Intelectual Inovações Agricultura
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Propriedade <strong>Intelectual</strong> e <strong>Inovações</strong> na <strong>Agricultura</strong><br />
Neste contexto favorável de expansão da atividade agropecuária no país, o crescimento da<br />
demanda para máquinas agrícolas incentivou o aporte de investimentos na modernização de plantas<br />
e o aumento da escala produtiva, tanto para atender ao mercado nacional como para sustentar uma<br />
estratégia exportadora (SPAT, 2009). Além de aumentar a capacidade de produção, os recursos<br />
se dirigem para o desenvolvimento tecnológico e para a inovação, no mercado.<br />
Um elemento marcante do setor de máquinas agrícolas no Brasil é que a produção é bastante<br />
regionalizada. Segundo Anfavea (2006), o Rio Grande do Sul é responsável pela produção de<br />
53,6% do total de máquinas agrícolas fabricadas no país, caracterizando o estado como o mais<br />
importante complexo produtivo deste segmento.<br />
Com relação à estrutura de mercado, a indústria de máquinas e implementos agrícolas<br />
caracteriza-se por uma composição econômica e produtiva bastante heterogênea, abrangendo<br />
diversos e distintos setores e envolvendo relações interindustriais. Segundo Cruz et al. (2010),<br />
o segmento de tratores e colheitadeiras é composto predominantemente por grandes empresas,<br />
ao passo que o de implementos agrícolas, por empresas de pequeno porte e gestão familiar.<br />
Ainda assim, Pitelli, Fonseca e Bragagnolo (2007) caracterizam como oligopolista a estrutura<br />
de mercado do setor de máquinas e equipamentos agrícolas. Além disso, acrescenta que, nessa<br />
estrutura oligopolista, há firmas progressistas (líderes de mercado, que introduzem inovações)<br />
que obtêm lucros extraordinários com suas inovações.<br />
Assim, enquanto as máquinas (em especial tratores e colheitadeiras) organizam-se numa<br />
estrutura oligopolizada, com grandes players de atuação mundial e maior dinamismo tecnológico,<br />
os implementos (arados, grades ou plantadeiras) contam com um sem-número de empresas<br />
pequenas e médias, de operação regional e com tecnologia de produção tradicional, mais intensiva<br />
em metalurgia do que propriamente em mecânica. Por outro lado, os implementos de maior valor<br />
agregado, como as plantadeiras automáticas, os pulverizadores de grande porte e os autopropelidos,<br />
também são fabricados pelas grandes montadoras de tratores e colheitadeiras, que têm adotado<br />
estratégias de ampliação de sua atuação em implementos mais sofisticados (VIAN, 2009).<br />
Além disso, a competitividade no setor de máquinas agrícolas está fortemente baseada na<br />
diferenciação de produtos (associada, sobretudo, a desempenho e confiabilidade) e na existência<br />
de uma ampla rede de revendedores e de serviço pós-vendas. Se a empresa puder ainda oferecer<br />
crédito para o comprador, maior será sua capacidade competitiva. Estas características são mais<br />
intensas no caso de máquinas automotrizes, em que, por exemplo, as grandes empresas têm significativos<br />
braços financeiros, seja como repassadores de crédito público, seja como financiadores<br />
diretos (CRUZ et al., 2010).<br />
Empresas transnacionais e a importância do capital financeiro<br />
O crescimento do poder de mercado das grandes empresas transnacionais no setor de<br />
máquinas agrícolas, da mesma forma que no setor de sementes, se deu a partir da estratégia<br />
de fusões e aquisições, criando empresas globais com grande capacidade competitiva. Estas fusões<br />
e aquisições, que, segundo Castro e Fonseca (1991), podem ser identificadas desde o final dos<br />
anos 1970, reforçam o processo de concentração de capitais e oligopolização da indústria mundial<br />
de tratores e equipamentos agrícolas.<br />
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