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Intelectual Inovações Agricultura

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Evolução recente da agricultura brasileira<br />

apoiada com financiamento para os produtores rurais, incentivos para a agroindústria, garantias<br />

de preços mínimos e investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) agropecuário, que<br />

resultariam em inovações básicas para o sucesso da cadeia produtiva e da ocupação dos cerrados.<br />

Sobre a importância da tecnologia, ver Quadro 1.<br />

Gráfico 10 – Evolução da participação relativa na quantidade<br />

produzida de milho por grande região brasileira: 1990-2013<br />

Fonte: Preparado pelos autores com base em IBGE (2015a).<br />

Quadro 1 – Tecnologias no Cultivo de Soja<br />

O cultivo de soja caracteriza-se pelo uso intensivo de novas tecnologias em todas as fases do processo<br />

produtivo, desde a preparação do solo para o plantio ao uso do grão de soja como alimento humano e animal,<br />

fonte energética (biocombustíveis) e insumo industrial.<br />

A biotecnologia tem contribuído para o desenvolvimento de cultivares com ciclo produtivo mais curto (precoce)<br />

ou mesmo de ciclo mais longo (tardio), permitindo a rotação de culturas em um mesmo ano-safra – por exemplo,<br />

o cultivo de algodão, trigo, milho e soja em uma mesma área, após múltiplas combinações.<br />

Outra contribuição da biotecnologia foi o desenvolvimento de cultivares resistentes a pragas, doenças e<br />

variações climáticas ou mesmo adaptadas a características edafoclimáticas mais específicas, por exemplo, aquelas<br />

encontradas no cerrado. No entanto, a maior resistência das cultivares ao uso de agroquímicos tem sido controversa,<br />

situação que se mostra um desafio para o setor. Estima-se que as cultivares resistentes ao uso de agroquímicos<br />

ocupem mais de 90% da área cultivada com organismos geneticamente modificados (OGM).<br />

Esse novo contexto alterou a origem das inovações no segmento da soja, antes restrita ao setor público, agora<br />

predominantemente conduzida pelo setor privado, responsável por volta de 80% das cultivares registradas entre<br />

1980-2013. Além dessa nova estrutura, é possível verificar uma aceleração no ritmo das inovações. Avalia-se que 110<br />

novas cultivares de soja tenham sido registradas pelo SNPA na safra 2013/2014, das quais 91 eram geneticamente<br />

modificadas (OGM). Por conseguinte, há uma redução no ciclo de vida médio das cultivares, que passou de oito<br />

para seis anos. Na safra 2013/2014 calcula-se que a área cultivada com soja OGM tenha alcançado 26,9 milhões<br />

de hectares, o que representa por volta de 92,4% da área cultivada com soja no Brasil.<br />

Preparado por José Maria da Silveira, Instituto de Economia da Unicamp<br />

O próprio fortalecimento do sistema de produção de soja, com a abertura de novas áreas de<br />

cultivo e o cenário externo favorável, contribuiu para intensificar ainda mais o dinamismo desta<br />

cadeia, amplificando o ciclo virtuoso e aumentando o interesse do setor privado pelo segmento.<br />

No passado, a dinâmica da agricultura brasileira estava estreitamente relacionada ao desempenho<br />

da Embrapa e às ações do governo, mas agora há novos agentes no sistema de produção, como as<br />

empresas de biotecnologia, de agroquímicos e de processamento, alterando a dinâmica do setor.<br />

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