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Intelectual Inovações Agricultura

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Propriedade <strong>Intelectual</strong> e <strong>Inovações</strong> na <strong>Agricultura</strong><br />

Entende-se que com a ampliação de suas atribuições, agora não mais apenas em âmbito<br />

nacional –, tem implicado em um desafio significativo: em primeiro lugar, organizar a si mesma<br />

(a empresa é composta por unidades administrativas e por unidades de pesquisas e serviços distribuídas<br />

nas diversas regiões do Brasil); coordenar, fortalecer e dar maior governança ao SNPA,<br />

que é formado por um amplo e heterogêneo conjunto de atores públicos e privados; acompanhar<br />

os avanços científicos e tecnológicos nos países avançados e transferir tecnologias para os países<br />

menos avançados. No plano interno, uma questão que permanece em aberto diz respeito às limitações<br />

na organização do SNPA. Como dito, o sistema é fortemente concentrado na Embrapa,<br />

e as Oepas, em muitos casos, apresentam dificuldades para o desenvolvimento de suas atividades<br />

de pesquisa (muitas destas, aliás, atravessam um momento de descontinuidade dessas atividades,<br />

se voltando praticamente apenas para as de extensão).<br />

A discussão aqui realizada destaca a necessidade de uma maior articulação e coordenação<br />

das atividades de CT&I, em geral, e na área agrícola, em particular. Mesmo com os resultados<br />

obtidos até o momento, os esforços para se acompanhar a fronteira do conhecimento implicam<br />

uma constante busca por novas capacitações e reforço de conhecimentos genuínos e que continuam<br />

como uma base sólida para o desenvolvimento de novas técnicas e concepções. Isso acarreta o<br />

desenvolvimento de novas e mais modernas tecnologias não só pela Embrapa, mas também pelas<br />

demais organizações de pesquisa que compõem o SIA. Tais iniciativas podem viabilizar estratégias<br />

baseadas em um novo patamar de conhecimento, possibilitando que o país esteja à frente da<br />

fronteira do conhecimento e que utilize o que existe de mais moderno em CT&I agroindustrial.<br />

Não se trata de algo trivial, mas sim de uma meta cujos resultados ampliariam significativamente<br />

a capacidade de inovar em um dos setores mais dinâmicos da economia brasileira.<br />

Sugere-se que a Embrapa intensifique o reexame do contexto atual e futuro de suas atividades<br />

de pesquisa agrícola. Por muitos anos, a instituição se aproveitou das vantagens comparativas da<br />

agricultura tropical e da forte competência que ela mesma gerou, desde o momento em que foi<br />

constituída. Tal contexto durou cerca de trinta anos. Em pouco mais de 15 anos, o panorama sofreu<br />

grandes mudanças, especialmente pela estratégia de outras organizações, privadas e internacionais,<br />

em sua maioria, de atuarem no mercado tropical brasileiro. E estas, rapidamente, aprenderam e<br />

conquistaram espaço. Ou seja, a era da vantagem comparativa – relacionada ao patrimônio natural<br />

que foi herdado e, diga-se, bem trabalhado até poucos anos – pode ter-se esgotado.<br />

O SIA comporta vários e diferentes atores, mas, se novas capacitações e competências, não<br />

apenas técnico-científicas, mas gerenciais e relacionais, ligadas ao planejamento e à gestão da<br />

inovação, não entrarem na agenda das instituições centrais da pesquisa agrícola do país, não<br />

apenas na Embrapa, mas nas Oepas, nas unidades de pesquisa de universidades (Esalq, Lavras,<br />

Viçosa, entre outras), nas cooperativas e fundações – todos terão seu papel e espaço diminuídos.<br />

Acredita-se que este não é o cenário desejável para a manutenção de um patrimônio construído<br />

há séculos e que pode diminuir também o grau de possibilidade de realização de política de CT&I<br />

e agrícola num futuro próximo. As capacidades estatais – de gestão, organização, formulação e<br />

coordenação em CT&I e em PD&I – também precisam se remodelar para dar sustentabilidade<br />

a um novo sistema de pesquisa e de inovação agrícola do país.<br />

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