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Intelectual Inovações Agricultura

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O sistema de inovação agrícola<br />

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O SISTEMA DE INOVAÇÃO AGRÍCOLA:<br />

INSTITUIÇÕES, COMPETÊNCIAS E DESAFIOS<br />

DO CONTEXTO BRASILEIRO<br />

Maria Beatriz M. Bonacelli • Marcos Paulo Fuck • Ana Célia Castro<br />

Introdução<br />

O caráter sistêmico do processo de inovação, caracterizado pela articulação entre diferentes<br />

instituições e atores, é uma concepção cada vez mais aceita para captar a complexidade do processo<br />

inovador. Tal abordagem, de cunho evolucionista e neoschumpeteriano, propôs, há alguns anos,<br />

o conceito de sistemas de inovação (SI) para analisar não apenas o seu caráter sistêmico, mas<br />

também a importância das políticas públicas para a orientação, suporte (legal e financeiro) e até<br />

mesmo para a governança e implementação das atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D),<br />

entre outras atividades, que podem levar à inovação.<br />

Estudos com esse enfoque passaram a ser mais frequentes a partir da década de 1980. Freeman<br />

(1987) foi um dos pioneiros a usar o conceito de SI para descrever e interpretar o desempenho<br />

do Japão no período pós-Guerra. Ele identificou um conjunto de elementos distintos e centrais<br />

que contribuíram para o sucesso do país em termos de inovação e crescimento econômico. Outros<br />

estudos, como o organizado por Nelson (1993), analisam diferentes experiências internacionais<br />

procurando identificar características que explicariam o maior sucesso de alguns países frente a<br />

outros em relação à inovação, bem como a aplicação desses resultados para a formulação de políticas<br />

públicas direcionadas aos sistemas nacionais de inovação. O elemento central dessas análises<br />

são as instituições, sua existência, seu papel, a relação entre várias delas no interior de um país,<br />

sua capacidade de gerar, fomentar, absorver, transferir, explorar tecnologias e conhecimento,<br />

entre outros aspectos. Em outras obras, o enfoque se dá sobre os diferentes níveis de agregação,<br />

privilegiando análises supranacional, regional ou setorial. Alguns congregam aspectos teóricos<br />

e práticos. Enfim, a concepção de sistemas de inovação é útil tanto como instrumento analítico<br />

quanto como um guia para a elaboração de políticas, como apontaram Johnson e Lundvall (2005).<br />

Tal arcabouço tem influência sobre os estudos que investigam as capacidades estatais, isto<br />

é, as capacidades do Estado em “formular, gerir e implementar (e em alguns casos de avaliar) as<br />

políticas de CT&I” (CASTRO, 2016). Indo um pouco além, é possível também relacionar esse<br />

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