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Intelectual Inovações Agricultura

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O sistema de inovação agrícola<br />

capacidade de ir além da atualização técnica-científica se faz urgente, mas também a capacidade<br />

de incorporar novas competências de gestão da pesquisa e da inovação em busca de uma maior<br />

efetividade do SIA brasileiro.<br />

O SIA Brasil e o lugar da Embrapa<br />

A partir das décadas de cinquenta e sessenta do século passado, diversas instituições e organizações<br />

foram constituídas de modo a dar suporte às atividades de ciência, tecnologia e inovação<br />

(CT&I) no país. Essa evolução resultou na criação de uma estrutura bastante complexa de apoio<br />

ao processo de pesquisa, desenvolvimento e inovação, alçando o país a uma posição intermediária,<br />

quando comparado a outras nações, quanto à geração, desenvolvimento, financiamento e<br />

execução de tais atividades. Por sua vez, o modelo de industrialização do país baseou-se na busca<br />

pelo progresso técnico industrial via aquisição de máquinas, equipamentos e tecnologias no exterior,<br />

em geral com escassa relação com a produção doméstica de conhecimento. Isso caracterizou<br />

“tanto o período em que a ênfase esteve na substituição de importações, como depois disso, num<br />

processo mais de modernização do que de inovação”, segundo Pacheco e Corder (2010, p. 8),<br />

com reflexos fortes sobre o sistema de CT&I do país.<br />

Assim, mesmo com os avanços verificados nos últimos anos, diversos aspectos limitam maiores<br />

articulações entre os atores que compõem o sistema brasileiro de CT&I e a própria efetividade<br />

das políticas a ele direcionadas. Suzigan e Furtado (2010) destacam os aspectos que dificultam a<br />

implantação da política industrial e tecnológica no Brasil, sendo eles: i) ausência de atuação sistêmica<br />

do conjunto de instituições; ii) necessidade de reforma do sistema institucional de modo a<br />

torná-lo adequado a uma estratégia de desenvolvimento industrial impulsionada por inovações;<br />

iii) extrema complexidade do conjunto de instituições, o que dificulta uma ação efetiva, articulada<br />

e coordenada do governo; iv) necessidade de adequar a capacitação dos quadros técnicos<br />

das instituições da área aos novos requisitos da política industrial e tecnológica; v) dificuldade de<br />

articulação intragoverno e do governo com o setor privado; e vi) fragilidade do comando político<br />

e falha de coordenação do sistema institucional da política industrial e tecnológica.<br />

Tais limitações vêm se impondo também à agricultura, apesar de o país ainda se destacar no<br />

cenário internacional por sua competitividade baseada em capacitações tecnológicas. Talvez esse<br />

quadro se explique pela convergência histórica entre a geração de pesquisa pública e as demandas<br />

do setor privado (FURTADO, 2005; SUZIGAN & ALBUQUERQUE, 2011). Entretanto, nos<br />

últimos anos, se questiona o papel da Embrapa na organização e execução da pesquisa agrícola e a<br />

perda de espaço da instituição e da produção nacional em várias culturas, muitas delas fortemente<br />

sustentadas, até pouco tempo, pelas atividades de organizações nacionais. Tal perda de capacitação<br />

e de competências técnico-científicas em áreas e setores em que foi construída a base da pesquisa<br />

agrícola do país é um tema que vale a pena ser discutido.<br />

A criação da Embrapa, em 1973, foi inequivocamente um evento importante no processo<br />

de organização e coordenação da pesquisa agropecuária no Brasil. Sua constituição foi inspirada<br />

por quatro princípios básicos: difusão de tecnologia moderna; planejamento das atividades; articulação<br />

com o ambiente externo, para identificação de demandas; enfoque multidisciplinar no<br />

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