Intelectual Inovações Agricultura
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O sistema de inovação agrícola<br />
soja, eucalipto, cana-de-açúcar) e animal (avicultura e bovinos de corte). A contribuição das universidades<br />
na pesquisa e desenvolvimento (P&D) agrícola foi e continua sendo de grande relevância<br />
[...] nas áreas de melhoramento genético de plantas e animais, controle de pragas e doenças,<br />
correção e fertilidade dos solos, seqüenciamento genômica, agricultura de precisão, desenvolvimento<br />
de organismos geneticamente modificados e desenvolvimento de produtos (TEIXEIRA,<br />
CLEMENTE & BRAGA, 2013, p. 70).<br />
Outras instituições envolvidas com pesquisa em melhoramento vegetal no Brasil são: a<br />
Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), criada em 1957 e vinculada ao<br />
Ministério da <strong>Agricultura</strong>, Pecuária e Abastecimento (Mapa); o Instituto Rio Grandense do Arroz<br />
(Irga), instituto público e que existe desde os anos 1930; o Centro de Tecnologia Canavieira<br />
(CTC), criado em 1969 pela Copersucar, reestruturado em 2004 e que em 2011 foi transformado<br />
em sociedade anônima; o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), instituição sem fins<br />
lucrativos fundada em 1977 por citricultores e indústrias da citricultura paulista; a Cooperativa<br />
Central Gaúcha Ltda. (CCGL), cuja unidade de negócios, CCGL TEC, acolheu, em 2007, as<br />
atividades de melhoramento vegetal da Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa Fecotrigo<br />
(Fundacep Fecotrigo); a Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (Coodetec), criada em 1995<br />
com base em um departamento de pesquisas da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná<br />
(Ocepar), que por sua vez havia sido estabelecida nos anos 1970 (em janeiro de 2015 a divisão de<br />
sementes da Coodetec foi adquirida pela Dow AgroSciences); a Fundação Mato Grosso (Fundação<br />
MT), criada no início dos anos 1990 por produtores de sementes de soja ligados à Associação dos<br />
Produtores de Sementes do Mato Grosso (Aprosmat); e o Instituto Mato-Grossense do Algodão<br />
(IMAmt), fundado em 2007 pela Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa),<br />
com pesquisas em algodão, soja e outras culturas em menor escala (AVIANI, 2014; BEINTEMA,<br />
ÁVILA & PARDEY, 2001; BATALHA, CHAVES & SOUZA FILHO, 2009).<br />
O setor privado também vem se destacando nas pesquisas com melhoramento vegetal no<br />
Brasil, notadamente a partir dos anos 1990. Trata-se de um conjunto bastante amplo de empresas<br />
e organizações. Como pode ser visto no próximo item, o cenário se transformou fortemente nos<br />
últimos anos, com a perda de espaço da pesquisa agrícola em melhoramento genético. O que<br />
chama atenção é que muito já foi dito sobre isso, mas percebe-se uma dificuldade de reação mesmo<br />
por parte de instituições centrais do SIA Brasil, como Embrapa, IAC, Instituto Agronômico do<br />
Paraná (Iapar), entre outras.<br />
Fukuda-Parr (2007), entre outros, já apontava o processo de coevolução entre inovações<br />
institucionais e científicas/tecnológicas que estão estruturando o novo modelo agrícola baseado<br />
em culturas geneticamente melhoradas. Segundo ela, esses produtos são fruto das descobertas<br />
científicas derivadas das ciências biológicas e também de um novo modelo institucional de<br />
pesquisa agrícola, radicalmente diferente daquele característico da Revolução Verde. Enquanto<br />
no modelo anterior o setor público liderava o processo de pesquisa e desenvolvimento de novos<br />
materiais vegetais, a atual Revolução Genética é liderada por um punhado de megacorporações.<br />
Assim, o complexo processo coevolutivo entre os campos tecnológico, produtivo, institucional<br />
e regulador pode trazer profundas implicações aos países envolvidos, os quais devem considerar,<br />
na elaboração e implantação de políticas agrícolas, mais que antes, as estratégias ou modelos de<br />
negócio das megacorporações do setor agrícola e agroindustrial.<br />
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