi<strong>de</strong>nte também a consequência: igualmente os <strong>de</strong>mais mortos<br />

ressurgem. De certo modo, portanto, repreen<strong>de</strong> e resolve a dúvida por aquilo que é claro,<br />

dizendo: “Ora, se é anunciado que Cristo ressuscitou dos mortos, como po<strong>de</strong>m alguns<br />

<strong>de</strong>ntre vós dizer que não há ressurreição dos mortos?”<br />

Com esse argumento, corta a rispi<strong>de</strong>z dos contraditores. Não diz: Como dizeis vós? e<br />

sim: “Como po<strong>de</strong>m alguns <strong>de</strong>ntre vós dizer? “Não acusa a todos, nem manifesta aqueles<br />

mesmos que ele acusa, a fim <strong>de</strong> não se tornarem mais insolentes; nem inteiramente os<br />

oculta, querendo corrigi-los. Por isso, após separá-los da multidão, apronta-se para<br />

discutir, e por esse raciocínio torna-os mais fracos, <strong>de</strong>ixa-os transtornados e confirma os<br />

<strong>de</strong>mais no combate contra eles, contendo-os mais estáveis na verda<strong>de</strong>, sem <strong>de</strong>ixar que<br />

fujam para junto dos que se esforçaram por corrompê-los. Está preparado a empregar<br />

contra eles discurso mais impetuoso. Em seguida, a fim <strong>de</strong> que não se diga ser evi<strong>de</strong>nte e<br />

manifesto a todos que Cristo ressuscitou e que ninguém o duvida, m<strong>as</strong> que não é forçoso<br />

que realize a outra ação, isto é, a ressurreição dos homens. Com efeito, a ressurreição <strong>de</strong><br />

Cristo foi predita, aconteceu e foi provada pelo testemunho d<strong>as</strong> aparições, enquanto a<br />

nossa ainda está em esperança. Observa o que ele faz. De um lado prova o que tem<br />

gran<strong>de</strong> força. “Como po<strong>de</strong>m alguns <strong>de</strong>ntre vós dizer que não há ressurreição dos<br />

mortos?” Então fica anulado que Cristo ressuscitou. E por isso acrescenta:<br />

13. Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou.<br />

Vês a energia e a disputa inatacável <strong>de</strong> Paulo com que se empenha em <strong>de</strong>monstrar o<br />

que é manifesto, não somente esclarecendo <strong>as</strong> dúvid<strong>as</strong> por meio do que é evi<strong>de</strong>nte, m<strong>as</strong><br />

também através d<strong>as</strong> dúvid<strong>as</strong> dos contraditores? Não quer dizer que os eventos<br />

precis<strong>as</strong>sem <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstração, m<strong>as</strong> <strong>as</strong>sinala que eram <strong>de</strong> modo semelhante dignos <strong>de</strong> fé.<br />

E qual a consequência? – dizem eles. Se Cristo não ressuscitou verda<strong>de</strong>iramente, é<br />

consequente que os outros não ressurjam; seria razoável que, se os outros não<br />

ressuscitaram, nem ele teria ressuscitado? Uma vez que isso não parece consentâneo<br />

com a razão, vê como opera <strong>de</strong> modo muito a<strong>de</strong>quado, procurando bem longe <strong>as</strong><br />

sementes, a própria causa da pregação, a saber, que, tendo Cristo morrido pelos nossos<br />

pecados, ressuscitou, tornando-se <strong>as</strong> primíci<strong>as</strong> dos que adormeceram. De quem <strong>as</strong><br />

primíci<strong>as</strong> senão dos que ressurgem? Como seriam primíci<strong>as</strong> se não ressurgem aqueles<br />

dos quais são <strong>as</strong> primíci<strong>as</strong>? Como, então, não ressurgem? Se não ressuscitam, por que<br />

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