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Intelectual Inovações Agricultura

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Indicações geográficas e inovações<br />

europeias não se adaptaram às condições geográficas do país e, até meados do século XX, as videiras<br />

de origem americana foram destaque na produção nacional. Com a utilização de fungicidas voltados<br />

ao controle de pragas, as castas europeias ganharam destaque e mostraram-se importantes para<br />

o desenvolvimento da produção e cultivo de uvas nos estados do sul do país (IBRAVIN, 2013).<br />

As condições climáticas foram determinantes para definir o local onde se concentraria a produção<br />

de vinhos, e verifica-se que nos locais em que o clima é similar ao europeu se concentra a maior<br />

parte da produção nacional. É importante ressaltar que atualmente o cultivo de uvas não se limita<br />

apenas à região Sul, pois houve um trabalho de adaptação para o cultivo em locais de clima semiárido,<br />

caracterizando nestas localidades novos polos da produção vitivinícola brasileira.<br />

O Brasil foi palco, em 1980, de um desenvolvimento tecnológico que contribuiu para a<br />

melhoria do processo produtivo, envolvendo melhorias técnicas no plantio das cultivares, bem<br />

como adoção de técnicas mais modernas no processo de fermentação do vinho. Já com a abertura<br />

comercial e a integração do Brasil ao Mercosul, observadas na década de 1990, abriu-se espaço,<br />

no mercado, para os vinhos importados, acirrando assim a competição, no setor, para os vinhos<br />

nacionais (TONIETTO, 2002). No período de 1993 a 2000, a participação dos vinhos importados<br />

no mercado brasileiro passou de 19,4% para 46% (CAMARGO, MELLO & PROTAS,<br />

2008). Os produtores nacionais, neste cenário, buscaram estratégias de diferenciação do vinho<br />

regional, dentre elas a obtenção da marca de IG, que passou a ser vista como um meio não apenas<br />

de angariar proteção e valorização do produto, mas principalmente um instrumento de distinção<br />

que possibilitaria a inserção do vinho nacional nos mercados interno e externo, agregando valor<br />

ao produto e conferindo vantagens frente a concorrentes (DIESEL, FROEHLICH & HAAS,<br />

2012). Adicionalmente, a IG, ao valorizar tradições de produção de uma região, exige uma ação<br />

articulada entre produtores e instituições de apoio, acabando por exercer um forte impacto no<br />

desenvolvimento econômico e regional, que implica incremento do turismo nos locais produtores<br />

e maior padronização das técnicas de produção. Apesar de o Brasil não possuir papel de destaque<br />

na produção vinícola internacional, desde 1995 o reconhecimento internacional do produto se<br />

mostrou crescente em premiações do segmento. Na Tabela 1, são listados o tipo (ouro, prata ou<br />

bronze) e o total de medalhas concedidas a vinhos finos e espumantes brasileiros, entre 1995 a<br />

2004, demonstrando o reconhecimento internacional ao padrão de qualidade alta da produção<br />

vitivinícola do país.<br />

Tabela 1 – Premiações de vinhos finos e espumantes brasileiros.<br />

Medalhas 1995 a 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 (parcial) Total<br />

Ouro 63 32 9 57 51 84 34 26 356<br />

Prata 123 58 31 82 53 157 67 61 632<br />

Bronze 35 27 22 38 30 45 20 8 225<br />

Diplomas 52 16 5 6 4 16 24 9 132<br />

Total 273 133 67 183 138 302 145 104 1345<br />

Fonte: Uvibra, 2006.<br />

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