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Intelectual Inovações Agricultura

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Atores e interações no sistema nacional de inovação para agricultura<br />

Nesta trajetória, destaca-se, nos anos 1980, a aquisição da International Harvester pela Case<br />

e da New Holland pela Ford. Nos anos 1990, há a fusão destas duas empresas (Case e Ford),<br />

que formam a atual Case New Holland (CNH). A Fiat, que já era acionista da CNH, adquiriu<br />

84,5% das ações, controlando totalmente os negócios da nova empresa, mas mantendo as marcas<br />

existentes anteriormente à fusão. Já a Valtra, empresa produtora de tratores do grupo finlandês<br />

Partek, faz parte do Grupo Fiat após processo de integração com a Fiat Allis (VIAN, 2009). Além<br />

disso, grandes firmas transnacionais, como a AGCO, a John Deere e a citada Case se instalaram<br />

no Brasil e adquiriram empresas de capital nacional (SPAT, 2009).<br />

Como já mencionado, uma característica marcante neste mercado são as facilidades de<br />

obtenção de financiamento. Sob este aspecto, Lima (2004) aborda a indústria de máquinas pelos<br />

seus “braços financeiros”, ou seja, descreve a criação de bancos por empresas da indústria de<br />

máquinas, para financiar as vendas de seus produtos. O autor apresenta a estrutura financeira<br />

de três grandes empresas mundiais: CNH, John Deere e AGCO.<br />

Vinculado à empresa CNH, o Banco New Holland do Brasil iniciou suas atividades em abril<br />

de 1999, sendo o responsável pelo financiamento das vendas da empresa no país. Com o banco,<br />

a empresa teve condições de implantar um programa de descontos no financiamento dos tratores,<br />

bem similar ao praticado na indústria automobilística mundial. Além dos descontos, a empresa<br />

oferece a prestação de serviços gratuitos, em sua rede de concessionárias, para fidelizar seus clientes.<br />

A John Deere & Co., que em 1979 adquirira 20% das ações da empresa brasileira de máquinas<br />

agrícolas Schneider, Logemann & Cia. (SLC), conseguiu, em 1999, o controle total da SLC.<br />

Junto com a fábrica, a John Deere obtém também o Banco Agroinvest S.A. e a SLC Distribuidora<br />

de Títulos e Valores Mobiliários. Assim, com a aquisição do Agroinvest, a John Deere torna-se a<br />

pioneira, do ramo, a dispor de um banco próprio, no país.<br />

Já a empresa norte-americana Agro Corporation (AGCO) se instalou no Brasil em 1996.<br />

Dois anos depois, em junho de 1998, a empresa firma uma joint venture, com o banco holandês<br />

Rabobank (considerado uma das principais instituições financeiras do agribusiness internacional),<br />

para financiar as vendas dos tratores e das colheitadeiras produzidos pela empresa. A joint venture<br />

resultou na criação da Agricredit do Brasil.<br />

Lima (2004) conclui que as corporações transnacionais, por meio da atuação dos seus bancos,<br />

conseguiram consolidar seu domínio sobre o mercado brasileiro, além de montar plataformas de<br />

exportações para países do Mercosul, Ásia e África.<br />

Ciência, tecnologia e inovação (CT&I) na indústria de máquinas agrícolas<br />

Fonseca (1991) ressalta que a evolução técnica das máquinas e implementos teve sua trajetória<br />

ligada à figura de inventores: homens práticos que produziram inovações que, em alguns<br />

casos, demandaram anos de melhoria até atingirem o mercado e a fabricação em série. A autora<br />

também destaca, para este setor, a existência de um padrão de desenvolvimento tecnológico não<br />

radical, mas cumulativo. Este padrão está associado à presença de fortes economias de escala na<br />

planta, bem como de diferenciação de produtos.<br />

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